Mediunidade
É a maneira como
essa energia se manifesta no ser vivo, emanando do corpo físico e agindo em
conjunto com o mecanismo psicofísico, mas com padrão vibratório muito mais
elevado e mais rápido.
De natureza igual em todos
os seres, variam em teor, quantidade e forma de um para outro, fazendo com que
não existam dois médiuns iguais.
Quando reencarna, o espírito traz geralmente sua missão, obrigando-o a desenvolver e utilizar sua mediunidade, que pode ser cármica, quando ela atua como fator de equilíbrio dos conflitos da personalidade, ou espiritual, refletindo a obra do espírito, como missionário do Sistema Crístico, colaborador da obra divina.
Os átomos formam moléculas e estas, por ações específicas, constituem os componentes dos três reinos da Natureza, diretamente ligados à resultante das ações das forças de atração e de repulsão que agem na organização molecular. Isso gera um campo magnético que permite o contato com seres de diversas naturezas em situações geralmente muito especiais.
Quando não há condição deste contato ser físico, o Homem aprendeu a deixar um pouco sua consciência do plano físico e penetrar num estado mais individualizado, ao qual denominamos transe, em que a força gerada por seu campo magnético - a mediunidade, pode agir mais intensamente, porque está livre das limitações da consciência. Fluindo através dos chakras (*) e até dos poros, o fluido magnético faz a ligação entre os três grandes geradores vibracionais do Homem: seus órgãos, seus plexos e os chakras.
Podemos chamar o sistema nervoso (*) simpático ou autônomo de passivo e o parassimpático de ativo, para facilitar o entendimento dos dois tipos de mediunidade em nossa Corrente do Amanhecer:
- A do Apará, o médium de incorporação, está baseado no sistema nervoso passivo, com base no plexo solar, tendo natureza passiva, orgânica e anímica, onde a vontade e a consciência pouco ou nada atuam, uma vez que o ser que se comunica entra em contato direto com seu sistema nervoso e assume parcialmente o controle mental do médium, fazendo a sua comunicação, que tanto mais perfeita será quanto menor for à parcela de consciência do médium;
- Enquanto a do Doutrinador funciona com base física, no sistema nervoso ativo, feita pelo processo cerebral, pela sensibilização do sistema endócrino, centrado na glândula pineal, com predomínio da consciência e da vontade, fazendo com que passasse a existir um transe mediúnico totalmente consciente.
A mediunidade é um fenômeno
natural que existe em todos os seres encarnados, variando apenas sua natureza e
intensidade de indivíduo para indivíduo.
O médium é o intermediário, o que faz a ligação entre o que é objetivo e o subjetivo, o que, pela intuição e ligações mais refinadas, liga um plano a outro, o que permite o intercâmbio entre o mundo material e o mundo espiritual.
Trata-se de um dom natural e comum, tendo ocorrido, na História da Humanidade, de forma ostensiva, mas sempre tratada com visão deturpada como sendo manifestação do sobrenatural, fruto de milagres ou sob aspecto supersticioso.
Na nossa Doutrina, a mediunidade é vista como um fato natural, real e comprovável em qualquer pessoa.
A base da mediunidade é uma energia sutil que se origina na corrente sanguínea e se volatiza pelo sistema nervoso.
Todos os seres humanos são médiuns naturais, manipulando essa energia de forma subconsciente e controlada apenas pelos seus sentimentos e pensamentos.
Todavia, há casos em que esse controle escapa à vontade do indivíduo, conduzindo-o a uma vivência negativada, marcada por doenças, desânimo, desajustes sociais e desequilíbrio emocional, ou, num outro extremo, à exacerbação religiosa.
Muitos cuidados devem se ter com a mediunidade, destacando-se como muito importante a forma de ser conduzida e desenvolvida.
O médium capta vibrações dos planos espirituais e manipula essas energias com seu magnético animal, produzindo poderoso fluxo energético. Dependendo de sua consciência, deve começar a aprender a usar esse poder, integrando-se a uma corrente na qual se sinta harmonizado, integrando-se ativamente nessa corrente, seja ela positiva ou negativa isto é, esteja ou não integrada no Sistema Crístico.
O desenvolvimento mediúnico deve ser feito com consciência, trabalho, estudo, abnegação e amor.
Nada
acontece rapidamente, na Terra.
Com boa vontade, o médium procura no Evangelho as luzes das aulas do Divino e Amado Mestre Jesus, aprendendo a servir com tolerância, humildade e amor, despertando todo seu potencial mediúnico, que lhe dará a oportunidade de resgatar erros transcendentais e corrigir suas próprias deficiências e desajustes, fazendo da sua mediunidade instrumento de sua reabilitação.
Na DOUTRINA DO AMANHECER só levamos em consideração dois aspectos da mediunidade:
A de
incorporação, o médium APARÁ, força vibratória, que incorpora uma entidade;
E a
do DOUTRINADOR, força básica de sua manifestação silenciosa, porém concreta, em
perfeita sintonia com os planos espirituais.
As demais formas de mediunidade - psicografia, vidência, audição e outras, podem existir, mas não são desenvolvidas, por estarem sujeitas a interferências e outros riscos desnecessários, já que lidamos com grande quantidade de médiuns e, por nossas leis, não são usadas em nossos trabalhos.
No início do desenvolvimento é revelada ao médium a definição da mediunidade de que é portador, e começam a lhe ser dados ensinamentos básicos - técnico doutrinário e místico, objetivando aumentar o potencial energético do médium e diminuir a distância entre sua individualidade e sua personalidade.
Apenas, para preparar corretamente o plexo de médiuns que hajam passado por outras correntes, pode ser necessário que ele permaneça algum tempo como Doutrinador e, depois de equilibrado, assuma sua verdadeira mediunidade como médium de incorporação.
Os médiuns desenvolvidos apreendem mais pela sua percepção mediúnica do que pelas suas qualidades psicológicas ou culturais.
A assimilação da Doutrina depende das situações individuais e cada um aprende à sua maneira.
Embora saibamos que existem inúmeras manifestações mediúnicas em crianças e adolescentes, muitas das quais se apresentam como verdadeiros fenômenos, nós consideramos que a mediunidade é uma força que se modifica com a idade e, na Doutrina do Amanhecer, temos o maior cuidado em conter os fenômenos que se apresentam precocemente, pois até cerca dos 18 anos o magnético animal age no desenvolvimento do plexo físico - o corpo, e o desenvolvimento ou o trabalho precoce, antes dessa idade, pode gerar deficiências físicas pelo desvio da ação do magnético animal.
A mediunidade se renova e
reativa pelo trabalho.
Por isso, a constância no trabalho mediúnico é importante, pois o médium vai se fortalecendo e aprimorando, ampliando seus limites e seu poder de ligação.
O médium que é inconstante, que se deixa levar pela preguiça ou pouco caso, não consegue a confiança dos Mentores e nem a dos pacientes.
Depois de considerado apto após o Desenvolvimento (*), o médium do Amanhecer recebe sua consagração na Iniciação (*), e passa a atuar ativamente na Lei do Auxílio, caminhando para obter novas consagrações - Elevação de Espada (*) e Centúria (*), que irão aumentar seu potencial e sua responsabilidade.
O ser humano não é estático, e está alterando constantemente seu padrão vibratório, de acordo com as influências a que está sendo submetido. Isso influi em sua mediunidade, que pode ser apresentar ora de uma forma, ora de outra.
O médium vai aprendendo a controlar sua força, a manter seu equilíbrio e a se harmonizar com a Corrente, em perfeita sintonia com seus Mentores, e sabendo isolar sua individualidade dos problemas da personalidade. Como um raio de luz que atravessa um copo de água, que se diluem na medida em que a água se agita, a força mediúnica flui através da mente, sendo, assim, necessário que esta esteja em calma para que possa aquela força fluir e agir mais efetivamente.
O médium, com sua mente equilibrada, consegue a realização de fenômenos de cura desobsessiva, bem como sustenta a perfeita execução dos trabalhos.
O conhecimento e a utilização da força mediúnica devem compreender o reconhecimento da existência do espírito para que seja autêntica e não simples exteriorização da personalidade do médium.
Quando o médium se desenvolve apenas sob o aspecto fenomênico, alheio ao Sistema Crístico, suas qualidades ou defeitos são ressaltados, tornando-o simplesmente o intermediário entre ele e o mundo que o cerca, manipulando tão somente forças horizontais, não construtivas, e que podem tornar-se destrutivas.
Torna-se o que denominamos médium psíquico, aquele que dá vazão apenas a conceitos, ideias e conselhos de sua própria personalidade ou influenciados por espíritos de camadas muito próximas da Terra - o mundo invisível, ou até mesmo intraterrestres, gerando forças somente transformistas e não criativas.
Quando o médium desenvolve
sua mediunidade dentro de um planejamento e esclarecimento doutrinários, começa
a se harmonizar com sua linha cármica, apreendem as emanações e anseios
transcendentais de seu próprio espírito, muda suas perspectivas, sua visão de
vida e seu comportamento, passando a ter convicção de seus princípios e uma
visão mais abrangente do Universo que o cerca.
Dentro da DOUTRINA DO AMANHECER, uma Doutrina Crística, sua vida se equilibra e passa a irradiar segurança e simpatia, atraindo para si as emanações dos Planos superiores, de seus Mentores, e passa a ser seguro instrumento de ação dos Espíritos Superiores que, através dele, processam curas e libertações, levando alívio e esperança àqueles que por ele são atendidos.
Assim, deve o médium preocupar-se sempre com seu equilíbrio, evitando as crises depressivas ou se envaidecer.
Não pode estar bem se estiver levando vida desregrada, sem conduta doutrinária, distanciando-se de seus compromissos.
Na medida em que se afasta da sintonia com a Espiritualidade, seus Mentores se afastam dele. Se mergulhado em estados depressivos, se consome álcool ou tóxicos, sua emanação se torna negativa, venenosa, atingindo a todos que o rodeiam.
Se cair no abismo da vaidade, sentir-se-á abandonado e desprezado quando for atingido e dominado pelas forças negativas dos irmãos das Trevas.
* "Quero deixar bem esclarecido
que os médiuns não devem se preocupar com o número de pessoas que entram e saem
da Corrente. É natural que quando o Homem descobre suas faculdades mediúnicas
corra para o Vale do Amanhecer. Chega até a incorporar, a fazer iniciação e
usar o escudo iniciático, etc. Sua mente, porém, não está preparada e seus
chakras não chegam a ser desenvolvidos. Com isso, ele se desliga e vai embora.
Não se preocupem: com a mesma euforia que entram, eles saem! Aos poucos eu irei
explicando isso a vocês. Aqui só ficará quem tiver convicção, pois Pai Seta
Branca prometeu desenvolver sua tribo para o Terceiro Milênio. Por isso, só
ficará aquele que é realmente um escolhido. Os que se vão nada perdem, pois,
com essa breve passagem consegue aliviar seus carmas parcialmente, e são
ajudados."
(Tia Neiva, 09.06.74)
* "Tudo deve ser
silenciosamente, pelos movimentos psíquicos de cada faculdade mediúnica. Esta,
uma vez desenvolvida, nos permite modificarmos nossa natureza, vencer todos os
obstáculos, dominar a matéria e até vencer a Morte, Natacha!”
(Tia Neiva, 10.06.79)
* "Temos por missão nos
tornarmos um instrumento eficiente, tanto no sentido passivo como ativo,
curando o nosso próprio centro nervoso físico, afetivo, mental e espiritual,
até tomarmos a verdadeira consciência de nós mesmos. Sim, filho, o Homem que se
conhece a si mesmo é forte e inquebrantável. Filho: a verdade, na concepção do
Homem, jamais existiu. É, portanto, que a concepção da Morte resulta do
comportamento da Vida."
(Tia Neiva, 19.09.80)
* "Sabemos que existem
muitas mediunidades, porém o Doutrinador e o Apará são a base para seguir a
missão. Sem o desenvolvimento de um desses aspectos, nada é feito no plano
iniciático. Muitas vezes vejo-me em situações difíceis, para depois ver um
médium se acomodar, acomodando-se em sua mediunidade. Todo Homem tem sua missão
na Terra e, geralmente, vem com seu plexo aberto para cada missão. É possível,
também, completar seu tempo em uma e se voltar para outra missão, com muito
cuidado, porque cada desenvolvimento desenvolve, também, o seu plexo nos três
reinos de sua Natureza. Naturalmente, é desenvolvido de acordo com a sua
missão. (...) O médium desenvolvido não deve ficar muito tempo fora da Lei do
Auxílio, pelo perigo de adoecer. O trabalho e os seus sentimentos são o que
alimentam todos os casos do sistema nervoso. O veículo do recebimento desta
força armazenada no centro apropriado - que é o plexo, emite, também, nos
órgãos internos, segundo sua necessidade momentânea, na concentração das forças
centrífuga e centrípeta. (...) É reparado que as Iniciações são bem diferentes:
cada mediunidade é regulada à sua faixa, que são, também, as doze chaves do
Ciclo Evangélico Iniciático, após receber o mercúrio significativo, sal,
perfume e mirra. Tal é a origem desta tradição cabalística que compõe toda a
Magia em uma só palavra:
Consciência!"
(Tia Neiva, 27.10.81)