Olá amigos e visitantes! Que bom receber vocês aqui no meu espaço! Estou reunindo um pouco das minhas experiências no Vale do Amanhecer. Vou ficar muito feliz se você se identificar com as matérias aqui postadas e com os relatos. Aproveite e compartilhe, afinal, tudo o que está aqui é NOSSO. Aprendi que é dividindo o conhecimento que se multiplicam as coisas belas e que ninguém é tão grande que não possa aprender e nem tão pequeno que não possa ensinar.

“A Doutrina do Amanhecer não tem “desenvolvimento a distância” ou “desenvolvimento on line”. Os conhecimentos e técnicas mediúnicas devem ser adquiridos gradativamente conforme a trajetória de cada médium em seu desenvolvimento dentro dos Templos".

O EVANGELHO

APRESENTAÇÃO





A elaboração deste trabalho, objetivando visão mais ampla dos Evangelhos sob o ponto-de-vista da Doutrina do Amanhecer, verificamos que a estrutura principal – o Evangelho segundo João – poderia ser acrescida por trechos de outros Evangelhos, complementando o que encontramos nos versículos 24 e 25 do Capítulo 21, de João:


24 - Este é o discípulo que dá testemunho a respeito destas coisas, e que as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro.


25 -  Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez. “Se todas elas fossem relatadas uma por uma, creio eu que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos.”
João Evangelista

E por que nos basearmos no texto de João?

Segundo os estudiosos, João, filho de Zebedeu e Salomé, irmão de Tiago Maior, era pescador e tornou-se um dos primeiros discípulos de Jesus.

Foi “o discípulo que Jesus amava”, como escreveu em algumas passagens, não citando seu próprio nome.

Acompanhando o Mestre, sempre muito próximo, fez a sua obra evangélica em Éfeso, onde chefiava as igrejas da Ásia Menor, cidade para a qual levara Maria, mãe de Jesus, após a crucificação.  Escreveu em grego, o que diminuiu as alterações de uma tradução do aramaico, língua corrente na Palestina do tempo de Cristo, e conseguiu um texto simples mas cheio de vida, que leva o leitor a um saudável questionamento. Tem algumas coisas que entram em desacordo com os outros Evangelistas, tais como a referência a duas Páscoas e a quatro viagens de Jesus a Jerusalém, bem como relata a última Ceia como sendo na data da morte do Cristo e não faz menção à instituição da Eucaristia.

Além disso, João ressalta a liturgia e, dispensando o relato de numerosos fenômenos que encontramos nos outros Evangelhos, nos dá uma visão pessoal de Cristo e de suas obras e, especialmente, se dedica ao testemunho de que Jesus é o Filho de Deus enviado à Terra por amor, com a missão de desvendar aos homens a vida eterna.

João não se preocupou com o relato dos milagres, mas sim, com a filosofia de Jesus, que supera os fenômenos ocorridos para se projetar como a grande Luz que chega aos nossos corações, distantes há dois mil anos da presença física do Senhor.
      
Foi deportado para a ilha grega de Patmos, onde realizou muitos fenômenos, entre eles o de ter saído ileso quando, por ordem de César, foi jogado em um caldeirão de azeite fervente. Durante sua prisão na ilha, teve uma terrível visão e descreveu-a no Apocalipse. 


Depois de liberto, voltou a Éfeso, onde morreu.

  


Mas, na verdade o que nos levou a dar esta estrutura ao trabalho foi o fato de que João Evangelista era uma reencarnação do grandioso Espírito de Pai Seta Branca, mais uma vez presente naquele momento em que a Terra passava por grande transformação. Junto a Jesus – de quem é irmão espiritual – João fez o despertar das consciências para uma nova era que se iniciava e, um novo ciclo na história do nosso planeta, e até hoje suas palavras nos dão forte e profundo conhecimento da natureza e da missão do Cristo.

Se acompanharmos a história do desenvolvimento do espírito humano na Terra, vamos encontrar a presença do Espírito de Pai Seta Branca naqueles momentos críticos, de transição global, fazendo a ligação transcendental da humanidade com seus destinos cármicos, a conjunção das nossas raízes e a pacificação e iluminação dos espíritos encarnados e desencarnados, reunindo, sempre, a Tribo dos Jaguares.             

Hoje, essa missão se faz presente pela Doutrina do Amanhecer, e a projeção de Luz e Amor de Pai Seta Branca nos envolve, harmonizando nossas mentes e nossos corações, energizando nosso Sol Interior e nos dando condições de resgatar nossas faltas centenárias, reajustando com nossas vítimas do passado, espíritos encarnados e desencarnados, e, o que é muito importante, conscientizando o Jaguar para o bom cumprimento de sua missão na Nova Era.

  
Em sua mensagem de 31 de dezembro de 1980, Pai Seta Branca foi incisivo:

“O processo para se voltar ao Supremo é um ramo de conhecimento diferente, e é preciso aprendê-lo no Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.”



PARTE II

AS EPÍSTOLAS DE JOÃO

As três cartas de João Evangelista são apenas exemplos que conseguiram escapar da destruição e dos extravios. Podemos notar a confirmação de diversas passagens do seu e de outros Evangelhos, em simplicidade de linguagem e estilo apropriados para a época, mas sempre fixando a ideia do amor de Jesus e a importância de nos amarmos uns aos outros. Temos, na 1ª Epístola, um reforço do início do Evangelho, com referência ao pecado e à confissão, entendido que esta seria feita diretamente a Deus, pelo reconhecimento de nossos erros. Assim, não existe o intermediário entre nós e Jesus, não temos que confessar a ninguém nossas faltas, porque Deus nos ouve, nos julga e nos atende, de acordo com o nosso merecimento, a qualquer hora e em qualquer lugar. Foi o próprio Jesus que nos assegurou ser ele o caminho, a verdade e a vida, e ninguém iriam ao Pai senão por ele. Fica bem explícito, quando fala da intercessão, que Jesus é o único intermediário entre nós e o Pai. João nos fala, também, dos filhos de Deus e dos filhos do diabo, dos anticristos e dos falsos profetas, fazendo um conjunto de ideias muito importantes, principalmente para os mestres Doutrinadores. Na 2ª Epístola, João nos adverte sobre os perigos de ultrapassarmos a Doutrina, isto é, como vemos acontecer com alguns Jaguares, complicam as coisas simples, porque o Sistema Crístico é muito simples, embora profundo, e se perdem pela vaidade de querer demonstrar pseudo verdades que só existem na cabeça deles. Modificam leis, alteram rituais, esquecidos de que Koatay 108 sempre nos alertou para o risco que corremos de que se não cumprirmos as leis, nada realizar no plano espiritual. Na 3ª Epístola podemos sentir que o problema da arrogância e prepotência é tão antigo quanto o homem. João se refere aos feitos de Diótrefes, e vemos refletido nos dias de hoje, situação análoga em alguns mestres que conduzem povos nos Templos do Amanhecer. Possam chegar a eles essas longínquas palavras e conselhos de João Evangelista. Salve Deus!


PRIMEIRA EPÍSTOLA

PRÓLOGO. 
O VERBO DA VIDA E A COMUNHÃO COM DEUS (1; 1-4)

O que era desde o princípio, o que temos ouvido e o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida (e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada), o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. Estas coisas, pois, vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa.

DEUS É LUZ. 
O PECADO, A CONFISSÃO, O PERDÃO, A PROPICIAÇÃO. 
(1; 5-10 E 2; 1-6)

Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é Luz, e não há nele treva nenhuma. Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se, porém, andarmos na Luz, como ele está na Luz, mantém comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós.

Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos advogado junto ao Pai: Jesus Cristo, o Justo; e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro. Ora, sabemos que o temos conhecido por isto: se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu o conheço - e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está à verdade. Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele. Aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou.

O ANTIGO E O NOVO MANDAMENTO: 
O AMOR FRATERNAL (2; 7-11)

Amados, não vos escrevo mandamento novo, senão mandamento antigo, o qual, desde o princípio, teve. Esse mandamento antigo é a palavra que ouvistes. Todavia, vos escrevo novo mandamento, aquilo que é verdadeiro nele e em vós, porque as trevas se vão dissipando, e a verdadeira Luz já brilha. Aquele que diz estar na Luz e odeia a seu irmão, até agora, está nas trevas. Aquele que ama a seu irmão permanece na Luz, e nele não há nenhum tropeço. Aquele, porém, que odeia a seu irmão está nas trevas, e anda nas trevas, e não sabe para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos.

A VITÓRIA SOBRE O MALIGNO (2; 12-14)

Filhinhos, eu vos escrevo, porque os vossos pecados são perdoados, por causa do seu nome. Pais, eu vos escrevo, porque conheceis aquele que existe desde o princípio. Jovens, eu vos escrevo, porque tendes vencido o maligno. Filhinhos, eu vos escrevi, porque conheceis o Pai. Pai, eu vos escrevi, porque conheceis aquele que existe desde o princípio. Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e tendes vencido o maligno.

NÃO DE DEVE AMAR O MUNDO (2; 15-17)

Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procedem do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.

OS ANTICRISTOS (2; 18-26)

Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também, agora, muitos anticristos tem surgido; pelo que conhecemos que é a última hora. Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos. E vós possuís unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento. Não vos escrevi porque não saibais a verdade; antes, porque a sabeis, e porque mentira alguma jamais procede da verdade. Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho. Todo aquele que nega o Filho, esse não tem o Pai; aquele que confessa o Filho tem igualmente o Pai. Permaneça em vós o que ouvistes desde o princípio. Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes, também permanecereis vós no Filho e no Pai. E esta é a promessa que ele mesmo fez a vida eterna. Isto que vos acabo de escrever é acerca dos que vos procuram enganar.

A UNÇÃO DO ESPÍRITO SANTO (2; 27-29)

Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou. Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua vinda. Se sabeis que ele é justo, reconhecei também que todo aquele que pratica a Justiça é nascido dele.

DEUS É PAI E É SANTO. 
SEUS FILHOS SÃO TAMBÉM SANTOS (3; 1-6)

Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo. Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é. E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro. Todo aquele que pratica o pecado também transgredi a lei, porque o pecado é a transgressão da lei. Sabeis também que ele se manifestou para tirar os pecados, e nele não existe pecado. Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu.

OS FILHOS DE DEUS E OS FILHOS DO MALIGNO (3; 7-10)

Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que pratica a Justiça é justo, assim como ele é justo. Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo. Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus. Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica Justiça não procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão.

O AMOR AOS IRMÃOS E O ÓDIO AO MUNDO (3; 11-24)

Porque a mensagem que ouvistes desde o princípio é esta: que nos amemos uns aos outros; não segundo Caim, que era do maligno e assassinou a seu irmão; e por que o assassinou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas. Irmãos não vos maravilhem se o mundo vos odeia. Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte. Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si. Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar a nossa vida pelos irmãos. Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos não amem de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade. E nisto conheceremos que somos da verdade, bem como, perante ele, tranquilizaremos o nosso coração; pois, se o nosso coração nos acusar, certamente, Deus é maior do que o nosso coração e conhece todas as coisas. Amados, se o coração não nos acusar, temos confiança diante de Deus; e aquilo que pedimos dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos diante dele o que lhe é agradável. Ora, o seu mandamento é este: que creiamos em o nome de seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou. E aquele que guarda os seus mandamentos permanece em Deus, e Deus nele. E nisto conhecemos que ele permanece em nós, pelo Espírito que nos deu.

OS FALSOS PROFETAS E OS VERDADEIROS CRENTES (4; 1-6)

Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo afora. Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo. Eles procedem do mundo; por essa razão, falam da parte do mundo, e o mundo os ouve. Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é da parte de Deus não nos ouve. Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro.

 DEUS É AMOR (4; 7-21)

Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deu; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós, aperfeiçoado. Nisto conhecemos que permanecemos nele, e ele, em nós: em que nos deu do seu Espírito. E nós temos visto e testemunhamos que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo. Aquele que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele, em Deus. E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele. Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, também nós somos neste mundo. No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. Nós amamos porque ele nos amou primeiro. Se alguém disser: amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso, pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão.

A FÉ QUE VENCE O MUNDO (5; 1-5)

Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido. Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a Deus e praticamos os seus mandamentos. Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não são penosos, porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?

O TRÍPLICE TESTEMUNHO SOBRE CRISTO (5; 6-12)

Este é aquele que veio por meio de água e sangue, Jesus Cristo; não somente com água, mas também com a água e com o sangue. E o Espírito é o que dá testemunho, porque o Espírito é a verdade. Pois há três que dão testemunho no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na Terra: o Espírito, a água e o sangue, e os três são unânimes num só propósito. Se admitimos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior; ora, este é o testemunho de Deus, que ele dá acerca do seu Filho. Aquele que crê no Filho de Deus tem, em si, o testemunho. Aquele que não dá crédito a Deus o faz mentiroso, porque não crê no testemunho que Deus dá acerca do seu Filho. E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. Aquele que tem o Filho, tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida.

O PODER DA INTERCESSÃO (5; 13-19)

Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus. E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que ele nos ouve quando ao que lhe pedimos, estamos certos de que obtemos os pedidos que lhes temos feito. Se alguém vir a seu irmão cometer pecado não para morte, pedirá, e Deus lhe dará vida, aos que não pecam para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que rogue. Toda injustiça é pecado, e há pecado não para a morte. Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes, aquele que nasceu de Deus o guarda e o maligno não lhe toca. Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no maligno.

CRISTO É O VERDADEIRO DEUS E DEVE SER ADORADO (5; 20-21)

Também sabemos que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna. Filhinhos, guardai-vos dos ídolos.



SEGUNDA EPÍSTOLA


PREFÁCIO E SAUDAÇÃO (1-3)

O presbítero à senhora eleita e aos seus filhos, a quem eu amo na verdade e não somente eu, mas também todos os que conhecem a verdade, por causa da verdade que permanece em nós e conosco estará para sempre, a graça, a misericórdia e a paz, da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, o Filho do Pai, serão conosco em verdade e amor.

O AMOR FRATERNAL (4-6)

Fiquei sobre modo alegre em ter encontrado dentre os teus filhos os que andam na verdade, de acordo com o mandamento que recebemos da parte do Pai. A agora senhora eu peço-te, não como se escrevesse mandamento novo, senão o que tivemos desde o princípio: que nos amemos uns aos outros. E o amor é este: que andemos segundo os seus mandamentos. Este mandamento como ouviu desde o princípio, é que andeis nesse amor.

OS FALSOS ENSINADORES E COMO TRATÁ-LOS (7-11)

Porque muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne; assim é o enganador e o anticristo. Acautelai-vos, para não perderdes aquilo que temos realizado com esforço, mas para receberdes completo galardão. Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho. Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas. Porquanto aquele que lhe dá boas-vindas faz-se cúmplice das suas obras más.

INFORMAÇÕES FINAIS. SAUDAÇÕES (12-13)

Ainda tinha muitas coisas que vos escrever; não quis fazê-lo com papel e tinta, pois espero ir ter convosco, e conversaremos de viva voz, para que a nossa alegria seja completa. Os filhos da tua irmã eleita te saúdam.


TERCEIRA EPÍSTOLA

PREFÁCIO E SAUDAÇÃO (1-4)

O presbítero ao amado Gaio, a quem eu amo na verdade. Amado, acima de tudo, faço votos por tua prosperidade e saúde, assim como é próspera a tua alma. Pois fiquei sobremodo alegre pela vinda de irmãos e pelo seu testemunho da tua verdade, como tu andas na verdade. Não tenho maior alegria do que esta, a de ouvir que meus filhos andam na verdade.

O BOM EXEMPLO DE GAIO (5-8)

Amado, procedes fielmente naquilo que praticas para com os irmãos, e isto fazes mesmo quando são estrangeiros, os quais, perante a igreja, deram testemunho do teu amor. Bem farás encaminhando-os em sua jornada por modo digno de Deus; pois por causa no Nome foi que saíram, nada recebendo dos gentios. Portanto, devemos acolher esses irmãos, para nos tornarmos cooperadores da verdade.

DIÓTREFES, O AMBICIOSO. 
DEMÉTRIO, FIEL CRISTÃO (9-12)

Escrevi alguma coisa à igreja; mas Diótrefes, que gosta de exercer a primazia entre eles, não nos dá acolhida. Por isso, se eu for aí, far-lhe-ei lembradas as obras que ele pratica, proferindo contra nós palavras maliciosas. E, não satisfeito com estas coisas, nem ele mesmo acolhe os irmãos, como impede os que querem recebê-los e os expulsa da igreja. Amado, não imites o que é mau, senão o que é bom. Aquele que pratica o bem procede de Deus; aquele que pratica o mal jamais viu a Deus. Quanto a Demétrio, todos lhe dão testemunho; e sabes que o nosso testemunho é verdadeiro.

INFORMAÇÕES FINAIS. SAUDAÇÕES (13-15)

Muitas coisas tinha que te escrever; todavia, não quis fazê-lo com tinta e pena, pois, em breve, espero ver-te. Então, conversaremos de viva voz. A paz esteja contigo. Os amigos te saúdam. Saúda os amigos, nome por nome.



PARTE III

O SERMÃO DA MONTANHA 

Vamos recordar as palavras de Pai Seta Branca em sua mensagem de 31.12.80:
“Jaguar, meu filho, alertai! Poderás caminhar em praias desertas, sem te encontrares com um irmão... Poderás atravessar um castelo sem te encontrares com o dono que te deu o endereço... (...) O Homem é uma entidade espiritual que só pode ser feliz conhecendo o caminho de volta ao seu lar espiritual, de sua origem, o seu reino, a personalidade em Deus. O processo para se voltar ao Supremo é um ramo de conhecimento diferente e é preciso aprendê-lo no Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo!”

Em carta de 27 de abril de 1983, Tia Neiva nos transmitiu o que seria a Partida Evangélica em nossa Doutrina:
“Filhos: Agora eu quero a vida evangélica: vamos, agora, fazer algumas renovações e enfrentar as coisas que eu nunca tive oportunidade de fazer. Quero uma nova distribuição de mestres para um curso evangélico. Teremos novas instruções para esses mestres e irei formar novos instrutores para o Desenvolvimento de médiuns a caminho das Iniciações. Estes terão que adquirir conhecimentos evangélicos, onde se tratará de Jesus ou de Sua vida. Serão conhecimentos de precisão, com mestres escolhidos com muito amor. Quero Jesus, o Caminheiro; quero Jesus, o Nazareno; quero Jesus redivivo; quero Jesus de Reili e Dubale. Eu não gosto que falem em Jesus crucificado. Quem somos nós para entrarmos nesse mérito? Jesus crucificado, ao lado do bom ladrão e do mau ladrão. Na maioria, os Homens só dão valor a Jesus por ter sido crucificado e muito já querem, também, se libertar do Jesus crucificado, dizendo que Ele tinha corpo fluídico. Não é verdade: Jesus passou por todas as dores do Homem físico da Terra. Não gosto que falem em Jesus crucificado porque poucos entendem, poucos sabem de Sua dor! Sabemos que Ele olhava para o Céu e estava perto de Deus, naquele grande cenário. Porém, olhando para baixo, sentiu-se entristecido ao ver o regozijo dos planos inferiores, a incompreensão daqueles que o olhavam sofrer na cruz. Jesus chorou porque, subindo tão alto, deixando seus irmãos na individualidade, viu que eles ainda não acreditavam que era Ele, realmente, o Messias, obedecendo às leis de Deus Pai Todo Poderoso. Exato: os Homens, há pouco, Lhe haviam permitido tudo, pensando ser Ele um rei, mas igual a um rei deste mundo físico. Entramos com a filosofia de Mãe Yara, que nada é obrigatório. O povo daquela época não raciocinava como se aquela atitude de Jesus fosse de humildade. Raciocinava, sim, como se fosse uma falta de força. Continuando com a filosofia de Mãe Yara, até hoje Deus não nos quer obrigado às doutrinas. O Homem só tem confiança no outro quando o vê com uma força maior. Longe estavam de sentir o poder de Jesus e, então, nos diz Mãe Yara: O Homem deixa sua grande força e vai buscar outra força, uma pessoa que, às vezes, nada promete. Assim, ele não permite que seu sexto sentido faça uma análise do seu Sol Interior, nos três reinos de sua natureza, rejeitando, na sua vida, a busca do que é seu. Jesus veio com todo aquele sofrimento e deixou que cada um o analisasse por si mesmo, em sua própria filosofia. O que eu quero é que vocês se conscientizem em Jesus, no Seu amor que era tão grande. Foi tão grande, é tão grande, e veio para nos mostrar que a felicidade não é somente neste mundo. Meu filho Jaguar! Neste mundo de provações, num mundo onde as razões ainda se encontram, a cada dia nos afloram novos pensamentos, novas lições. Porém, os planos espirituais ainda não conseguiram apagar as imagens de Jesus crucificado. Aqui no plano físico, desde quando foi escrito o Santo Evangelho, seus ensinamentos são iguais e, até hoje, ninguém se atreveu a mudá-los. O Homem ama pela força perceptível e receptível. Ninguém acredita na ressurreição dos mortos e, sim, na ressurreição do espírito vivo, mais alto que o Céu! O Homem só quer crer nas alturas, acima do seu olhar... Estamos no limiar do Terceiro Milênio e temos que afiar nossas garras! É hora da religião, do desintegrar das forças, e não podemos nos esquecer, por um só momento, da figura de Jesus, o Caminheiro, e de Seu Santo Evangelho. E para que sejamos vivos ao lado de Jesus, temos que respeitá-Lo em todos os sentidos e, no sentido religioso, temos que respeitar as tradições, porque a religião exige o bom propósito moral e social. Assim, a única maneira que podemos dizer é: vivemos num mundo onde as razões se encontram. No descortinar da minha mediunidade, minha instrutora - Mãe Yara - não me deixou cair no plano de muitos, e me advertia a toda hora. Eu podia sofrer, mas Mãe Yara e Pai João não me deixavam sem aquelas reprimendas. Não tinha importância que eu sofresse desde que minha obra seguisse seu curso normal e eu fosse verdadeira. Em 1958, eu estava no auge de minhas alucinações, como diziam as demais pessoas que me conheciam. Quando eu trabalhava na NOVACAP, um dia me sentei num restaurante, porque me distanciara de casa. Estava conversando com três colegas e falávamos sobre nosso trabalho. Entramos no Maracangalha, um restaurante da Cidade Livre. Trouxeram uma travessa com bifes, por sinal muito bonitos. E era sexta-feira da Paixão! Eu tinha os princípios da Igreja Católica, mas nada levei em consideração e coloquei o bife no prato. Naquele instante (na vibração e na desarmonia em que eu vivia), ouvi uns estampidos e vi Mãe Yara. “Filha - disse Ela - continuas como eras... Já estás tão desajustada que se esqueces dos princípios da Igreja Católica Apostólica Romana? Alerta-te! Cuida dos teus sentimentos. O dia de hoje representa, em todos os planos, os mesmos sentimentos por Jesus crucificado. Em todos os planos deste Universo que nos é conhecido sentimos respeito! Filha, está na hora: devolva o teu bife para a travessa do restaurante!” Eu estava na companhia de três pessoas, como já disse, e vi que não comiam a carne. Eles ainda não acreditavam em mim, entre a mediunidade e a loucura... “Coma amanhã - continuou Mãe Yara -. Não irás mais festejar as incompreensões, as fraquezas daquele pobre instrumento que foi Judas!...” Naquele instante comecei a pensar. Começaram a passar por minha cabeça imagens de Judas, que vendeu Jesus por trinta dinheiros. Mãe Yara, alheia aos meus pensamentos, continuava: “Judas não foi um traidor. Foi, sim, um supersticioso. Na sua incompreensão, acreditou ser Jesus um líder político. Judas tivera grandes oportunidades de conhecer Jesus, pois O acompanhava desde sua chegada do Tibete.” Nesse período, como já nos esclarecera Mãe Yara anteriormente, Jesus passou dos 12 aos 30 anos nos Himalaias, para onde foi levado com a permissão de Maria e José, Seus pais. Lá, Ele fora iniciar-se junto às Legiões em Deus Pai Todo Poderoso e formar o que hoje conhecemos como Sistema Crístico, os mundos etéricos. De lá Ele voltaria para o início da Sua tarefa doutrinária evangélica. Foi quando Jesus chamou aqueles humildes pescadores para serem pescadores de almas, e que viriam a ser em número de doze, estando Judas entre os escolhidos. Junto a Jesus, Judas sofreu humilhações nas sinagogas, quando os rabinos voltaram as costas para ele... Enfim, quantas lições recebidas, fenômenos testemunhados!... Mas só os pobres e os miseráveis O conheciam, analisava Judas em sua incompreensão, já cansado das perseguições naquela época, e pensando que, ao forçar um confronto entre Jesus e os homens que O perseguiam, Jesus, com um simples olhar, colocaria por terra toda aquela gente. Pensava, assim, forçá-Lo a usar os Seus poderes e ser, realmente, o rei do mundo. Lembrou-se, também, de quando foram convidados por Jesus para O acompanharem e que o dia estava ruim para pescar, e o Amado Mestre, atirando a rede sobre as águas, trouxe cheia de peixes. Enfim, Judas não acreditaria que o Grande Mestre passaria por todas aquelas humilhações. Porém, não foi assim. O que viu foi Jesus ser amarrado e, a pontapés, ser levado à presença de Pôncio Pilatos... Não foi remorso. Foi um grande arrependimento, uma grande dor por não haver compreendido a grande missão de Jesus que o levou, chorando, pensando, a enforcar-se numa figueira. Formou-se um temporal, o céu escureceu como escureceu sua própria alma. Por que vamos rir, festejar a sua grande desgraça?  Entre os diversos conceitos da Igreja que nós respeitamos e, como se tornou uma tradição em todos, ou quase todos os sacerdócios, digo: nós não comemos carne às quintas e sextas-feiras da Semana Santa. Nós respeitamos esses conceitos. Eles não nos atrapalham em nossa vida evangélica. E respeitamos as tradições da Igreja Católica, que foi a base de todas as religiões. Veja até onde vai a superstição do Homem, veja o que aconteceu quando um grupo de mestres distribuiu suas forças e poderes de Magia, de sábios conhecimentos permitidos por Deus. Todos já ouviram falar em homens que recitavam a vida dos outros, que levantavam móveis, enfim, realizavam fenômenos e de que não vamos entrar no mérito agora. Um desses homens, muito sábio, sabia que levantava móveis, podia até mesmo fazer voar a sua tenda, mas viu que não curava a si mesmo, que as curas eram muito relativas. Ele tinha uma enorme ferida na perna e sabia que existiam muitas espécies de mediunidades, de forças. Sim, existem muitas espécies e, para ser mais prática, como sendo o Doutrinador e o Ajanã, que têm força universal, têm uma espécie de força de cura para perturbações do espírito ou limpeza das vidas materiais. E é assim, também, com outros tipos de curas. Sim, falamos em força universal. Esta expressão está sendo mal atribuída no nosso tempo. Os Pretos Velhos falam em força universal e muitos pensam que ter essa força é ter duas mediunidades. Não é verdade! A força universal é a de um médium - digamos um Doutrinador - com uma espécie de força que cura todas as enfermidades. Veja isso num Apará, distribuindo bem a sua mediunidade. No Homem, é bem distinta essa força. O velho sábio supersticioso tinha força universal, mas não acreditava na força do carma. E aquela ferida nada mais era do que a voz do seu carma! Então, o velho sábio soube de um homem que curava, e se encaminhou para ele. Não sabia ele que ali em sua tenda, estava sob a regência da Lei do Auxílio, e sua perna, ali mesmo, recebia as gotas do prana. O velho sábio, incrédulo à sua própria força, partiu ao encontro do famoso curador. Era longe. No caminho, sua perna doía. As gotas de prana, não o encontrando na tenda, voltavam. Com muitas dificuldades, chegou lá e qual não foi sua surpresa dolorosa: a casa do curador estava cheia de outros sofredores, como ele, ali também lhe pedindo a misericórdia da cura. Foi quando o velho curador se aproximou dele e falou: “Meu Deus! Eu estava com uma ferida na perna, morrendo de dor, pensando em ir atrás do velho sábio de Venal, e ei-lo que chega! Eu já estou curado, já cicatrizou a ferida. Graças a Deus, estou bom! Oh, graças me foram dadas!  Meu mestre de Venal, em que lhe posso ser útil?” O nosso velho sábio, olhando de um lado para outro, pensava: havia se preocupado somente com a sua própria dor! É verdade, filho: cada fracasso de nossa vida nos ensina o que necessitamos aprender. Ajude a todos sem fazer exigências, confiando primeiramente nessa força que vive dentro de você, porque a fé em você mesmo firma a sua personalidade. Volte-se para si mesmo. Resolva os seu problema sozinho. Escolha os seus amigos. Com a sua mente calma melhor poderá sentir os seus instintos, a sua capacidade, onde você poderá chegar e vencer a si mesmo. Conhecemos a Vida quando conhecemos a Morte! Então, o velho sábio, levantando as mãos, exclamou: “Ó, meus Deus, perdoa-me por duvidar da minha própria força!” E, envergonhado, sem coragem de olhar para o Céu e sentir o olhar de Deus, se entregou à sua força e pediu ao velho curador que trouxesse toda aquela gente para atendê-los, se aproveitando do prana. Enquanto isso passava por sua mente: “Ó, Deus Pai Todo Poderoso! Seja feita a Sua santa vontade. Deixa que doa a minha ferida, que eu me levante do meu orgulho de sábio a caminho de Deus... Dá-me forças para que eu possa curar. Não tire minha ferida!” Quando viu, as pessoas já estavam curadas e ele, também curado, caminhava. (...) Estamos em alto conceito nos Oráculos de Obatalá e de Olorum. É chegada a hora de movimentar nossa força. Temos um Sol Simétrico. Somos remanescentes de Amon-Ra e, portanto, temos que viver na simetria deste Sol. Não podemos nos afastar do que é nosso não podemos, absolutamente, trabalhar inseguros. Vivemos em um mundo onde as razões se encontram e a grandeza desta Corrente Mestra é a segurança de uma verdade sã e pura. Onde estivermos, aqui neste mundo, viveremos todo este acervo. Não é para buscar provas ou coisas que a valham. Provamos com nossa perseverança e com os fenômenos espontâneos trazidos pelos nossos Mentores. Passamos o tempo de brincar. Vivemos sob a aura da Natureza, respiramos o seu aroma, sentimos que somos diferentes da constituição dos demais. Só Deus conhece Deus, nos revelou um sábio do nosso Terceiro Sétimo! A vida de Deus é a nossa vida, e com Ele vibramos com amor e integridade! É chegada a nossa hora! Estamos pisando no limiar do Terceiro Milênio. Sei que seremos nós os primeiros a socorrer a pressão provocada pelos grandes fenômenos que virão, que surgirão. Sim, surgirão de muitos planos da Terra, nos horizontes das águas e, também, luzes, mil luzes que, junto a nós, nos ajudarão. A vida, filhos, se tornará além das nossas forças, das nossas dores... Não se esqueça, filho, da multiplicação do seu coração. Não cresça em si mesmo. Procure, sempre, ser pequeno para caber no coração dos demais. Cuide de si mesmo: o Homem só sabe que está evoluindo quando deixa de se preocupar com os malfeitos do seu vizinho.”

  
Pelo Evangelho temos a manifestação de Deus na Terra, a concentração de todas as leis e de todos os profetas, é feita a ligação entre este mundo físico e a Espiritualidade. É o caminho, a Nova Estrada que devemos trilhar, renovando nossa energia mental, firmando-nos na conduta doutrinária e deixando nossas cargas negativas de invejas, ciúmes, orgulho, rancores, vinganças, estupidez e desentendimentos, para nos revestirmos de bondade e amor pelo conhecimento da Doutrina Crística. Não é uma simples coletânea de conhecimentos filosóficos a serem aprendidos, mas sim uma profunda dedicação à nossa transformação íntima, à renovação de nossos pensamentos, à gradativa ampliação de nossa sensibilidade, do aprofundamento de nossos sentimentos. Pelo Evangelho recebemos os ensinamentos de Jesus e os preceitos libertadores para que nossos espíritos possam sair da escuridão e evoluir para a Luz, com conhecimento e confiança, com total esperança de se redimir de suas deficiências. Tiago (3:17) nos ensina: “Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia.”  Por sua Doutrina de puro Amor e Harmonia, Jesus faz brotar o que de bom existe no íntimo de cada um. Na medida em que vamos absorvendo a Luz do Evangelho, individualmente, vamos nos conscientizando de nossa posição na Doutrina. Não é preciso correr atrás de postos de comando, de posições onde emitimos nossas origens e nosso canto, pensando, vaidosos, chamar a atenção de mestres e pacientes para nossa atuação firme. Vamos nos deixar ficar como simples, porém efetivos participantes dos trabalhos – como Doutrinador ou Apará, que ali se projetam nos planos elevados pelo Amor, pela Tolerância e pela Humildade, cumprindo as Leis do Amanhecer. 

Paulo, na I Carta aos Coríntios (1:17), declara:

“Porque o Cristo me enviou, não para batizar, mas para evangelizar; não em sabedoria de palavras, para que a cruz do Cristo se não faça vã!”

É claro que não podemos, contidos por esses limites terrestres do espaço e do tempo, ir em busca de toda estas grandezas e, por isso, buscamos um ponto em que teríamos uma grande visão de toda a Doutrina Crística, uma semente que foi plantada nos corações daqueles espíritos, há dois mil anos, e que germinou, através dos séculos e que ficou conhecida como o Sermão da Montanha. 

Foi nas colinas de Kurun Hattin, a sudoeste do lago de Genezareth, na Galiléia, que Mateus relata:

 “E ao ver Jesus a multidão, subiu a um monte e, tendo-se assentado, chegaram-se a Ele os seus discípulos. E abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo:
        



1. Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus!

Jesus está fazendo uma referência àqueles que são pobres “pelo” espírito, conforme está registrado no texto grego do Evangelho, isto é, aqueles que se tornam pobres pelo desapego às coisas materiais, superando-se internamente, concluindo que os bens espirituais são mais importantes. Geralmente, o Homem Cientista e o Intelectual se elevam na vaidade e na soberba, achando-se melhores do que a maioria das pessoas e até mesmo superiores a Deus. Não aceitam os caminhos da mediunidade e desprezam os que se tornam místicos – estes, sim, para eles, verdadeiros pobres de espírito. Jesus nunca foi contra os ricos, como muitos querem dar a entender, e quando disse que seria difícil para um homem rico entrar no Reino dos Céus é porque, geralmente, este homem tem sua mente presa à sua fortuna, preocupando-se com manter e aumentar os seus bens materiais, acomodando-se no seu bem-estar, com isso dificultando sua progressão espiritual. Os que enriquecem apegados à riqueza começam a se afastar de seus compromissos cármicos, evitam até mesmo a proximidade de parentes e antigos amigos, preocupados somente em evitar pedidos de auxílio dos menos favorecidos, e mergulham num abismo tenebroso de egoísmo e orgulho. São comuns os casos de famílias abastadas que sofrem terríveis provações com seus jovens, criados sem uma escala de valores correta e sem conhecer seus limites e, o que é mais grave, sem evangelização, ingressando na violência e nas drogas. Na verdade, muitos desses espíritos vieram para despertar aqueles familiares para as responsabilidades que assumiram nos planos espirituais e que não estão sendo cumpridas, acomodados em suas vidas por causa do conforto material proporcionado pelos bens terrenos. Todavia, o homem cientista, intelectual ou rico pode ser pobre pelo espírito se conseguir não se escravizar por suas próprias idéias nem pelo ouro. Esse apego aos bens materiais pode ocorrer até com quem não seja rico: alguém que seja pobre materialmente pode ficar dominado pela ambição de possuir ouro e prata, e cai num verdadeiro inferno pelo apego aos bens materiais que sonha obter. O importante é saber ter, bem como saber não ter! Nós somos bons ou maus pelo que fazemos e somos, e não pelo que temos e nem pelo que nos acontece. Jesus não considera culpa ser rico nem virtude ser pobre. Koatay 108 assegurou que o importante é saber ser rico e saber ser pobre. Aí reside a virtude, e é por onde podemos transpor a fraqueza e a insegurança da nossa personalidade para penetrar na força e na segurança da nossa individualidade. Quando em qualquer Templo do Amanhecer, encontramos os Jaguares - mestres e ninfas - de diversas camadas sociais, de diferentes níveis culturais, trabalhando ombro a ombro na Lei do Auxílio, aplicando as técnicas de manipulação das forças que lhes chegam dos Planos Espirituais, emanando com suas vibrações de amor todos os que ali estão, encarnados ou desencarnados, despojados de seus bens materiais e igualados em seus uniformes, com simplicidade de coração e humildade espiritual, acumulando nos planos etéricos o inestimável tesouro de seus bônus-horas, entendemos o que é ser pobre pelo espírito. Lembramos que Jesus advertiu: 


“Quem se exaltar, será humilhado, e quem se humilhar será exaltado!”. 
Dos humildes é o Reino dos Céus!


2. Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a Terra!

No cotidiano da vida, por conta de pressões psicológicas e sociais, o Homem é levado por sentimentos de ambição, ódio e vaidade que asfixiam sua natureza divina e o arrastam para conflitos em seus lares, em seus locais de trabalho material, sempre pronto para protestar, acusar e criticar. O Jaguar é o Homem que conseguiu superar seus instintos e sua força nativa, sua personalidade e seus conflitos, harmonizando seu Sol Interior e, consciente, conhecendo as técnicas dos trabalhos na Corrente do Amanhecer, equilibra sua individualidade. Torna-se o Homem manso, que desistiu de qualquer forma de violência, tanto física como mental - o poder da sua inteligência  - ou cósmica - a força de suas vibrações -, para conseguir atingir seus objetivos, para obter o que deseja. A História demonstra que todas as conquistas violentas tiveram um fim igualmente violento, porque não pode o Homem ser conquistado pelo ódio, pela luxúria, pela ambição - somente pelo amor! Em Mateus (11:29), temos a palavra de Jesus: “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas!” Observando a conduta doutrinária, com o auxílio de seus Mentores e dentro dos ensinamentos da Doutrina do Amanhecer, o Homem se transforma no Jaguar e aprende a direcionar e a controlar o poder da inteligência e do seu padrão vibratório, abdicando do uso da violência, sabendo que está protegido pelos Planos Superiores. Entende que toda palavra ofensiva carrega forte impregnação de ódio e desarmoniza aqueles que estão ao seu redor. Assim, preocupa-se em manter sua conduta doutrinária, sem violências, ofensas, xingamentos ou palavrões, contendo-se para não proferir palavras nem assumir atitudes que possam ferir ou magoar o próximo. Mas esse comportamento  tem que ser feito de maneira sincera, sem disfarces, vindo do fundo de seu coração, sem vaidade nem orgulho. Isso o torna manso, equilibrado, transmitindo paz, segurança e tranqüilidade aos que estão ao seu redor. Sabe que tudo lhe virá por acréscimo, pelo seu merecimento. Passa, então, a possuir a força da benevolência e a suavidade espiritual, a ser manso de coração, passando com segurança e confiante na Espiritualidade Maior pelas tempestades que se desencadeiam nos carreiros terrestres, neste limiar do Terceiro Milênio, era em que será feita a separação do que é bom e do que é mau. Terminada a ceifa, em que o trigo será separado do joio, não haverá, neste planeta, lugar para os violentos e prepotentes, e os mansos herdarão a Terra!


3. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados!

         Algumas traduções trazem a palavra “triste” em lugar de “que choram”, como se significassem a mesma coisa. Entendemos que Jesus quis designar o Homem insatisfeito internamente, aquele que ainda não encontrou a sua verdade, a sua realização íntima. Em sua jornada neste planeta, marcada pelo aprendizado e pelos reajustes, o Homem enfrenta grande variedade de dificuldades e dores, que vão desde sua vida familiar, seus esforços para melhorar sua condição social e financeira, para a realização de seus desejos, os desencontros e as separações de entes queridos, as enfermidades, enfim, toda uma série de conseqüências de suas atitudes egoístas, do orgulho e da vaidade. Isoladas pelos ressentimentos e amarguras, vemos muitas pessoas fugindo do silêncio e da solidão que as obriga a encontrar-se consigo mesmas, pelas manifestações ruidosas, pelas expressões da falsa alegria, com isso buscando enganar àqueles que as observam. E essa falsa alegria aumenta a tristeza e o choro, que  precipitam o Homem em terríveis abismos, conduzido pela incompreensão, pela solidão que o leva ao desespero, ao álcool e aos tóxicos. Pelo atendimento espiritual e por ação do desenvolvimento mediúnico iniciam a jornada numa estrada iluminada, onde poderão ser consolados e obter a graça da libertação de suas tristezas. Todavia, o Jaguar é muitas vezes considerado um Homem triste, porque, praticando a Doutrina, equilibrado em seus sentimentos e sabendo conter suas manifestações, não costuma dar grandes demonstrações exteriores de euforia ou tristeza e nem explosões de alegria ou de dor, limitando-se a viver em busca da verdade, da calma, da paz e de sua satisfação interior, entendendo o porquê de suas passagens em faixas estreitas e difíceis, que se alternam com períodos de bonança e tranqüilidade. A alegria íntima de quem está em sintonia com Jesus é silenciosa, imponderável. Para quem não entende nossa Doutrina, para aqueles que estão escravos das alegrias do mundo, sem capacidade de penetrar na suave alegria do Homem em paz com Deus e consigo mesmo, o Jaguar parece triste porque não sabe “aproveitar a vida”, desperdiçando seus momentos no Templo ao invés de ir para clubes e boates divertir-se, trocando sua vida social mundana por sua ação na Lei do Auxílio. Mas esses “tristes” - que não choram porque têm consciência de suas missões - já recebem o seu consolo pela remissão de faltas transcendentais e sabendo que estão aliviando seus carmas. Quando Jesus disse, em outra oportunidade, que “quem quiser seguir-me, negue a si mesmo, carregue sua cruz e me acompanhe, pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas quem perder sua vida por minha causa, encontrá-la-á. Pois, que adianta ao Homem ganhar o mundo inteiro com prejuízo de sua alma? Ou o que dará o Homem em troca de sua alma? Porque o Filho do Homem virá e retribuirá a cada um segundo as suas obras!”  estava se referindo a isso. Perder a vida não é desencarnar, mas, sim, renunciar às coisas mundanas e materiais. É claro que devemos equilibrar nossa vida material com a espiritual e agregar a Doutrina sem fanatismo ao nosso dia-a-dia. Mas o espírito sabe diferenciar as coisas e, com o passar do tempo, entendendo progressivamente o nosso íntimo, sabendo avaliar os campos vibratórios por onde passamos, vamos, intuitivamente, selecionando nossos passos, e verificamos a troca vantajosa que fazemos quando, em lugar de diversão em locais onde proliferam as más vibrações, as fofocas, a hipocrisia, o interesse e a falsa moral, podemos utilizar nosso tempo e nossas forças nos trabalhos da Lei do Auxílio. Pode parecer triste, mas o Jaguar se sente realizado e feliz no cumprimento de sua missão – e consolado!


4. Bem-aventurados os que têm fome e sede de Justiça, porque serão fartos!

         O Homem que não desenvolve a sua mediunidade na prática da Lei do Auxílio corre o risco de viver insatisfeito, descontente consigo mesmo, sofrendo os tormentos do infinito e a saudade de suas raízes. Sente que poderia fazer mais do que faz, e se inquieta por não encontrar o caminho que lhe dê paz e tranqüilidade. Entre a Paz e a Justiça que pretende em seu futuro, sofre a angústia e o peso de seus erros do passado, sem saber como manipular essas poderosas correntes que agem sobre tudo o que faz, o que pensa e o que fala. O Jaguar é aquele que se decidiu por um caminho, trilhando-o consciente e confiante, fiel à sua Iniciação e outras consagrações, buscando sua realização espiritual, na grandiosa jornada cujo final a mente humana não tem como alcançar. Sabe que a Justiça Divina o observa e o compreende quando age e reage de acordo com seu nível vibratório, seu amor, sua dedicação, e nos momentos difíceis, em que atravessa pontes estreitas, crises consigo mesmo e com aqueles que o cercam. O Jaguar se eleva, conhece cada vez melhor sua individualidade, é gradativamente menos influenciado por sua personalidade, e, consciente de seus compromissos transcendentais, passa a encarar o mundo de outra forma: passa a ter fome e sede de Justiça! Uma Justiça que não lhe causa temor, por ter seu coração purificado e por sua marcha dentro da conduta doutrinária. Sentindo a iniquidade e o egoísmo dos responsáveis pelos destinos materiais e sociais da humanidade, que mais impõem a Vingança do que a Justiça, o desequilíbrio moral e os descaminhos dos condutores de grande parte dos povos da Terra, a crescente interferência do Vale das Sombras nessas mentes, enlaçando líderes religiosos e cientistas em tenebrosos planos e experiências, o Jaguar trabalha e aguarda que a Justiça possa ser feita conforme ensinou Jesus. Não quer destruições ou vingança: dedica-se ao trabalho espiritual para que possa levar a Luz do Cristo, o mais intensamente que puder, até onde imperam as Trevas e a incompreensão. Suas vibrações tendem a  alcançar, um a um, aqueles que, encarnados ou desencarnados, caminham nas sombras da vaidade, da ambição, da inveja e do ódio, buscando despertar neles o conhecimento da Luz e do Amor. E, para todos, o Jaguar espera Justiça Divina!


5. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!

         Ser misericordioso é praticar o amor incondicional, o amor ensinado por Jesus, que nos ensinou a amar o feio, o doente, o fraco, o ignorante e o que se diz nosso inimigo com a mesma intensidade que amamos os saudáveis de corpo e mente, bonitos e agradáveis. É claro que existem vários aspectos do mesmo sentimento – Amor – e isso se evidencia em todos os casos que temos em nossa jornada. Amamos nossos filhos, nossos pais, nossos cônjuges, nossos parentes, nossos amigos, nossos animais – sempre dentro do mesmo princípio, porém com suas características próprias. Temos que despertar mais uma variante para esse elevado sentimento, para acolher aqueles que se dizem nossos inimigos e as coisas que nos são desagradáveis. Em Mateus (7:14 e 15) encontramos: “Porque se vós perdoardes aos homens as ofensas que tendes deles, também o vosso Pai Celestial vos perdoará os vossos pecados. Mas, se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai perdoará os vossos pecados!” Ter a consciência de sua missão faz o Jaguar ser misericordioso, porque aprende a amar todos os seus irmãos deste Universo, mesmo aqueles necessitados e incompreendidos, projetando seu ectoplasma iluminado por seu Sol Interior para a cura desobsessiva, na ajuda caridosa da Lei do Auxílio. Vemos o alcance do perdão na passagem relatada por Mateus (18:15, 21 e 22): “Portanto, se teu irmão pecar contra ti, vai e corrige-o entre tu e ele somente; se te ouvir, terás ganho o teu irmão... Então, chegando-se Pedro a Ele, perguntou: Senhor, quantas vezes poderá um irmão pecar contra mim para que eu lhe perdoe? Será até vezes sete? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes até setenta vezes sete”. Vemos, assim, que o que caracteriza a misericórdia é o perdão das ofensas, o total esquecimento daquilo que nos fizeram de mal, sem que sintamos ódios nem rancores. O Homem, enquanto simples cidadão que não desenvolveu sua mediunidade, é predominantemente social. Vive momentos complicados, mas somente vislumbra a situação pela ótica materialista. Se penetra em caminhos mais elevados da sua intelectualidade ou se envolve pelo misticismo, tende, de modo geral, a se tornar solitário. O Jaguar, o Homem que desenvolveu sua mediunidade, que superou a intelectualidade e o misticismo pelo conhecimento doutrinário, torna-se solidário! Aprende, em sua missão, que a passividade não pode dominá-lo, porque ninguém pode ser bom se não fizer o Bem. Lança-se ao trabalho espiritual, agindo não só no Templo, mas em qualquer lugar que esteja, com a consciência de sua força, da assistência de seus Mentores, procurando agir onde houver dor, desesperança, sofrimento ou aflições, levando a harmonia e a paz, vivendo ativa e intensamente as 24 horas de cada dia. Na II Carta aos Tessalonicenses (3:13), Paulo nos exorta: “E vós, irmãos, não vos canseis de fazer o bem!”, alertando-nos para muitos casos em que vemos nossos irmãos interromperem suas jornadas sob a alegação de cansaço. O trabalho na Lei do Auxílio, feito com amor e dedicação, jamais nos cansa. Pelo contrário, nos dá a força e o entusiasmo de podermos servir ao próximo, nos abastecendo com energias que se renovam e nos ajudam em nosso progresso espiritual. O Jaguar aprendeu que a misericórdia tem suas qualificações corporais e espirituais, como o Cristo exemplificou, tratando das feridas do corpo e do espírito, curando, ensinando, enxugando as lágrimas, corrigindo, perdoando e amando! Confia nas palavras de Jesus: “...e aquele que viver e praticar a misericórdia, receberá a misericórdia divina!...”  Em outra passagem, relatam os Evangelistas que os fariseus criticaram duramente Jesus porque estava sentado à mesa, da qual participavam pescadores humildes e desprezíveis coletores de impostos, tendo o Divino e Amado Mestre respondido: “Não necessitam médicos os que estão com saúde, mas sim os doentes! Ide e aprendei o que quer dizer misericórdia! Misericórdia é o que eu quero, não sacrifícios!... Vim, não para chamar os justos, e sim os pecadores...” . E quando Jesus explicou que o maior mandamento é amar a Deus sobre todas as coisas, mas que, de igual importância, é o que manda que amemos nosso próximo como a nós mesmos, entendemos que devemos exercer a misericórdia com todos e, também, conosco. Preso no invólucro material, deve o Jaguar cuidar da higiene e da saúde de seu corpo, descansando, trabalhando, dormindo e com pleno exercício de todas as suas atividades mentais e físicas, tratando-se quando for necessário consultas com médicos da Terra, cumprindo recomendações médicas e dando o apoio, principalmente, aos seus familiares, sob todos os aspectos - material, social e moral -, atentando para o fato de que o Jaguar harmonizado é aquele que sabe manter equilibrados os dois pratos da balança: o físico e o espiritual. Praticar a misericórdia sem sacrificar seu lar, sua família ou a si próprio. Misericórdia, sim; sacrifício, não!



6. Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus!

         O Jaguar é o Homem que busca limpar seu coração, tirando a terra que o impediria de cumprir sua missão, superando sua personalidade e modificando-se internamente. Tem o Jaguar de se livrar de seu ego, libertar-se dos valores materiais, harmonizar-se com o Universo, abrigando o amor e desprezando o egoísmo, o orgulho e a vaidade. No Evangelho de Marcos (10: 14 a 16) vemos a reação de Jesus quando os discípulos repreenderam as pessoas que haviam trazido crianças para serem abençoadas: “Jesus, porém, vendo isto, indignou-se e lhes disse: Deixai vir a mim os pequeninos! Não os embaraceis, porque deles é o Reino de Deus! Em verdade vos digo: Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, de maneira nenhuma entrará nele! Então, tomando-as nos braços e impondo-lhes as mãos, as abençoava.” Esse o exemplo para que tenhamos sempre a doçura e a inocência – ou falta de maldade – que vemos nas crianças, para termos limpos os nossos corações. Só sabe amar o Homem livre do seu egoísmo, que faz uma reforma profunda em seu interior, libertando-se do jugo de sua personalidade e reformulando sua escala de valores. Quantos casos conhecemos de pessoas que empregam negativamente grandes dons inatos que receberam para missões grandiosas, e, por isso, têm existências angustiosas e mesquinhas, invejando os menos aquinhoados pela vida material mas que desenvolvem suas forças mediúnicas e, trabalhando na Lei do Auxílio, cumprem em paz suas jornadas. O Jaguar busca sua evangelização progressiva, melhorando, com isso, o alcance da sua emissão e a captação de forças cósmicas e telúricas, tornando-se instrumento cada vez mais afinado da Espiritualidade Maior. Entende e analisa o momento vivido, captando a centelha divina que se projeta de cada fato, de cada acontecimento que enfrenta. Assim, torna puro o seu coração e desempenha com maior eficiência sua missão. Sem maldade e sem malícia, consciente de suas obrigações, cumprindo e fazendo cumprir as Leis da nossa Doutrina do Amanhecer, vivendo equilibrado e harmonizado dentro da obediência à conduta doutrinária, o Jaguar tem confiança nas palavras do Cristo, reunindo condições de ter limpo o seu coração e, com isso, poder ver Deus!...


7. Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!

         A Terra é palco de muitos conflitos, sendo difícil encontrar um ambiente de paz por causa da ignorância e ímpetos violentos da Humanidade. Cada personalidade está, pelo efeito de sua sensibilidade e de seu desenvolvimento espiritual, sujeita a influências externas e internas que se traduzem em ações comandadas por sua energia mental. As grandes brigas começam com pequenos murmúrios, queixas e reclamações, frutos da leviandade, da inveja, do orgulho, da vaidade, da ingratidão e da miséria moral, produtos da personalidade mal dirigida. Buscando eliminar os seus conflitos íntimos, que surgem entre sua individualidade e sua personalidade, que são os maiores combates que o Jaguar enfrenta em sua jornada, vai o missionário dominando sua visão, sua audição, seu gosto e seus impulsos, se tornando um pacificador, porque, vitorioso em sua luta íntima, adquire a paz interior e se capacita para acalmar os ânimos daqueles que estão ao seu redor. Koatay 108 fez diversos comentários sobre o poder do Jaguar, especialmente em rituais, como o da Estrela Candente, em que pode aliviar e até terminar conflitos entre povos distantes. A Espiritualidade deseja que sejamos obedientes e resignados, mas não com a resignação adulterada pela Humanidade como a negação do sentimento e da vontade, mas sim com a que nos foi ensinada por Jesus: “A obediência é o consentimento da razão e a resignação é o consentimento do coração!” Sabe o Jaguar que o Homem em conflito consigo mesmo torna-se perturbador, pois os conflitos externos são conseqüência de um conflito interno. Jesus disse: “Eu vos dou a minha Paz! Não a dou assim como o mundo dá a sua paz... Eu vos dou a minha Paz para que minha alegria esteja em vós, e, assim, seja perfeita a vossa alegria!”  Sabemos, então, que temos a obrigação de sermos alegres, para termos um elevado padrão vibratório, o que nos dará a Paz do Cristo em nossos corações, a harmonização do nosso Sol Interior. Sempre que nos depararmos com um conflito, oremos ao Senhor, mesmo que seja mentalmente, abramos o nosso canal de emissão e confiantes nas palavras de Jesus (“... pois onde houver duas ou mais pessoas reunidas em meu Nome, ali estarei Eu, em espírito e verdade, no meio delas.”) vamos agir com equilíbrio, tranqüilidade e muito amor, para que possamos receber a intuição divina, agirmos como instrumentos da Voz Direta, confiantes em nossos Mentores. Com a convicção dos princípios doutrinários do Amanhecer, estamos nos desenvolvendo a cada dia com maior sabedoria e cuidado para evitar rompantes e agressões como reações dos acontecimentos que surgem diante de nós, frutos de ações cometidas no passado ou nesta vida, de forma a evitarmos tristes conseqüências para nós mesmos. Na I Carta aos Tessalonicenses (5:13), Paulo nos aconselha: “Tende paz entre vós!” e, na carta aos Colossenses (3:8), diz: “Mas, agora, despojai-vos também de todas estas coisas: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes de vossa boca!” O nosso trabalho de pacificar os irmãos em conflito, de fazer uma doutrina baseada no amor e nos conhecimentos de nossa missão, nos permitirão sermos chamados Filhos de Deus!



 8. Bem-aventurados os que padecem perseguição por amor da Justiça, porque deles é o Reino dos Céus!

         O Jaguar em harmonia com os Planos Superiores, tendo equilibrado seu Sol Interior, com sua consciência despertada, agindo na Lei do Auxílio pela força do seu amor e da sua caridade, vivendo sua perfeita conduta doutrinária, tem uma atitude justa e reta para com Deus. Arraigada na vaidade e no egoísmo, a Humanidade, através dos tempos, sempre tem desprezado e perseguido os sábios e os justos, simplesmente por julgá-los superiores aos demais. Ser bom, ser justo, agir corretamente - isso causa temor aos que estão ao redor, e gera conflitos e perseguições. Um provérbio árabe diz: Por que me queres tão mal se nunca te fiz qualquer bem? Certamente existem componentes transcendentais em muitos casos, mas a verdade é que ser bom, fazer o bem, provoca, de modo geral, reações negativas em quem recebe os benefícios. Quem leva a vida em desatinos, mergulhando cada vez mais fundo no abismo negro dos vícios, das maldades e das agressões, não se sente bem perto de alguém que seja equilibrado e bom. São vibrações antagônicas, padrões vibratórios diferentes, e o resultado é que surgem situações de deboche, maledicência e provocações. O mau sabe o quanto é difícil ser bom, que não conseguiria atingir aqueles graus de sabedoria, de perfeição moral, de consciência e de conhecimentos, e daí nasce um sentimento de frustração, que leva a ressentimentos e a perseguições. Por todos os tempos, o Homem tende a se acomodar numa situação em que se diz colocado “pela vontade de Deus”, esquecido de que toda a sua reencarnação foi por ele mesmo programada, e não tem a preocupação de progredir tanto material como espiritualmente. Não aceita que alguém possa ser melhor do que ele. Passa, então, a destruir indiscriminadamente todos os que julga acima dele, por puro sentimento de inveja e frustração. Olham como ofensa pessoal todo aquele que demonstra ter melhor capacidade em qualquer segmento profissional, social ou moral. Se esse Homem tem poder em suas mãos, passa a ser um perseguidor violento de suas vítimas. Jesus sabia como seus seguidores seriam perseguidos, e advertiu os apóstolos para terem confiança em suas difíceis missões. Harmonizados em suas relações com Deus, quando sofrerem perseguições por causa de nossa Doutrina, os Jaguares sabem, como o sabiam os apóstolos que morreram cantando em meio aos terríveis suplícios, que o prêmio sublime da confiança e do amor inquebrantável em Jesus, será o Reino dos Céus.



9. Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e, por minha causa, mentindo, disserem todo o mal contra vós. Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos Céus, pois assim também perseguiram os profetas que viveram antes de vós!

         Jesus adverte sobre as dificuldades que, por todos os tempos, se fizeram presentes na jornada de Seus missionários. Em Sua presença, escribas e fariseus O acusaram de ser enviado pelo demônio, pois ouviam suas críticas profundas ao sistema religioso vigente na época. Falando aos apóstolos, Jesus disse (Mateus, 10:16 a 20): “Eis que eu vos mando como ovelhas no meio de lobos. Sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas. Guardai-vos, porém, dos Homens. Arrastar-vos-ão para os seus tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas, e por minha causa sereis levados à presença dos governadores e dos reis, para lhes servirdes, a eles a aos gentios, de testemunho. Quando vos levarem, não cuideis como ou o que haveis de falar. Porque naquela hora vos será inspirado o que haveis de dizer. Porque não sois vós que haveis de falar, mas o Espírito de vosso Pai é o que fala em vós.” Essa perseguição é, assim, de longa data, e o que Jesus nos ensina é que devemos superar nosso medo e nos entregarmos, confiantemente, à Sua santa vontade, sabendo que a Espiritualidade Maior nos concederá todo o auxílio para a superação das dificuldades. Em sua carta aos Romanos (8:31), Paulo indaga: “Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?” Com o crescimento da nossa Doutrina, evidenciada pelo grande número de Templos do Amanhecer em funcionamento por todo o Brasil e já ultrapassando nossas fronteiras e sendo implantados em outros países, desperta-se a atenção de outras religiões, que se sentem ameaçadas, e das falanges de espíritos das Trevas que buscam destruir qualquer Luz que apareça em seus domínios. Estes irmão inluz agem, principalmente, através das autoridades sociais e religiosas, que começam a agredir nosso corpo mediúnico e a promover campanhas de descrédito e ameaças à continuidade de nossos trabalhos. Pela televisão, pelos jornais e revistas, por livros escritos até mesmo por antigos componentes da Doutrina, tentam desesperadamente nos atingir. Não respondemos, não reagimos como seria desejo deles, porque temos a certeza de nossa orientação espiritual e confiamos em nossos Mentores. Nada nos abala nem nos causa apreensão, porque teremos sempre, por nosso merecimento, a Voz Direta que falará por nós nos momentos difíceis, projetando em nossas mentes o que deveremos dizer àqueles que nos injuriarem e nos perseguirem por causa de nossa Doutrina. Resistindo sem violência, mas sim com amor, grande será nosso galardão no Reino dos Céus.


10. Vós sois o sal da Terra! Se o sal perder a sua força, com que outra coisa se há de salgar? Para coisa alguma ficará servindo senão para se lançado fora e pisado pelos Homens.

         Jesus nos adverte para sermos autênticos, conscientes de nossa Doutrina, usando o sal como comparação, pois o sal tem importante papel na história do Homem, servindo como tempero e conservante de alimentos. Só que deve ser usado na dose certa, sob risco de estragar o paladar. Assim deve ser, também, conosco. Paulo, na Carta aos Colossenses (4:6), disse: “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como responder a cada um!” O Jaguar harmonizado e consciente, sabe dosar a sua Doutrina, sem se tornar insistente ou impertinente, não fazendo proselitismo, sabendo como e quando agir, afastando o fanatismo e as superstições, analisando e sentindo cada situação de modo a atender à necessidade de quem o procura. Claro e objetivo, deve saber se nivelar aos que estão ao seu redor, não desagradando aos que atende, tratando os assuntos mais complexos com linguagem simples e inteligível. Muitos são os que se prendem aos Evangelhos apenas pelo que está escrito, numa visão puramente intelectual; outros erguem sistemas teológicos, uns se preocupam com a confirmação histórica e geográfica das passagens relatadas, todos esquecidos da grandeza e valor dos ensinamentos de Jesus. O Jaguar se preocupa em ser evangelizado sem trilhar o perigoso caminho das interpretações e correto em sua conduta doutrinária, para que possa agir, falando e vibrando com precisão, nas Leis do Amanhecer. Como o sal, não pode ser demais e nem de menos - há que saber dosar! Caso se afaste desta realidade, caso use sua mediunidade para auferir benefícios materiais ou prestígio social, perde a sua força espiritual, e será lançado fora e pisado pelos Homens...


11. Vós sois a luz do mundo! Não pode esconder-se uma cidade situada sobre um monte. Nem tampouco os que acendem um luzeiro o colocam debaixo do alqueire, mas sobre o candeeiro, a fim de que ilumine a todos os que estão na casa. Brilhe pois assim a vossa luz perante os Homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos Céus!

          Vamos entender melhor quando voltamos há dois mil anos e, segundo Mateus (13: 11 a 17), Jesus respondeu aos discípulos que lhe perguntaram porque Ele falava por parábolas: “Porque a vós outros é dado conhecer os mistérios do Reino dos Céus, mas a muitos isto não lhes é concedido. Pois ao que tem, se lhe dará, e terá em abundância; mas aos que não tem, até o que tem lhe será tirado. Por isso lhes falo por parábolas, porque vendo, não vêem, e, ouvindo, não ouvem nem entendem! De sorte que neles se cumpre a profecia de Isaías: Ouvireis com os ouvidos e de nenhum modo entendereis; vereis com os olhos e de nenhum modo percebereis. Porque o coração deste povo está endurecido, de mau grado ouviram com os seus ouvidos, e fecharam seus olhos; para não suceder que vejam com os olhos, ouçam com os ouvidos, entendam com o coração, se convertam e sejam por mim curados. Bem-aventurados, porém, os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem! Pois em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não viram; e ouvir o que ouvis, e não ouviram!” Esta passagem reforça nossa responsabilidade como instrumentos da Luz que a Espiritualidade Maior nos projeta, e pela qual temos condições de agir e reagir em nossas missões. Enquanto o Divino e Amado Mestre nos ensinou com parábolas, temos que viver Suas lições e repassá-las de forma clara e objetiva. Nosso conhecimento é a Luz e, na marcha evolutiva, vamos conseguindo aumentar nossa Luz e aprendendo a aplicá-la não só no nosso próprio caminho como temos, com responsabilidade crescente, de iluminar os que estão ao nosso redor. Na Doutrina do Amanhecer, nada temos de secreto ou escondido. Trabalhamos no Templo ou em qualquer lugar, a qualquer hora, sabendo que somos projetores desta Luz Divina. Nossa missão é consolar os aflitos, conscientizar espíritos, aplacar as dores, tendo, porém, a consciência de que tudo é feito através de nós e não por nós! Não é a nossa força que liberta um irmão, mas, sim, o poder da Espiritualidade que age pela nossa mediunidade e pelo nosso amor. Deus é Luz, e esta Luz se projeta pelo nosso plexo, nos fazendo também Luz, a Luz do Mundo, com poder desobsessivo e curador, que vai atuar sobre encarnados e desencarnados. Não podemos nos orgulhar nem nos vangloriar, porque somos simples agentes dessa Luz, que só poderá se refletir em nós se tivermos conduta doutrinária, amor e merecimento. Nos Templos do Amanhecer, a energia luminosa alcança todos os que estão ali e atinge, pela força do pensamento, aos que, distante, precisam de ajuda. Nada é feito às escondidas: a Doutrina é colocada de forma clara e elevada, dando oportunidade para que cada um de nós faça brilhar a sua Luz.



12. Não julgueis que vim destruir a Lei ou os profetas. Não vim destruí-los, mas dar-lhes cumprimento. Porque, em verdade, vos digo: Enquanto não passarem o Céu e a Terra, não passará, da Lei, um só “i” ou til, sem que tudo seja cumprido! Aquele que violar um destes mínimos mandamentos e assim ensinar aos Homens, será tido pelo menor no Reino dos Céus; mas o que os guardar e ensinar será estimado grande no Reino dos Céus!

         De forma clara, Jesus proclama a Verdade da Lei e dos profetas, evitando, assim, o possível conflito com aqueles que pensavam que Ele estava disposto a destruir toda a velha doutrina de Moisés e implantar novidades. Como se pode ver no Velho Testamento, havia a necessidade de atender às condições de consciência e cultura dos povos, e muita coisa foi dada como revelação divina mas, na verdade, era mistificação para atender à estratégia de sacerdotes e governantes. Mas tudo caminhou para a chegada do Messias, o Salvador, Jesus de Nazareth. Foram estágios, vividos pela Humanidade em cada era, na evolução espiritual do Homem na Terra. Logo, não poderia o Divino e Amado Mestre destruir toda a base da revelação de sua Doutrina Crística. Em muitas ocasiões, Jesus falou do que tinha sido dito aos antigos, mas que agora seria a hora de ouvi-lo e entendê-lo sobre o mesmo assunto, sob a ótica do amor incondicional. Quando contrariou a Lei Mosaica - uma coleção de preceitos horizontais, mais materiais do que espirituais -, perdoando a adúltera que deveria ser apedrejada até a morte, ou quando contrariou a Lei de Talião, do “olho por olho, dente por dente”, ensinando que devíamos amar os nossos inimigos, Jesus estava apenas acrescentando o amor e a consciência universal às leis divinas que regiam os Homens, aperfeiçoando-as, buscando dar a base de conhecimentos interiores que propiciariam ao espírito, já burilado através de suas várias reencarnações,   melhores condições de agir e reagir em sua nova jornada, evitando intenções e atitudes geradas pelo Mal. Em Mateus (10:7 a 14) nos são reveladas as instruções de Jesus a seus apóstolos, que devemos aceitar como a linha de ação do Jaguar: “À medida que seguirdes, pregai que está próximo o Reino dos Céus. Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios. De graça recebestes, de graça daí! Não vos provereis de ouro, nem de prata, nem de cobre nos vossos cintos; nem de alforje para o caminho; nem de duas túnicas, nem de sandálias, nem de bordão; porque digno é o trabalhador de seu alimento. E em qualquer cidade ou povoado em que entrardes, indagai quem neles é digno; e aí ficai até vos retirardes. Ao entrares na casa, saudai-a. Se, com efeito a casa for digna, venha sobre ela a vossa paz! Se, porém, não o for, torne para vós outros a vossa paz. Se alguém não vos receber nem ouvir as vossas palavras, ao sairdes daquela casa ou daquela cidade, sacudi o pó de vossos pés!” Entendemos que essa expressão de sacudir o pó de nossos pés significa nos libertarmos de qualquer mágoa ou ressentimento quando não formos compreendidos em nossa missão. Com Jesus, a evolução do espírito humano começou uma nova fase, em que fomos ensinados a despertar para uma nova condição: sermos bons internamente, aprendendo a força da humildade, da tolerância e do amor. Fica caracterizada a importância e a responsabilidade dos Instrutores, para fiel transmissão do Evangelho e da Doutrina Crística. 



13. Porquanto, vos digo: Se a vossa Justiça não for maior do que a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos Céus!

         Jesus procurou incutir em seus seguidores a noção da Justiça Divina, sobrepondo-se à Justiça dos Homens. Há dois mil anos, os escribas ensinavam as Lei de Moisés e as interpretavam para o povo; e os fariseus buscavam interpretações e dogmas que geravam intermináveis discussões e deram origem a diversas seitas, reagindo a qualquer ideia inovadora. Por isso se prendiam às leis e à santidade legal ou exterior e entendiam a Justiça de modo deformado, o que causou muitos diálogos ásperos entre eles e Jesus, que buscava esclarecer os atos e fatos à luz do Evangelho. Nós, Jaguares, devemos ter claramente a noção da Justiça Divina, do Poder Universal, com nossa consciência tranquila porque temos todas as condições de aprender e praticar nossa Doutrina, com  tolerância, humildade e amor, sem preconceitos nem julgamentos, sabendo entender e perdoar, praticando, pois, a Justiça de forma superior à dos escribas e fariseus.



 14. Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás! Quem matar será réu no juízo. Eu, porém, vos digo que todo aquele que se irar contra seu irmão será réu no juízo. E o que disser ao seu irmão: Raca, será réu no conselho. E o que disser: Louco, será réu no fogo do inferno! Portanto, ao apresentares a tua oferta ante o altar, te lembrares, aí, de que teu irmão tem algo contra ti, deixa aí a tua oferenda ante o altar, e vai, primeiro, reconciliar-te com teu irmão. E depois virás fazer tua oblação.

         Raca é um termo injurioso, que significa vazio de qualidades, pecador, imprestável. Ao ser pronunciada esta palavra, os judeus cuspiam de lado. Aos antigos a lei abrangia somente aquele que matasse. Na I Carta aos Coríntios (3:16 a 17), Paulo disse: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus? ... Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá.” Jesus acrescentou à antiga Lei os que entram em conflito com seus irmãos e os caluniam e os desprezam. Somos muitas vezes acusados de loucura ou fanatismo por aqueles que não sabem entender nossa missão e se deixam ficar sob o jugo de suas idéias científicas ou do peso de seus próprios erros. Como alguém, com seu coração cheio de ódio, emitindo forças negativas, pode fazer uma oferenda a Deus? Não é possível, como também não se pode realizar um trabalho com baixo padrão vibratório. Tudo o que fazemos com amor é uma oferenda a Deus. Mas só teremos condições de impregnar de amor nosso ectoplasma se tivermos em paz conosco mesmo e com aqueles que se dizem nossos inimigos. Mesmo que estes não queiram se reconciliar conosco, temos o poder do perdão e de cessar nossas más vibrações. Devemos, ao chegar ao Templo, buscar nossa harmonização no Castelo do Silêncio, equilibrando nossa mente e clareando nossos sentimentos, para podermos nos colocar a serviço da Espiritualidade Maior. Lembramos do que nos dizia Koatay 108, sobre nossa jornada, nos advertindo para que não seguíssemos deixando alguém chorando ou emitindo uma melodia diferente da nossa - a misericórdia e a harmonia. Com isso, temos como manter nossos Mentores junto a nós, nossa ligação com a Voz Direta e nossa condição de poder fazer nossa oferenda a Deus.


15.  Entra logo em acordo com o teu inimigo, enquanto estás com ele em caminho, para que não suceda te entregue o adversário ao juiz e o juiz ao seu ministro e sejas lançado ao cárcere. Em verdade te digo que não sairás de lá até pagares o último ceitil!

         Este conselho é vital para o perfeito cumprimento de nossa jornada, pois nos previne sobre a necessidade de nos reajustarmos com aqueles que estão junto a nós antes de que sejamos separados pelo desencarne. Enquanto estamos nesta existência terrena, temos as condições privilegiadas do espírito encarnado, que tem a assistência de seus Mentores, tem as oportunidades de se aprimorar pelo trabalho na Lei do Auxílio e, por conseqüência, pode influir profundamente nas situações de seus próprios obsessores e cobradores, aliviando suas cargas pela ação do seu mediunismo. Após o desencarne, o espírito fica entregue a si mesmo, sofrendo sem poder ter atenuadas as influências daqueles espíritos, o que pode gerar situações tristes e de sofrimento. Conscientes de que devemos saldar nossas dívidas, integralmente, com cada um deles, é importante que o façamos enquanto eles estão perto de nós, também encarnados, nos cobrando e nos provocando, mas sensíveis à Doutrina e à ação de nossa conduta doutrinária, ao alcance de nosso ectoplasma. Pela constância de nossos trabalhos espirituais obtemos nossos bônus e aumentamos nosso merecimento. Porém, o desenvolvimento do nosso espírito só será feito pelo reajuste com nossos cobradores encarnados e desencarnados. Não temos como saber o que é cármico ou não, em nossa jornada. Assim, vamos buscar nossos acordos com amor e tolerância, sem deixar que as oportunidades passem e nos distanciem daqueles com quem temos que nos reajustar. Há casos em que esbarramos na dureza do coração do adversário, levado por suas idéias contraditórias, por sua natureza violenta e agressiva, por seus sentimentos de rancor e ódio, o que nos deixa impossibilitados de, fisicamente, fazer a conciliação. Temos, então, que fazer a nossa parte – perdoar, vibrar positivamente e pedir aos Mentores que possam iluminar aquela mente envolvida pela perversidade.


16. Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não adulterarás! Eu, porém, vos digo: Todo o que olhar para uma mulher, cobiçando-a, já adulterou com ela no seu coração. E se teu olho direito te serve de escândalo, arranca-o e lança-o fora de ti, porque te é melhor perder um de teus membros do que ser lançado todo o teu corpo no inferno. E se tua mão direita te serve de escândalo, corta-a a lança-a fora de ti, porque te é melhor se perca um de teus membros do que ir todo o teu corpo para o inferno.

         Na vida moderna, em que, decorridos quase dois mil anos, procura-se nova versão do que nos foi deixado pelos Evangelistas, a moral está sendo enfocada sob novos valores e parece que a Humanidade relega o toque divino a detalhe sem importância para as grandes realizações. A união do Homem e da Mulher, em sua maior parte, desconhece as premissas do amor e do romantismo, e os casamentos se fazem por mil outros motivos. Não são duráveis, porque, sem amor, é difícil a convivência, o respeito e a confiança. Se existe atração física, interesses financeiros e outros motivos que não o amor, seria melhor não se deixar envolver pelos compromissos de um casamento. E Jesus chama a atenção para este fato, pois aquele que não se sente bem com uma união está a caminho do adultério, e, como em diversas passagens, o Divino Mestre nos ensina que o que mais vale é a intenção e não a ação. Não podemos ceder às tentações. Elas existem, mas temos que nos proteger por nossa conduta doutrinária e pela evolução do nosso conhecimento, sabendo que tudo o que temos e do que precisamos está dentro de nós mesmos, dependendo de nossa força e do nosso amor incondicional. Temos que controlar nossos instintos, elevando-os à altura do progresso que realizamos, transformando-os em sentimentos. O espírito começa por ter instintos, evoluindo para ter sensações e chegar aos sentimentos – dos quais o maior é o amor. Temos que manter uma união estável pela harmonia, pelo respeito e, principalmente, pelo amor. Muitos casos existem de casais que começam a se afastar um do outro pelos compromissos profissionais, pela diversidade de interesses, e vão deixando que a solidão surja na vida de seu companheiro ou companheira. Isso acontece, não raramente, quando o casal tem filhos, e a mãe começa a se entregar exclusivamente ao cuidado do lar e dos filhos, deixando de lado o marido. É o caminho para o fim da união, pois a carência afetiva faz com que aquele que se sente solitário parta em busca de companhia. Também, com profissionais que deixam a esposa por força de seus descontrolados compromissos, acontece o desencontro e a solidão, que leva a buscas de consolo em outros relacionamentos. Devemos, pois, pesar e equilibrar nossa vida em família, para que formemos um lar unido e iluminado. Não devemos nos envolver em escândalos, porque estaremos prejudicando nossa evolução, e temos que ter a maior atenção com todos que nos cercam para evitar cairmos nas tentações da vaidade, da luxúria e da ambição. Jesus acentua essa preocupação que devemos ter quando diz que é melhor perder um olho ou uma mão a perder todo o corpo.


17. Também foi dito: Aquele que se desquitar de sua mulher, dê-lhe carta de repúdio. Eu, porém, vos digo: Todo aquele que repudiar a sua mulher, a não ser por causa de fornicação, a faz ser adúltera. E o que tomar a repudiada, comete adultério.

         Desde a remota antiguidade, o casamento foi a base da célula familiar que constitui as sociedades humanas. Mais do que uma união de sexos para perpetuação da espécie, comum aos seres vivos, surgiu entre os Homens a união pelo amor, a verdadeira união abençoada pelos Mentores Espirituais. Os casos de separação de um casal devem ser muito bem pesados e analisados, para que sejam evitadas interrupções de cobranças cármicas. Foi dito que aquilo que é unido pela força separa-se por si mesmo. Os antigos podiam repudiar a sua mulher por qualquer motivo, mas Jesus anunciou que a única causa seria a traição e que aquele que tomasse uma mulher repudiada por outro motivo estaria cometendo adultério por não reconhecer a legalidade da separação. Vemos a Lei Divina completando a Lei dos Homens, pois existe uma responsabilidade do Homem, ao se unir a uma Mulher, que tem que ser cumprida perante a Justiça Divina. Não é desculpa a mudança de disposição de um ou de outro. Quando se unem, por qualquer que seja o motivo, os dois seres assumem nova condição cármica, que tem que ser satisfeita. Se interrompida, isso vai determinar uma cobrança e reajuste futuros, envolvendo o casal, mesmo que estejam vivendo à distância e sem qualquer contato. Se não for naquela, será em outra encarnação, mas terá que ser reajustada aquela cobrança entre um e outro.

18. Também ouvistes o que foi dito aos antigos: Não jurarás falso, mas cumprirás ao Senhor os teus Juramentos!  Eu, porém, vos digo que, de modo algum, jureis, nem pelo Céu, porque é o Trono de Deus, nem pela Terra, porque é o assento de Seus pés, nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei; nem jurarás por tua cabeça, porque não podes fazer que um cabelo teu seja branco ou preto. Mas seja o vosso falar: Sim, sim; Não, não. O que vai além disso procede do mal.

Em Zacarias (8:16) encontramos: “Eis as coisas que deveis fazer: falai a verdade cada um com seu companheiro; executai juízo de verdade e de paz!” Deus é a Verdade que se mantém imutável através dos séculos. Mais uma vez o Divino Mestre ajusta o que foi dito aos antigos. O juramento surgiu da desconfiança entre os homens, da mentira e falsidade que imperam nas relações sociais e legais, tornando raras as palavras verdadeiras. O Homem esquece que a língua conduz a centelha divina do verbo e a usa como instrumento de sentimentos inferiores, de excitação, disputa, depressão e acusações, ferindo seus semelhantes. As palavras tornaram-se armas poderosas na guerra dos interesses criminosos, insatisfeitos. Mentiras precisavam soar como verdades. Surgiu a forma mais comprometedora do juramento, que invocava a Deus como testemunha. E quantas mentiras e falsidades foram juradas como verdadeiras em nome do Senhor! Na Epístola aos Colossenses, Paulo (Col. 3:8 e 9) exortou: “Mas agora deixai também vós tudo isso: a ira, a indignação, a malícia, a blasfêmia, a palavra torpe de vossa boca. Não mintais uns para os outros...”  Para aquele que se deixa levar pela falsidade nada é mais fácil do que o perjúrio: Jurar, por Deus, que a mentira é verdade... Por isso Jesus cortou essa hipocrisia. Devemos ter uma estrutura mental consciente de nossas potencialidades, e, com o nosso conhecimento próprio conduzido pela Doutrina, adquirimos a sabedoria que nos mantém em busca da perfeita conduta doutrinária, nascendo em nós a vontade de não cometer erros - especialmente os da mentira e da falsidade. Segundo Tiago (1:6), “O que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte.” Para que não haja dúvidas sobre o que dissermos, nosso falar deverá ser simples: Sim é sim, não é não! Segundo Mateus (18:7) Jesus nos advertiu: “Ai do mundo por causa dos escândalos! Porque é preciso que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!”  Devemos evitar, sempre, ferir, prejudicar ou magoar alguém com nossas palavras. A mentira às vezes nos parece necessária, mas vai depender muito de nossa consciência saber usá-la, pois somos levados a ela em algumas ocasiões de aflição, para evitar um mal maior - como um doente em fase terminal, por exemplo - mas devemos nos esforçar para não mentir. Jesus, reunindo o povo (Mateus, 15:7 a 10), lhes disse: “Hipócritas! Bem profetizou de vós Isaías, dizendo:  “ Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão, pois, me honram, ensinando doutrinas e mandamentos que vêm dos Homens. Ouvi e entendei: não é o que entra pela boca que faz imundo o Homem, mas o que sai da boca, isso é que torna imundo o Homem!”  Se tivermos uma palavra boa, confortadora e benéfica, estaremos bem com nós mesmos e com a Espiritualidade Maior.  Não vamos enganar e nem mentir, já que a Verdade está conosco, afastando os sofrimentos decorrentes da mentira. Somente a Verdade pode nos tornar livres, e temos que aprender a cultivá-la e a usá-la, não como uma arma ferina, magoando os outros, mas, sim, como parte da Verdade Divina, incondicional e pura, que abre nossos caminhos para os Planos Superiores. Verdadeiro nos pensamentos, nos atos e nas palavras, o Jaguar percorre, seguro, seus caminhos.


19. Ouvistes o que foi dito: Olho por olho, dente por dente! Eu, porém, vos digo: Não resistais ao malvado. Pelo contrário, se alguém te ferir na tua face direita, oferece-lhe, também, a outra. E ao que tenciona citar-te em juízo e tirar-te a tua túnica, deixa-lhe também a capa. E se alguém te obrigar a ir mil passos, anda com ele ainda mais dois. Dá ao que te pede e não voltes às costas ao que deseja fazer um empréstimo contigo.

         Esta orientação está sendo das mais difíceis de ser seguida, pois os povos e nações da Terra, em sua evolução histórica, continuam cruéis e violentos, ignorando Jesus e seus exemplos de amor, tolerância e humildade. Quantas atrocidades foram cometidas contra os primeiros seguidores de Cristo, mas quanta violência se fez e continua sendo feita em nome do Senhor? Pela própria natureza do Homem, a Justiça na Terra ainda se baseia nesta Lei de Moisés, ignorando os ensinamentos do Divino Mestre, o que leva aos problemas sempre crescentes de conter a criminalidade e manter presídios. Assim, vemos que o ensinamento de Jesus é individual, e cada vez mais nos certificamos de que tudo tem a ver com a nossa individualidade, cada um aceitando e praticando de acordo com o seu Eu as palavras do Divino e Amado Mestre. Não seria possível organizar qualquer sociedade com base neste ensinamento, por causa da própria natureza do Homem. Mas elas podem ser aplicadas ao indivíduo, caracterizando uma posição crística em face da vida. Não resistir ao Mal não quer dizer que devemos aceitá-lo. Não vamos resistir, mas vamos contê-lo com o Bem, com o nosso Bem, com nossas vibrações positivas que, por certo, irão neutralizando tudo o que de negativo existir. E, para isso, temos que nos transformar interiormente, contendo nossas forças vitais e plasmando nossa mente pelas posturas indicadas pelo Cristo, passando de uma pessoa que só pensava em ter e receber para um novo ser humano, um Jaguar, que dá valor a ser e a servir, quebrando os grilhões da escravidão aos baixos sentimentos de vaidade e egoísmo. O Homem sem Luz se deixa levar pela exaltação de seus instintos, de sua personalidade e de seu orgulho. Não entende que, quando insultado, é preciso mais ser corajoso para suportar a ofensa do que para se vingar e revidar a agressão. Dar a outra face, ceder também a túnica, são atos de humildade e de libertação destes sentimentos, mostrando que o Homem se eleva da Terra e se aproxima de Deus. Pompeu, o grande general que expandiu o Império Romano, ao conquistar a Judéia, 62 anos antes de Cristo, determinou que um romano pudesse requisitar qualquer judeu para carregar sua bagagem, obrigatoriamente, até mil passos de onde habitava o eventual servo, humilhando, assim, o povo conquistado. Essa lição de Jesus mostra que o Homem pode se libertar dando uma lição de amor: andar mil passos pela força da Lei, escravizado e humilhado, e dar mais dois mil pela força redentora do amor em Cristo, desarmando o espírito do opressor romano! Quando formos obrigados a dar mil passos em um caminho, seja por força de nossas obrigações materiais ou por aspectos morais, vamos dar mais dois mil, porque esta será nossa oportunidade de podermos influir naquele que se diz nosso inimigo e fazer com que possa ser atingido por nosso ectoplasma, pelas nossas vibrações e, quem sabe, ao completar a longa jornada, já possamos estar reajustados e unidos pelo amor incondicional. Jesus ensina que o verdadeiro Jaguar não só pode, mas quer fazer o Bem, em qualquer situação, livre de preconceitos e revanchismos. Jesus não proibiu a defesa e, sim, nos ensinou a não nos vingarmos. Devemos reagir com humildade quando alguém ferir nosso orgulho; devemos ser tolerantes quando formos alvo de injustiças; vamos entender que é melhor ser enganado do que enganar nossos irmãos.


20. Ouvistes o que foi dito: Amarás ao teu próximo e aborrecerás ao teu inimigo! Mas eu vos digo: Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos têm ódio, e orai pelos que vos perseguem e caluniam, para serem filhos do vosso Pai que está nos Céus, o qual faz nascer o sol sobre bons e maus, e vir à chuva sobre justos e injustos. Porquanto, que recompensa haveis de ter, se amais somente os que vos amam? Não fazem o mesmo também os publicanos? E se saudardes somente aos vossos irmãos, que fazeis nisso de especial? Não agem assim também os gentios? Portanto, sede perfeitos como vosso Pai dos Céus também é perfeito!

          Jesus menciona os publicanos – arrecadadores de impostos, menosprezados pelos judeus – e os gentios – aqueles que não eram do povo de Israel – para a comparação. Esta é a chave do amor incondicional, que impulsa o Jaguar para a compreensão da sua jornada cármica. Sabemos que quando encontramos alguém que se diz nosso inimigo estaremos recebendo uma poderosa emissão de cargas negativas. É uma força fluídica que nos atingiria pesadamente, caso não estivéssemos preparados para enfrentá-la. Se tivéssemos ódio por quem nos tem ódio, estaríamos ampliando um conjunto de vibrações negativas - nossas e dele. Isso faria com que ficássemos vulneráveis às vibrações dele, porque estaríamos no mesmo nível. No momento em que sabemos nossa força e nosso poder, temos a tranqüilidade necessária para manter elevado nosso padrão vibratório, evitando que as vibrações mais pesadas nos atinjam. O Jaguar tem o poder dessa vibração positiva e da Luz, e pode ajudar àquele irmão que está perdido no ódio e na falta de Luz. Mas tem que ajudar efetivamente, pois, se ele se coloca em posição passiva, não recebe as vibrações negativas, mas não ajuda a quem está vibrando; tem, sim, que agir pela força do amor, sem qualquer exteriorização superficial, vibrando positivamente para ajudar aquele que se diz seu inimigo, aplicando toda a tolerância para poder reerguê-lo, para que possa despertar a sua consciência. Sua ação deve ser desenvolvida nos planos físico e mental, mentalizando aquele irmão nos seus trabalhos e em suas orações, buscando, pela ação e pelas palavras, reverter a projeção de vibrações negativas, perseguindo a perfeição de que nos fala do Divino e Amado Mestre. Todavia, vale dizer que esse sentimento de amor difere do que devemos sentir por aqueles que são nossos amigos, e significa a ausência dos sentimentos de rancor ou vingança, perdoando, do fundo do coração, o mal que nos fez, buscando não feri-lo por atos ou palavras, vibrando para que ele possa erguer seu padrão vibratório e ser feliz em sua jornada. Na Carta aos Romanos (12:20), Paulo aconselha: “Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isso, amontoarás brasas de fogo sobre sua cabeça!” 


21. Guardai de fazer as vossas boas obras diante dos Homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte não tereis a recompensa junto ao vosso Pai que está nos Céus. Quando, pois, dás esmolas, não faças tocar a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem honrados pelos Homens. Em verdade vos digo: Já receberam a sua recompensa. Mas quando dás esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita, para que a tua esmola fique em segredo e teu Pai, que perscruta o que é oculto, te recompense.

         O Jaguar deve ter plena consciência de sua força, de seus grandes poderes como instrumento da Espiritualidade Maior, e, assim, deve ter a iniciativa de agir tão logo perceba a necessidade de realizar um trabalho, em qualquer lugar e a qualquer hora, com toda a sua sensibilidade e amor. Confiante em seus Mentores, age com desprendimento e sem medo, buscando a sintonia com os Planos Superiores para enfrentar a situação. Resoluto e forte, o Jaguar concentra suas forças e capta poderes universais que irão ajudá-lo na missão dentro da Lei do Auxílio. Mas tudo isso se passa em seu interior, sem alarde ou exteriorizações que busquem o reconhecimento dos outros. Não precisa de publicidade!  Na nossa Doutrina aprendemos que sequer um “muito obrigado” deve ser aceito por nosso trabalho. Nós é que devemos agradecer a oportunidade que nos foi dada de poder ajudar alguém. Nossa recompensa é saber que cumprimos com a nossa obrigação, com amor e simplicidade, pelos compromissos que assumimos perante nosso Pai. O Doutrinador deve evitar a vaidade de só participar no comando dos trabalhos, em busca da sua demonstração de bem comandar e receber os elogios dos outros; assim, também, as Ninfas devem participar de trabalhos, mesmo que não tenham a oportunidade de fazer suas emissões e cantos. A vontade de aparecer, de comandar, de emitir, demonstra que o médium prefere a admiração dos homens à da Espiritualidade Maior, pois reflete ações movidas pela vaidade e não pelo amor. Quantos dão uma esmola valiosa apenas para querer se mostrar ricos, poderosos e vaidosos. A esmola é uma ajuda, um auxílio, um socorro, um benefício que se dá a quem está necessitado, com simplicidade e vontade de ajudar, agindo na força do amor e da caridade, e isso inclui o trabalho do médium em favor de alguém. Aquele que participa de um Sanday ou um trabalho, na sua simples - mas primordial - qualidade de Doutrinador ou Apará, humilde e misericordioso, pleno de amor e com vontade de servir ao próximo, pode passar despercebido dos homens, mas certamente receberá as recompensas do Pai que está nos Céus. Nosso trabalho é muito íntimo, e não depende da aprovação ou do aplauso de ninguém na Terra - somente da Espiritualidade Maior, que nos assiste e nos avalia por nossas condições de dedicação e de amor na sua realização. Aquele que procura sobressair-se em seus trabalhos mediúnicos já se pagou a si mesmo. A Espiritualidade nada lhe deve, a não ser os maus resultados do seu orgulho. Por isso temos que agir sempre sem ostentação, sem fazer as emissões e cantos em altos brados, sem gesticulações espetaculares, sem querer impressionar mestres e pacientes com palavras e atos premeditadamente estudados, pensando, com isso, angariar admiradores e parecer o mestre dos mestres!  Vamos seguir trabalhando, em harmonia com as leis que nos regem. Ajudando, com simplicidade e amor, a todos os que chegarem junto a nós. Vamos ser como uma grande árvore que oferece sua sombra e seus frutos a qualquer caminheiro que chegue, cansado, em busca de recuperação, sem discriminações, sem perguntas e sem exigências. 



22. E quando orardes, não haveis de ser como os hipócritas, que gostam de rezar de pé nas sinagogas e nos cantos das ruas, para serem vistos pelos Homens. Em verdade vos digo: Já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no teu aposento e, fechada a porta, ora ao teu Pai secretamente. E teu Pai, que vê o que é oculto, dar-te-á a recompensa. E quando orardes, não faleis muito, como os gentios; pois julgam que pelo seu muito falar serão ouvidos. Não queirais, portanto, parecer-vos com eles, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário antes que vós lho peçais. Assim, pois, é que haveis de orar: (O PAI NOSSO)

         Existem pessoas que gostam de aparecer, têm necessidade de ter uma platéia para o que estão fazendo. O Jaguar sabe que o poder da oração começa por sua concentração e pelo seu silêncio interior e, por isso, faz sua preparação no Castelo do Silêncio ou na calma e tranquila situação em que aprendeu a se colocar, onde quer que esteja. Entrar no aposento e fechar a porta - isto é, fechar-se dentro de si mesmo e orar, com a mente elevada ao Senhor. Deixar as palavras brotarem diretamente do coração, com sentimento e devoção, de forma simples e direta. Pela oração mergulhamos na comunhão universal e nos comunicamos com nossos Mentores. Forma-se, no plano astral, corrente da qual somos importante elo. Para melhor harmonia, devemos observar o que nos transmitiu Marcos (11:25): “E, quando estiverdes orando, perdoai!” É triste quando ouvimos Jaguares fazendo preâmbulos imensos em suas emissões, contrariando Koatay 108, que sempre nos disse que não devíamos acrescentar nem tirar qualquer palavra do texto que havíamos recebido. O Jaguar deve, igualmente, tomar cuidado com as Leis dos Sandays e trabalhos, cumprindo-as com rigor, sem querer enfeitar o texto para impressionar os que estão participando. É vaidade, e, como tal, deve ser contida, como foi feito com o trabalho da Estrela Candente, onde ficou proibida a manifestação dos mestres fora do roteiro da respectiva Lei, devido à vontade de aparecer de muitos que, ali, faziam pronunciamentos muitas vezes constrangedores. 

Tudo é simples, como simples é o
 Pai Nosso que emitimos em nossa Corrente:

Pai Nosso que estás no Céu e em toda parte, Santificado seja o Teu santo nome! Venha a nós o Teu reino, seja feita a Tua vontade assim na Terra como nos Círculos Espirituais. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje, Senhor, E perdoa as nossas dívidas se nós perdoarmos os nossos devedores. Não nos deixes cair em tentação, e livra-nos do Mal, porque só em Ti brilha a luz eterna, A Luz da Glória, do Reino e do Poder, por todos os séculos sem fim!

Salve Deus!



23. Porque se vós perdoardes aos Homens os seus pecados, também vosso Pai celestial vos perdoará os vossos pecados. Mas, se não perdoardes aos Homens, tampouco vosso Pai vos perdoará os vossos pecados.

         Nós não temos como julgar nossos irmãos, e assim, temos que usar nossa tolerância para com eles, perdoando suas más ações porque não podemos alcançar seus motivos ou suas causas. Muitos acontecimentos são desencadeados por força de obsessões, e jamais podemos condenar os outros, mesmo quando nos atacam e tentam nos atingir, pois não há como saber se é sentimentos atuais ou transcendentais, frutos de males que lhes causamos em vidas passadas. A misericórdia nos ensina a perdoar, porque estaremos vibrando positivamente, enfraquecendo as vibrações negativas que nos chegam, aliviando a mágoa e o ódio daqueles irmãos que se dizem nossos inimigos. Perdoar, do fundo de nosso coração, o mal que vemos ser cometido contra nós ou contra outros irmãos, porque existe o Supremo Juiz que irá pesar e julgar todas as nossas ações e só a Ele compete absolver ou penalizar aqueles que agem pela força do Mal, sabendo os motivos e as intenções de cada ato por nós praticado, de cada palavra proferida. Sabemos que a Terra é uma grande escola para espíritos de diversas origens e variados graus de evolução. O Jaguar tem consciência do Universo e, por isso, não se ofende com a maldade alheia. Perdoa os que estão errados porque sabe que, na verdade, eles não estão sabendo o que fazem... Vibra para que eles possam progredir alcançando a consciência de suas ações no correto direcionamento de suas existências.



24. E quando jejuais não vos ponhais tristes como os  hipócritas, que desfiguram os seus rostos para fazerem ver aos Homens que jejuam. Na verdade vos digo: Já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando jejuas, unge a tua cabeça e lava o teu rosto, a fim de que não pareças aos Homens que estás jejuando, mas somente a teu Pai, que está presente a tudo o que há de mais secreto; e teu Pai, que vê o que se passa em segredo, dar-te-á a recompensa.

         Este trecho se refere ao jejum da alegria, isto é, os momentos difíceis pelos quais há que se passar nesta existência terrena. Não devemos parecer tristes ou preocupados, mas, sim, tentar superar esses sentimentos e sermos luzes a resplandecer por todo este Universo em todos os momentos de nossas vidas. O Jaguar se abstém de muitas coisas, mas a sua consciência o obriga a guardar para si mesmo este jejum, sem se lamentar ou se queixar para ser elogiado pelos outros. Somente ele e seus Mentores sabem de seus poderes, de sua força, de suas alegrias e de suas dores. Sim, dores, mas sem sofrimento! O Jaguar sabe de seus compromissos transcendentais e enfrenta suas dores e tristezas com perfeito conhecimento do quadro que se lhe apresenta. Por isso, não sofre, não reclama, não existe revolta em seu coração. Humilde, reconhece que está colhendo do que plantou no passado, e se dedica com maior intensidade à Lei do Auxílio, buscando aliviar seu carma, agradecendo ao Pai Celestial pela oportunidade que está tendo. Sem exibir seus poderes, sabe agir com suavidade e segurança, caminhando firme em sua conduta doutrinária e agindo com misericórdia, discreto, sabendo que o Pai pode vasculhar sua mente e seu coração, onde não encontrará nem mágoas nem revoltas. Só amor e gratidão, agradecimento por tantas oportunidades de se encontrar com o seu passado e corrigir suas ações e reações, buscando trabalhar cada vez mais e melhor na Lei do Auxílio, com alegria e entusiasmo. 



25. Não queirais entesourar para vós tesouros na Terra, onde a ferrugem e a traça os consomem, e onde os ladrões os desenterram e roubam, Mas entesourai para vós tesouros no Céu, onde nem a ferrugem nem a traça os consomem, e onde os ladrões não os desenterram nem roubam. Porque onde está o teu tesouro, ai está o teu coração.

         A ambição e a ganância conduzem o Homem a um negro e profundo abismo, porque são grandes empecilhos ao progresso do espírito. Vemos, na atualidade, onde a educação das crianças está voltada para os valores materiais do enriquecimento e da competitividade, que as novas gerações vão tendo suas mentes voltadas para “ter” em lugar de “ser”, o que leva à insatisfação e à irrealização dos jovens e adolescentes, tornando-os fáceis presas para o álcool e as drogas, onde buscam ilusões e alívio para suas frustrações. Fortunas são construídas pelo sacrifício de tantas famílias e se acabam, da noite para o dia, deixando só ruínas ao seu redor. Valores materiais, que se acabam com o tempo ou são levados pelos ladrões! Quando conseguimos, em nossos corações e em nossas mentes, absorver os ensinamentos de Jesus, começamos a adquirir o conhecimento e a confiança que nos proporcionarão as condições para agirmos na força da caridade, amealhando nosso tesouro espiritual. Koatay 108 nos ensinou como amealhar nossa fortuna: na Lei do Auxílio, onde recebemos bônus-horas de acordo com a qualidade de nosso trabalho, acumulando nossa riqueza nos Planos Superiores, onde estão protegidos de animais e de ladrões. Esses bônus nos serão de grande valia após o desencarne, pois permitirão que possamos ter, se necessário, abrigo e alimentos nos albergues das Casas Transitórias, valendo como, neste plano, vale o dinheiro. Mesmo na nossa existência terrena, muitas situações terríveis são de nós afastadas pela força de nossos bônus-horas. Eles amenizam a intensidade do nosso carma, nos dando condições de passar grandes provações sem as terríveis conseqüências que sofreríamos se não tivéssemos nossos bônus. Quando, com amor, nos dispomos a ajudar alguém, estamos recolhendo nossos bônus nos planos espirituais. Cientes disso, o nosso pensamento e o nosso coração estarão colocados à disposição de nossos Mentores, permitindo que possamos estar sempre prontos a servir ao próximo, com amor e humildade. Entregando nosso tesouro à segurança de nossos Mentores, com eles estará o nosso coração.


26. Teu olho é a luz do teu corpo. Se teu olho for simples, todo o teu corpo será luminoso. Mas se o teu olho for mau, todo o teu corpo estará em trevas. Se, pois, são trevas a luz que há em ti, quão grandes não serão as mesmas trevas?

         Os olhos - importantes pontos de emissão e recepção - são uma espécie de extensão do encéfalo e suas únicas partes visíveis ao mundo exterior, fazendo contínua transmissão de imagens ao córtex visual, localizado na superfície do encéfalo. Quando olhamos para alguém com ódio, geramos violência; com medo, traduzimos submissão e insegurança; com desconfiança, produzimos rejeição. Se nosso espírito estiver equilibrado e nossa vibração estiver elevada, nossos olhos transmitirão amor, ternura e segurança, gerando aceitação, felicidade e paz em nosso redor. Aqui, tem também o sentido de intenção, isto é, esta e não o ato em si constitui a culpa ou o merecimento, sendo os olhos que manifestam à consciência o Bem e o Mal. O Jaguar aprendeu a cumprir a conduta doutrinária e as leis, conhece a escala dos valores hierárquicos, e sabe distinguir entre o certo e o errado, e usa seu livre arbítrio para melhor se conduzir na Doutrina. Não age errado - não porque não possa - mas porque não quer!  Sua vontade está sob o domínio de sua mente, e não se deixa levar por impulsos ou caprichos, não sendo volúvel nem desanimada. Tudo isso se reflete em seu olhar. Os olhos do Doutrinador emitem potente força magnética, que lhe permite imensa ajuda a espíritos sofredores, encarnados ou desencarnados, intensificando as palavras pronunciadas em sua doutrinação, e fazendo a complementação de seus ensinamentos. Uma grande verdade está no dito popular: os olhos são o espelho da alma. Na parábola dos operários, em Mateus (20:15), surge uma indagação: “Acaso o teu olho é MAU porque eu sou BOM?”, demonstrando o poder maléfico da inveja, que perturba tantas vidas. Os olhos são nosso contato mais importante com as pessoas e com as coisas deste nosso mundo.. É preciso aprender que, para nossa alma, o importante é sempre ver o nosso Universo com bons olhos! Quantos testemunhos da passagem de Jesus na Terra declaram o poder de Seu olhar. Na história de Reili e Dubale, Koatay 108 nos contou como aqueles dois cavaleiros mercenários foram invadidos pelo grande amor incondicional pelo simples olhar de Jesus.


27. Ninguém pode servir a dois senhores. Porque, ou há de aborrecer um e amar o outro, ou há de acomodar-se a este e desprezar aquele. Não podeis servir a Deus e às riquezas. Digo-vos, pois: Não andeis inquietos com o que haveis de comer para manter a vida, nem com o vestuário para o vosso corpo. Não é mais a alma que a comida e mais o corpo que o vestido? Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam provisões nos celeiros. E, contudo, vosso Pai celestial as sustenta. Porventura, não sois vós muito mais do que elas? E quem de vós, por muito que pense, pode acrescentar um côvado à sua estatura? E por que andais preocupados com o vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo. E, no entanto, eles não trabalham nem fiam. Digo-vos mais, que nem Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um destes! Se, pois, ao feno do campo, que hoje existe, e amanhã é lançado ao forno, Deus assim veste, quanto mais a vós, Homens de pouca fé? Não vos aflijais, pois, dizendo: Que comeremos ou que beberemos, ou com que nos havemos de cobrir? Os gentios é que se ocupam com estas coisas. Vosso Pai sabe que de todas estas coisas tendes necessidade. Buscai, pois, primeiramente o Reino de Deus e a sua Justiça, e todas estas coisas ser-vos-ão dadas de acréscimo. E não andeis inquietos pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã a si mesmo trará cuidado. Basta a cada dia a sua inquietação!

         Fica definida a situação daquele que busca uma doutrina para se conduzir em sua jornada: evitar o cruzamento de correntes. Não se pode servir a dois senhores ao mesmo tempo, e isto significa que não podemos usar a mediunidade em mais do que uma corrente apenas, sob risco de sérios contratempos. O Jaguar é alertado para isso desde que entra para seu desenvolvimento, no seu primeiro dia de instrução doutrinária. O conhecimento e a confiança conduzem à fé, que nos orienta e dá sentido à nossa jornada, evitando que nossa força vital se perca em conflitos e descaminhos, gerando sérios transtornos à nossa individualidade e àqueles que estão ao nosso redor. Pela fé sabemos nos harmonizar com nossos Mentores, dominamos nossa vontade, harmonizamos nosso íntimo e nos libertamos da irrealização, do egoísmo e da vaidade. Mas Jesus chama nossa atenção para o aspecto da ambição e da ganância. Pela nossa fé sabemos que, se tivermos merecimento, a Espiritualidade Maior de tudo nos proverá. Nosso corpo é o santuário da alma e, por isso, deve ser cuidado e respeitado. Condensando, em especial, o fluido magnético animal, vibra, em cada célula, em cada órgão, em perfeita harmonia com o plano astral, as forças necessárias para a evolução do espírito que abriga. Sem conseguir absorver o ensinamento crístico, o Homem muito se preocupa com o beber, comer e vestir, em acumular riquezas materiais, excedendo sua necessidade normal e fazendo ostentação, para impressionar o próximo, com o máximo de refinamento e luxo para satisfação dessas necessidades básicas, esquecido de que o Homem só possui realmente aquilo que pode levar ao desencarnar. Nós, Jaguares, não devemos, pois, pretender ter muito além do que precisamos, sob o aspecto material, porque isso gera insatisfações, desequilíbrios, inveja e ambição. O desconhecimento gera as ansiedades, que acometem o Homem de inquietações angustiosas, levando-o ao desequilíbrio emocional e aos sofrimentos continuados. Temos que nos preocupar com o enriquecimento da alma, que compreende o aprimoramento da inteligência, a absorção de conhecimentos, a amplificação das qualidades morais e o progressivo conhecimento interior. Sabemos que a Terra não está no Universo como uma folha seca levada ao léu, mas cumpre sua missão em absoluta harmonia com os Planos Superiores, embora os povos que nela vivem se deixem levar pela violência, pela ambição e pela falta de respeito ao Homem. Entre essa humanidade complexa e diversificada, existem aqueles que são indefinidos – não fazem o mal a ninguém, mas, também, não praticam o bem – fazendo inúteis suas reencarnações pela neutralidade de suas vidas. Devemos trabalhar materialmente sem inquietações para podermos proporcionar conforto e segurança a nós mesmos e prover as necessidades daqueles que estão conosco, para alimentar e manter nosso corpo físico saudável e em boas condições, porque ele é o veículo do nosso espírito e, se não estiver bem conservado, nos trará problemas que atingirão nossa mente e nosso equilíbrio. Não podemos nos deixar inquietar ou ter medo do amanhã, porque estaremos sujeitos a desarmonias e desequilíbrios a que nos levam esses sentimentos. Não podemos permitir que nosso espírito, inquieto, marche à frente de nosso corpo, gerando conflitos com preocupações que, na maioria destes casos, não têm razão de existir. Assim, o Jaguar busca a harmonia com a Natureza, pois ele faz parte dela, e procura dominar sua inquietação com o amanhã, certo de que o Pai lhe proverá do que for necessário para sua jornada, de acordo com seu merecimento e nas condições previstas em seu carma. Sabe que as dificuldades, contrariedades e dores que estiverem em sua faixa cármica deverão ser encontradas com amor e humildade, e de nada adianta inquietar-se. Deve, sim, dedicar-se à Lei do Auxílio, para aliviar estas tristes passagens, e não se inquietar nem ter medo, pois confia no Pai! 


28. Não queirais julgar, para não serdes julgados. Pois, com o juízo com que julgardes, sereis julgados, e com a medida que medirdes vos medirão também a vós. Por que vês o argueiro no olho de teu irmão e não vês a trave no teu olho? Ou, como dizes a teu irmão: Deixa-me tirar-te do olho um argueiro, quando tens no teu uma trave? Hipócrita! Tira primeiro a trave de teu olho, e então verás como hás de tirar o argueiro do olho de teu irmão!

         A grandeza do Jaguar não está somente no seu amor, na sua tolerância ou na sua humildade: está, também, na sua conduta doutrinária, que lhe dá integridade e firmeza, fazendo com que ele domine seus sentimentos e não seja dominado por eles. Sabe que faz parte integrante do Universo, da Natureza, onde prevalece a Lei Universal e onde a Justiça Divina rege a todos com a Lei da Causa e Efeito. O Jaguar tem consciência de que deve usar a sua força e os seus conhecimentos para ajudar a si próprio e aos seus irmãos, encarnados e desencarnados, sem restrições de qualquer ordem, sem críticas nem julgamentos. Quando falamos em humildade nos referimos à capacidade de aceitação plena de críticas adversas, sem revoltas ou indignação. As supostas ofensas podem partir de alguém que é um cobrador ou está atuado por ele, e aproveita uma situação para testar o amor e a humildade que devemos ter. Se forem verdadeiras, as críticas devem ser aceitas, sem nos melindrar. Existe, nas profundezas de nossa mente, um orgulho que tende a minimizar nosso senso de autocrítica e exagerar os erros dos outros, isto é, muitas vezes tentamos corrigir alguém que comete erros menores do que os nossos. Por isso, devemos evitar julgamentos e correções, pois jamais estaremos em condições de fazê-los devido às nossas fraquezas e imperfeições. Uma coisa é certa: todo o mal que fazemos recai sobre nós mesmos, pela Lei de Causa e Efeito - o carma.  Assim, vamos deixar que cada um cumpra seu destino, evitando condená-lo por suas ações. Quando Jesus ajudou à adúltera a se livrar de seus algozes, clamou: Aquele que estiver isento de culpa, atire a primeira pedra! E todos, calados e tocados em suas consciências, reconheceram suas imperfeições, e se retiraram.


29. Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas, para que não suceda que eles as calquem aos pés e, voltando-se contra vós, vos dilacerem.

         Devemos ter cuidado em admitir, no nosso círculo doutrinário, aqueles que dão maus frutos e, por conseguinte, são árvores más, porque corremos o risco de se voltarem contra nós, pela força dos conhecimentos que lhe foram transmitidos. Na Doutrina do Amanhecer é impossível esta seleção, porque o médium entra no Desenvolvimento e começa a progredir dentro da Corrente, por suas consagrações, e, como comumente é dito, por suas conquistas individuais. Sem preconceitos e sem julgamentos, vemos situações complexas em que muitos se colocam, à revelia da conduta doutrinária e contrariando todos os ensinamentos de Koatay 108. Lutam contra seu próprio reino! Temos que vibrar positivamente, para que possam se recuperar e reencontrar seus caminhos, pois não poderão nos dilacerar, já que estamos protegidos pela Espiritualidade Maior, e terão que responder pelo não cumprimento de seu juramento quando na Iniciação. É emocionante sentir que o nosso Sistema Crístico, evoluído nesses quase dois mil anos, pelo amor, pela tolerância e pela humildade, modificou este conceito básico do Sermão da Montanha, dando oportunidade aos cães e aos porcos – os espíritos de pouca evolução – de poderem se desenvolver numa Doutrina, contra a qual, se não forem tocados pela força do Amor Divino, inutilmente tentarão se lançar. Temos o exemplo de muitos médiuns que deixaram a Doutrina do Amanhecer e foram criticá-la em livros e entrevistas, em outras correntes, mas que pouco ou nenhum resultado obtiveram para si ou para seus patrocinadores.  Muitos serão chamados, mas poucos os escolhidos - assim nos falou Jesus, e assim será este chamado para toda a Humanidade.


30. Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e ser-vos-á aberto. Porque o que pede, recebe; o que busca, acha; e a quem bate, abrir-se-á. Ou, que Homem há, porventura, entre vós, que se seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos Céus, dará benefícios aos que lho pedirem! E assim, tudo o que vós quereis vos façam os Homens, fazei-o também vós a eles - esta é a Lei e os profetas!

         A procura da melhoria de suas ações pelo conhecimento vem causando a evolução do Homem na Terra, aprimorando sua energia mental, potencializando sua intelectualidade, observando e experimentando, libertando-o da escravidão da matéria e o conduzindo para uma nova e crescente obediência às leis divinas. O Homem saiu das cavernas, organizou sua família, sua sociedade e chegou ao Terceiro Milênio com conquistas cada vez mais amplas e mais rápidas por força dessa busca constante, principalmente pelos vários ramos da Ciência. O espírito anseia pela Luz, o coração pelo Amor e a mente pelo Conhecimento – é a busca. Para achar, em cada passo que dá, o Homem é sustentado por sua fé e por seus Mentores, e recebe suas respostas de acordo com a capacidade de discernimento que alcançou por sua bagagem transcendental. Não pode desafiar as leis do Universo jogando-se em aventuras desastrosas, pois a Ciência que ignora a Fé é tão inútil quanto a Fé que ignora a Ciência. O verdadeiro caminho, a real evolução do espírito humano, tem que ser baseado no Evangelho de Jesus. A Doutrina do Amanhecer, um Sistema Crístico revelado pela pureza de Pai Seta Branca, de Mãe Yara e dos outros Iluminados Mentores, se coloca como a Ciência do mundo espiritual, desmistificando fenômenos e acabando com superstições e conceitos de sobrenatural. O Jaguar tem que manter severa vigilância sobre si mesmo, seus pensamentos e suas ações pautando pela correta conduta doutrinária, entrando em harmonia com os planos espirituais superiores, a fim de que possa saber o que pedir e o que buscar. Pedir, buscar e bater - com tolerância, humildade e amor – é o roteiro evolutivo do espírito que progride, liberando sentimentos cada vez mais sublimes, aprendendo a viver sem maldade, sem exigências por seu amor incondicional, firmando-se na prática do Bem.  Estas são posturas típicas do Jaguar consciente da Doutrina, que, pelo seu conhecimento, soube dominar a sua personalidade e deixar sua individualidade agir livremente, buscando o contato com Deus através da sua busca pelo conhecimento. Pedir e buscar, com humildade, simplicidade, sem arrogância nem caprichos, deixando o orgulho e a vaidade para abrir o coração e a mente diante do Pai Celestial. Este sabe do que precisa aquele filho, e, certamente, lhe proporcionará alegrias e felicidade. É preciso saber o que pedir. Um provérbio oriental diz que ao pedirmos alguma a coisa a Deus devemos ter o maior cuidado, porque Ele pode nos atender! Esta sabedoria nos alerta sobre situações e necessidades para as quais pedimos a ajuda Divina, sem percebermos que são passagens cármicas, caminhos estreitos que temos que percorrer, e que essa ajuda só poderá vir do nosso próprio interior. É o nosso aprendizado, é uma provação, e Deus, nosso Pai, bem como nossos Mentores, nada poderão fazer senão nos observar. Conforme o merecimento, então teremos ajuda quando esta for possível e positiva para o nosso espírito. Também, de nada adianta pedir que a Espiritualidade Maior nos trate de forma diferente da que tratamos nossos semelhantes. Em Mateus (22:34 a 40), nos é dito: “Mas os fariseus, quando ouviram que Jesus tinha feito calar a boca aos Saduceus, se reuniram em conselho. E um deles, que era doutor da lei, tentando-o, lhe perguntou: Mestre, qual é o grande mandamento da Lei? Disse-lhe Jesus: Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o máximo e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos depende toda a Lei e os Profetas!”  Assim, mostrou Jesus a importância do amor a si mesmo, que se projeta aos que estão ao nosso redor.  Se nos dedicarmos à Lei do Auxílio, se vivermos com amor e paz, com tolerância e humildade, pacificando os aflitos e inquietos, harmonizando os desequilibrados, consolando os que sofrem, certamente seremos objeto da misericórdia divina.


31. Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que leva à perdição, e muitos são os que entram por ela. Que estreita é a porta e que apertado o caminho para a Vida, e quão poucos os que acertam com ele!

         Jesus nos adverte para as dificuldades de nosso caminho para a evolução espiritual e para que estejamos alertas para os fáceis caminhos da perdição. A Evangelização nos conduz na Nova Estrada, mas muitos se deixam ficar desanimados, desalentados pela ação de cobradores encarnados e desencarnados, que os influenciam e procuram impedir seu progresso. Tem o Jaguar de saber se livrar de suas cargas negativas transcendentais, aprimorando seu espírito pela perfeita assimilação da Doutrina e por seu comportamento nas 24 horas de cada dia, para isso canalizando suas forças e seus pensamentos. Cumprir as orientações dos planos superiores é difícil, resgatar as faltas passadas é doloroso e exige amor e perseverança. A força nativa, de nossos instintos, se contrapõe aos nossos ideais doutrinários, e isso causa um enorme estreitamento de nossos caminhos. O prazer material, a luxúria, a ambição e a vaidade tornam largos esses caminhos, e há que se ter muita consciência para não se deixar levar por nossa personalidade, afetada pelos falsos sentimentos, e desabarmos nos negros abismos. Temos que ter, permanentemente em nossa mente, uma palavra: ALERTAI! Temos que cuidar da nossa segurança, porque estamos sujeitos à ação não só de nossos compromissos cármicos, mas, também, às situações criadas por nossos cobradores e obsessores para provocarem nossa queda vibracional, emocional e psíquica que, em muitos casos, conseguem fazer com que até mesmo percamos esta reencarnação. Pela nossa fé, fazemos a ligação com os Espíritos Superiores e vamos aprendendo a “ser”, pelo nosso trabalho praticado com simplicidade e amor, vamos acumulando bônus-horas que nos serão de grande valia ao chegarmos às portas estreitas. Vamos deixando de dar importância ao “ter”, fruto da personalidade, que só nos prejudica na evolução do espírito. A dor nos leva a pensar; pensar nos leva a conhecer; e conhecer nos leva à fé, a crer nos poderes divinos com os quais devemos estar em harmonia, mental e sentimentalmente, para podermos nos elevar espiritualmente. Muitos são os que procuram esse portal da Vida, mas poucos os que acertam com ele!

32. Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós com vestidos de ovelhas e, dentro, são lobos rapaces. Pelos seus frutos os conhecereis. Porventura, se colhem uvas de espinhos ou figos de abrolhos? Assim, toda a árvore boa dá bons frutos, e a árvore má dá maus frutos. Não pode a árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má dar bons frutos. Toda a árvore que não dá bom fruto será cortada e metida no fogo. Assim, pois, pelos frutos deles conhecê-los-eis!

         Originalmente, profeta era a designação dos mensageiros da Espiritualidade Maior, que vinham reencarnar na Terra para instruir o Homem e lhe revelar as grandezas da mediunidade e da vida espiritualizada. Predizer ou fazer profecias sobre acontecimentos futuros era um lado menos importante do verdadeiro profeta, pois era uma decorrência do seu elevado padrão vibratório. Sua missão era ensinar e revelar a Luz a quem estivesse interessado em progredir seu espírito. Mas sempre existiram aqueles que elaboram preconceitos dogmáticos, sectarismos e vivem da polêmica e da discórdia – os falsos profetas – espíritos das Trevas que tentam, por palavras e atos enganadores, atrair e conduzir o Homem por caminhos escusos, pregando mentiras, idéias e conceitos, seduzindo sua alma com o que apregoam ter recebido de elevados espíritos. Para eles, nada do que existe serve, tudo está errado, emanando vibrações negativas e desanimadoras, aparentando irritação permanente.  Mas eles não conseguem seu objetivo com aquele que estiver atento às suas intenções, pois facilmente se mostram pelas suas ações, geralmente diversas do que pregam, demonstrando a natureza de seus frutos. Não é preciso fazer julgamentos, mas sim uma simples observação daqueles que se intitulam mensageiros de Deus revela a realidade: a maioria não sabe o que é amor, nem tolerância e nem humildade. Preocupados com aspectos puramente materiais, geralmente gananciosos, vaidosos e fanáticos, se lançam cegamente contra outras doutrinas com violência, proclamando-se únicos donos da Verdade. Na Doutrina do Amanhecer, o Jaguar tem serenidade e evita profecias. Sabe que os verdadeiros profetas se tornam conhecidos por suas luminosas ações, mantendo-se discretos e simples em suas jornadas, enquanto os falsos profetas precisam se apresentar ruidosamente como mensageiros de Deus. O Jaguar, seguro e consciente, recebe a todos, sem distinção de cor, origens, religião, grau de cultura ou nível social, porque sabe que tudo isto é componente da personalidade de cada um, e o que interessa é a individualidade, o espírito, que necessita do auxílio de nossa Corrente. Faz sua análise, e por sua intuição conhece as boas e as más árvores, sabe distinguir o santo do demônio, mas não se preocupa senão em amá-los com a mesma intensidade, dedicando-se, com todo o seu amor, a ajudá-los. Não faz proselitismo e não ataca nem revida ataques de outras doutrinas ou religiões. Com a grandiosa simplicidade de uma árvore, oferece sua sombra e seus frutos a qualquer um que dele se acerca a fim de obter repouso e alimento para seu espírito.


33. Nem todo aquele que me diz: “Senhor! Senhor!”, entrará no Reino dos Céus; mas o que faz a vontade de meu Pai, que está nos Céus, este sim, entrará no Reino dos Céus. Muitos me dirão naquele dia: “Senhor, Senhor! Porventura não profetizamos em teu nome, e em teu nome expelimos os demônios, e em teu nome não operamos prodígios?” E, então, eu lhes direi: “Pois eu nunca vos conheci! Apartai-vos de mim, que operais a iniquidade!”

         Quando Jesus foi perguntado por que feria a lei hebraica, permitindo que se realizassem trabalhos no sábado, segundo Marcos (2:27), a resposta foi: “O sábado foi feito por causa do Homem, e não o Homem por causa do sábado!” Isso nos alerta para o sentido das convenções que o Homem organiza para a sua vida social, muitas vezes prejudicando seu desenvolvimento espiritual, fazendo com que as mais puras doutrinas se tornem escravas dessas convenções, deixando as ligações verticais para se perderem nas ligações puramente horizontais. Corremos, sempre, o perigo de tentar submeter as grandezas do espírito às convenções de grupos que têm o poder de decisão e subvertem as leis universais, de acordo com seus interesses. Sabemos que o poder das Trevas é muito grande. Tanto que Jesus foi acusado pelos fariseus após um trabalho de desobsessão (Mateus, 12:24 a 28): “Este não expulsa os demônios senão por Belzebu, príncipe dos demônios! Jesus, porém, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: Todo reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda a cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá. E se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo; como, pois, subsistirá o seu reino? E se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expulsam então vossos filhos? Portanto, eles mesmos serão os vossos juizes! Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, é por que está chegado a vós o Reino de Deus!”  São muitos os que atuam fora da Lei Crística e, embora tenham muito poder e realizem grandes fenômenos, não têm a ligação com Deus Pai Todo Poderoso, usando feiticismo, magia negra e outras forças inluz. Sob falsas e ilusórias aparências de amor e caridade, provocam antagonismos e criam grupos isolados por diversos graus de fanatismo, estabelecendo doutrinas sem lógica nem idéias harmonizadas. Estes Jesus não reconhece, nem quer sua aproximação. Esta advertência é muito séria e muitos Jaguares se perdem por não observá-la, cruzando corrente em outras doutrinas, achando que estão se beneficiando com uma adição de forças, quando, na verdade, estão perdendo sua identidade junto a seus Mentores, distanciando-se de Jesus. Na Doutrina do Amanhecer já temos tudo quanto precisamos para nossa evolução, não havendo necessidade de buscar coisa alguma em outro lugar. Devemos sempre estar atentos às comunicações, não nos deixando levar por pseudo-Espíritos de Luz que buscam nos induzir ao erro, `prática de atos que não admitimos em nossa Corrente, quebra de laços familiares, ações rancorosas ou vinganças. Pela prática e pelo conhecimento, aprendemos a lidar com esses casos de simples interferências e não nos deixamos sequer abalar em nossa consciência. Não estando firme em seu conhecimento e em sua confiança nos Mentores do Amanhecer, aquele que não se sente realizado deve deixar a Corrente e se filiar onde se sentir melhor, mas nunca tentar se dividir, porque estará se perdendo. 

34. Todo aquele que ouve estas minhas palavras, e as observa, será comparado ao Homem sábio, que edificou a sua casa sobre a rocha. E veio a chuva, e transbordaram os rios, e sopraram os ventos, e investiram contra aquela casa, e ela não caiu, porque estava assentada sobre rocha. E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as observa, será comparado ao Homem estulto que edificou a sua casa sobre a areia. E veio a chuva, e transbordaram os rios, e sopraram os ventos, e investiram contra aquela casa, e ela caiu, e foi grande a sua ruína. E aconteceu que, tendo acabado Jesus este discurso, admiravam-se as turbas da sua Doutrina. Porque ele os ensinava como quem tinha autoridade, e não como os escribas e fariseus.

         Com séculos de preparação neste planeta, numa trajetória que envolveu esta tribo de Jaguares que novamente se reuniu para a transição da Nova Era, Jesus e sua Doutrina são universais, ao alcance de todos os níveis intelectuais e mentais, porque são fruto do amor e da simplicidade, devendo passar pela sensibilidade e pela razão, para serem entendidas pelo coração. Refletindo a germinação das sementes lançadas em outras linhas, desde épocas remotas, o Evangelho vem sendo propalado através dos séculos, e milhões de pessoas o ouviram e o leram, mas poucas o praticam. Isso porque, com as mentes perturbadas pelos obsessores, pelos cobradores, escravas de preconceitos, grande número de pessoas têm dificuldades para entender a linguagem dos Evangelistas e se deixam perder em debates literários, interpretações e possíveis explicações das maravilhas contidas no Evangelho. Muitos falam magnificamente, transmitem as palavras dos Evangelistas com entusiasmo, mas se esquecem de que Jesus prefere aqueles que ouvem os ensinamentos e os praticam com amor e simplicidade. De nada adiantam palavras e boas intenções, se não houver ação! Não podemos viver como robôs, sendo conduzidos pelas circunstâncias de nossas vidas, com a consciência entorpecida. Temos que nos evangelizar, fazer Jesus nascer em nossos corações, a fim de que possamos viver a Doutrina Crística, buscando intensificá-la em nós pelo trabalho na Lei do Auxílio, transformando o ideal - amor - na ação - caridade. Sabemos que cada um de nós traz sua bagagem transcendental, a história viva de outras reencarnações, de vidas e fatos passados. Isso nos leva a pensar nas oportunidades perdidas, nas tantas situações que vivemos e não soubemos controlar pela falta do amor. Temos que equilibrar nossos sentimentos e nossa razão, avaliar o Universo que nos rodeia, buscando compreender tudo o que acontece e aprender, a cada dia, a desvendar os mistérios da Vida e da Morte. Com isso, obedecendo à conduta doutrinária, estaremos, então, edificando nossa casa sobre a rocha, resistindo às intempéries da vida. Caso contrário, nossa casa ficará sobre a areia, sem qualquer resistência, sendo tragada pelas avalanches que fazem sucumbir os fracos e aflitos, desesperados porque não têm como se segurar nas palavras do Divino e Amado Mestre. A Doutrina do Amanhecer tem uma grande vantagem: é um Sistema Crístico, isto é, já veio completo dos Planos Superiores, através de Koatay 108, nossa clarividente Tia Neiva, pronto e sem necessitar traduções ou interpretações, preservando a pureza de seus ensinamentos e a eficácia de seus rituais e trabalhos, de forma simples e objetiva, acessível a qualquer um que tenha amor em seu coração, independentemente do seu grau de cultura ou intelecto. A compreensão de suas Leis permite a realização de trabalhos cuja magnificência nem se pode imaginar, pelo alcance que atingem nos planos espirituais e pelo poderoso leque de forças que é manipulado, proporcionando grandiosos fenômenos. Em Isaías (58:11) encontramos: “O Senhor te guiará continuamente...” Somos livres e, dotados de inteligência e sensibilidade, temos como exercer nosso livre arbítrio. Conscientes e confiantes em nossa Doutrina, com o amor de nossos corações e sabendo o que podemos e o que devemos fazer, seremos sempre uma espada viva e resplandecente a vibrar por todo este Universo!



Salve Deus, Mestre Herdeiro deste Amanhecer!
Ainda não tirastes os velhos ressentimentos e, com palavras, estás colocando mais terra em teu coração! O sacerdócio é amor, tolerância e humildade. Ser porta-voz de tua Mãe Clarividente é algo difícil. Porém, lembra-te dela e terás força para prosseguir. Por que todo este acervo que te cerca? No dia em que alguém for tratado diferente, todos fugirão...


Filho: não há qualquer mal em nossa Doutrina

O Homem do sertão pode fazer seu Templo no estilo do Templo-Mãe e viver a Doutrina que sua Mãe trouxe para a Terra.

Nome imortal: Tia Neiva, Koatay 108!

Todos nós temos na vida uma oportunidade de evolução. 

Esta oportunidade pode vir em um grande amor ou vem, muitas vezes, em uma grande dor. 

Deus, em sua grandeza, fez o Homem com sua mediunidade. 

Sim, o Homem médium. 

A mediunidade é um fator biológico. 

Ela corre no sangue, no coração, em se tratando de um Homem médium transcendental, que é o homem de muitas experiências. 

Sabemos que temos médiuns com os três reinos de sua natureza simetricamente bem divididos, e esta força lhes dá a faculdade de receber um Espírito de Luz e até mesmo um Anjo do Céu. Esse médium, esse homem, vive em todas as partes – nos bares, nas vias públicas, em um lado ou noutro sempre encontramos esse homem! 

Mil vezes encontramos esse homem que não quer se preocupar com sua origem transcendental e que, sofrido, não pode reclamar por isso.

Porque Deus, em sua figura singular, vive a Sua presença em todos os instantes de nossas vidas, por todos os cantos do mundo. 

Em tudo há a Presença Divina! 

No entanto, estamos às portas de uma grande abertura luminosa, que somente este Homem de bagagem transcendental é capaz de assumir, porque só ele é capaz de conduzir e salvar os que vão restar...

Dentre esta grande maioria, vejo que irão sobrar muito poucos! 

O Homem que tem os três reinos de sua natureza simetricamente divididos é o MISSIONÁRIO DA ÚLTIMA HORA, vindo de mil experiências no mundo, e por isso capaz de assimilar o desenvolvimento espiritual desta época. 

Porém, enquanto não chega este dia, que não sabemos quando com exatidão, vamos assumindo o trato que fizemos: AMOR, TOLERÂNCIA e HUMILDADE, principalmente nesta jornada que estamos enfrentando.

Meu filho: este sacerdócio é a continuação de nossas vidas. 

Só temos uma alternativa! 

O quê será melhor? 
Viver morrendo aos poucos e vendo tudo perecer em nossa volta, ou viver na luta, criando amor em nosso redor? Tudo isso é o princípio e é o fim!...

É fácil viver sem dificuldades, ensinando aos que não sabem viver. 

Hoje, meu filho, te parece difícil. 

No entanto, eu te garanto que é tão fácil amar a todos no amor incondicional, vendo nas coisas feias um bom sentido. 

Um missionário não luta contra seu irmão. 

Caminha sem desatinos, mesmo sem saber para onde vai, sem conhecer o seu destino. 

Onde não for desejado, procura ser afável, procura ser bom. Um Homem sempre precisa do outro.

Ensine o amor a quem não sabe amar porque, filho, a MORTE é uma grande surpresa! 

Muitas vezes estamos de pé para uma grande jornada, pensando ser a luz de um grande sacerdócio, sem sabermos que, do outro lado, já estão sendo levantadas as portas de um poder nos chamando ao compromisso cabalístico eterno.

Pelo nosso poder e pela Consagração Iniciática Cabalística sabemos que as forças da cabala são transmitidas por vibrações. 

Vejamos agora: é aplicado isto a tudo o que foi criado. 

Tudo emite vibrações, seja de natureza orgânica ou inorgânica. 

Essas vibrações são também chamadas ENERGIAS, fenômeno direto inteligente e material, ao mesmo tempo independente de nossa vontade e de nossa imaginação espontânea, de raciocínio, que rompe os músculos e liberta o espírito da cura.

Sim, filho, estamos marchando para uma Nova Era. 

A luta do poder espiritual é terrível nos mundos espirituais e o Homem passa por grandes acontecimentos. 

Só mesmo a conscientização do espírito individual poderá te libertar dos fenômenos individuais. 

As lutas, as constantes guerras dos exus, eguns, são terríveis. 

Existem espíritos que já subiram para o sono cultural, isto é, tiveram a graça de serem retirados das Trevas por um padrinho. 

Sim, quando estamos em dificuldade, chamamos por nosso padrinho e ele, somente ele, pela graça de Deus, pode colocar seu afilhado no grau de sua evolução. 

Devemos admitir, então, que entre o afilhado e ser padrinho tudo pode acontecer. 


Tudo, inclusive uma mudança estrutural benéfica.

Não te esqueças, filho, de que livre é o Homem que sabe amar! 

Somente o trabalho nos ergue e nos faz compreender que, enquanto trabalhamos com nossos irmãos, estamos em contato com Deus. 

Mil vezes, nunca reclames da luta e nunca reclames da paz! 

É preferível a esperança da busca à paz da resignação.

Sim, filho, Jesus ilumine os nossos corações! 

Estamos na marcha evolutiva da Nova Era... 

Precisamos nos preparar! 

Salve Deus!


CRÊ NO SENHOR JESUS CRISTO E SERÁS SALVO, TU E A TUA CASA!
Atos 16:31





 SE PERDESSEM TODOS OS LIVROS SACROS DA HUMANIDADE E SÓ SE SALVASSE O SERMÃO DA MONTANHA, NADA ESTARIA PERDIDO...
Mahatma Gandhi

Um líder deve dar o seu exemplo e a sua sabedoria para a condução do seu povo.

Caso contrário, será como um cego conduzindo cegos!


SALVE DEUS!


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