Olá amigos e visitantes! Que bom receber vocês aqui no meu espaço! Estou reunindo um pouco das minhas experiências no Vale do Amanhecer. Vou ficar muito feliz se você se identificar com as matérias aqui postadas e com os relatos. Aproveite e compartilhe, afinal, tudo o que está aqui é NOSSO. Aprendi que é dividindo o conhecimento que se multiplicam as coisas belas e que ninguém é tão grande que não possa aprender e nem tão pequeno que não possa ensinar.

“A Doutrina do Amanhecer não tem “desenvolvimento a distância” ou “desenvolvimento on line”. Os conhecimentos e técnicas mediúnicas devem ser adquiridos gradativamente conforme a trajetória de cada médium em seu desenvolvimento dentro dos Templos".

terça-feira, 23 de abril de 2019

APARÁ




Um médium de incorporação deve ser respeitado como nossa capacidade máxima de comunicação direta com os planos espirituais.

Ser Apará é uma missão dolorosamente grandiosa. Ouvir, traduzir conhecimentos e instruções que por vezes ainda são muito difíceis para o próprio médium seguir. Imagine o conflito interior que vive um Apará, que com a voz direta, tem que respeitar seu juramento, passando as instruções para um paciente e que muitas vezes ainda não consegue dominar aqueles mesmos instintos.

O Mestre Lua sofre!

Sofre a incompreensão dos Doutrinadores, que por vezes o julgam melindrosos, “cheio de dedos”.

Sofre com a incompreensão de si mesmo. 

De muitas vezes não se sentir digno da grandeza da qual é instrumento.

Sofre com a consciência da incorporação e as dúvidas que se acercam nesta hora.

Ser o instrumento de uma Entidade de Luz implica em ser o seu ouvido o primeiro a ouvir os conselhos, as orientações, as chamadas à razão...

Absorvendo as energias, ao contrario do Doutrinador que as reflete, seu temperamento se torna mais facilmente variável. 

Manter o controle em ambientes cujo padrão vibratório geral está comprometido é uma árdua tarefa a cada dia. 

Por vezes se calam simplesmente porque necessitam controlar seu próprio padrão e sentem as influencias com mais intensidade. Ou ainda se afastam, abandonam simplesmente o lugar onde não se sentem mais a vontade.

Compreender o Mestre Lua é uma necessidade fundamental para os Doutrinadores (as). 

Ser tolerante nos momentos em que fecham. 

Identificando que algo não está bem e dispondo-se imediatamente a ajudar na mudança de sintonia.

Ser Ajanã é sentir-se uma sombra em um oceano de luz. 

É compreender primeiro, aceitar primeiro, ouvir primeiro, tolerar primeiro e nem sempre poder esperar a mesma reciprocidade.

Antes de criticar qualquer Ajanã devemos lembrar que é um Doutrinador que conduz as suas aulas de Desenvolvimento. 

Que o orienta sobre a conduta, lhe passa as instruções e por fim o libera para o atendimento, quando o avalia pronto!

Esta é minha pequena, mas sincera homenagem 
a todos os Mestres Lua! 



Revisando e republicando este texto do início da jornada no Exílio do Jaguar. Escrevo para despertar a consciência da missão grandiosa de ser Mestre Lua! De trazer a voz direta como receptáculo de uma Entidade de Luz! De iluminar, consolar, aconselhar e CURAR!❤✌Adjunto Anavo Kazagrande


sábado, 20 de abril de 2019

ALERTA PARA JULHO 2019



Irmãos amados,
Não se trata de uma profecia 
Ele apenas psicografou uma mensagem do plano espiritual.
CHICO XAVIER

Anunciando a chegada de uma NOVA ERA...

Já estamos vivenciando parte desta chegada, e se o mundo "Planeta Terra" conseguir chegar até 21/07/19 sem iniciar a terceira guerra mundial... teremos uma era de Luz.

Muitos estão sendo recolhidos por não estarem prontos para uma era de fraternidade e perdão maior.

Alguns precisam ir para retornar e nos ajudar na nova fase.

Estamos vivendo uma fase de limpeza, muitos desencarnes coletivos estão ocorrendo e até meados de abril, a natureza irá se manifestar.

Muitas pessoas estão sentindo a necessidade de buscar mais a natureza e sair do stress das grandes cidades e empresas.

Muitos estão se conectando de forma muito mais forte com animais e sentindo uma vontade imensa de mais amor fraterno e praticar mais esse amor.

Muitos estão tendo dores de cabeça, dores nas costas, estão sensível “choro fácil", se sentindo deslocados e até com insônia, mas com tudo isso, sentem que tem algo bom chegando.

Essas pessoas estão sensíveis porque de certa forma fazem parte desta Nova fase na Terra.

Estamos sendo trabalhados pela espiritualidade para expansão mental, saindo dos sentimentos de terceira dimensão para irmos para quarta ou Quinta dimensão, conforme a evolução de cada um.

Infelizmente muitos não irão neste momento conseguir praticar o perdão, ter conexão com a natureza com facilidade, esses irmãos, se não forem recolhidos para colônias de padrão vibracional igual ao deles, ficarão aqui em verdadeiro caos existencial, se sentindo revoltados, tristes e etc., esses irmãos se ficarem ou partirem, terão a misericórdia divina sempre para buscarem luz e amor, porém somente quem se permitir a prática da gratidão, amor fraternal e perdão, poderá receber as graças da nova era.

Ao observarem tragédias, orem, vibrem por todos, mas jamais se esqueçam que mesmo doendo, jamais cairá uma folha sem que Deus permita...

De todo coração, vibrem diariamente por luz, amor e perdão.

Evitem estar com pessoas de pensamentos negativos.

Não assistam programas de fofoca, jornais de mostram tragédias...

Se afastem de qualquer sentimento contrário ao amor fraterno...

Vibrem pela chegada da Nova Era e sejam gratos por estar aqui... 
é merecimento!





sexta-feira, 19 de abril de 2019

Trino Ajarã | Gilberto Zelaya | Proposta de continuidade para a CGTA | V...

CRIANÇA É

  ESPÍRITO VELHO NUM CORPO NOVO




Na infância é mais fácil assimilar a educação que recebe de seus pais ou daquele que está com a responsabilidade de educá-la, de auxiliá-la no adiantamento. 


As crianças são seres que Deus manda para novas existências. 

Elas são espíritos velhos, que viveram outras encarnações, que chegam trazendo uma bagagem de coisas boas ou ruins que praticaram. 

Por isso vemos crianças em tenra idade com facilidade de tocar um instrumento musical, se destacam na ciência, informática, matemática, etc. 

Mas, tomemos cuidado, porque inteligência nem sempre está ligado à evolução moral. 

Portanto, nós não conhecemos o que a inocência das crianças esconde. 

Para que os Espíritos não possam mostrar excessiva severidade, eles recebem todo o aspecto da inocência. 

Essa inocência, muitas vezes, não constitui o que realmente eram antes. 

É a imagem do que deveriam ser, e não o que são. 

As más inclinações são cobertas com o esquecimento do passado. 

O amor dos pais se enfraqueceria diante do caráter áspero e intratável do Espírito encarnado. 

Pois não sabemos se o Espírito que recebemos com todo amor, possa ter sido um assassino, um amigo, um inimigo, um viciado, etc. 

Na adolescência surge o caráter real e individual, por isso mudam tanto de comportamento. 

Devemos educar nossos filhos desde o berço, e começar a conversar com eles desde os 4 anos, sem esperar pelos 12, 13 anos.

Os frutos plantados na infância serão colhidos na adolescência.


"O mundo que vamos deixar para os nossos filhos depende dos filhos que vamos deixar para o nosso mundo", 
disse Mario Sérgio Cortella.

Vale do Amanhecer Pai João de Enoque - 12/03/2017 - Ripurã do Amanhecer

Extase - Ritos Sagrados o Vale do Amanhecer

FILHOS DE SETA BRANCA

“Quando eu daqui me for, os filhos de Tia Neiva irão sofrer muito, mas os filhos de Pai Seta Branca irão levar essa doutrina a frente”.



  
Tia Neiva –



Após o desencarne de Tia Neiva ocorreu uma inversão no sistema de sustentabilidade de nossa Doutrina. Com Tia Neiva presente, ela dava o direcionamento e sustentava o sistema pela sua liderança; os “filhos de Tia Neiva”, aqueles mais próximos e dependentes dela, estavam firmes ao seu lado. Sem ela presente fisicamente, esta sustentabilidade passou a ser dos Filhos de Pai Seta Branca, médiuns que hoje, em sua maioria absoluta, não conheceram a Clarividente, mas que pela fé sustentam nossos trabalhos.



Deveria ser a Fé e o Conhecimento (a ciência), porém muitas lideranças incorreram na senda da “velha estrada” e insistem em tentar dominar pela fé, quando deveriam estar na verdadeira Escola do Caminho, onde se prega que o conhecimento liberta!



Ocultar as palavras da Clarividente, desfazer do conhecimento do Tumuchy (enviado justamente para traduzir o que Tia trazia espiritualmente), são atitudes dos que mergulham em um dos mais tristes e perigosos atos de dominação: escravizar sentimentos!



Não podemos manipular as pessoas pela fé ou pela energia envolvida nas consagrações! É preciso o esclarecimento, a Luz da Compreensão e do Conhecimento! Não somos religiosos, somos cientistas espirituais! Trabalhadores esclarecidos e que progridem com naturalidade em suas vidas materiais, emocionais e espirituais! Não existe sentido na fé fanatizada, sem explicações coerentes, ou que pregue que estamos aqui para sofrer! Estamos aqui para sermos felizes! Para cumprir nossa jornada, nosso aprendizado, nossos reajustes e ainda sermos felizes. Ninguém encarna somente para sofrer! Nem o mais endividado dos espíritos viria nesta condição!



Esta Doutrina continua porque VOCÊS trabalham!



Não são os que conheceram Tia Neiva, ou aqueles que ostentam classificações “especiais”... São os que trabalham de verdade! Que movimentam a Mesa Evangélica, que atendem os pacientes nos Tronos, na Cura e na Linha de Passes.



São aqueles que entendem que a voz de comando é prioritária e um dom a ser despertado, e que deve transmitir emoção!



São os Ajanãs que não precisam se preocupar com comandos. São Ninfas Sol que tudo sabem e se calam. São as Ninfas Lua que trazem a Voz Direta com o amor, o carinho e a humildade de nossos Mentores!



Quando entramos para a Doutrina, assumimos esta missão pelo encanto, pelo amor, pela fé! Não entramos seguindo alguém, ou porque fulano disse que era bom. Entramos pela Espiritualidade. Por isso repito sempre que: “infeliz daquele que é seguidor de homens”! Até mesmo aqueles que estavam na Doutrina exclusivamente por Tia Neiva acabaram se perdendo. Somente os que persistem pela fé em Pai Seta Branca, e pelo conhecimento da Escola do Caminho de Nosso Senhor Jesus Cristo, é que seguem e sustentam esta Doutrina! Sem os filhos de Pai Seta Branca restariam apenas um bando de caciques brigando entre si e sem os “índios” que dão o sustento energético e realizam os trabalhos sem preocuparem-se com líderes impostos.



Orgulhe-se de ser “índio”, e ore pelos “caciques”...

Eles precisam muito!



Kazagrande Gravação de Aula dominical – 1.984.

TRINO AJARÃ FALA DA IMPORTÂNCIA DE SEGUIR AS LEIS ( PARTE 4)

TRINO AJARÃ FALA DA IMPORTÂNCIA DE SEGUIR AS LEIS ( PARTE 3)

TRINO AJARÃ FALA DA IMPORTÂNCIA DE SEGUIR AS LEIS ( PARTE 2)

TRINO AJARÃ FALA DA IMPORTÂNCIA DE SEGUIR AS LEIS ( PARTE 1)

INSTRUÇÕES PRÁTICAS


Instruções Práticas para os Médiuns 
Fascículo 01

ÍNDICE
Item
Assunto
Pág
-
Índice
1
-
Prefácio aos Médiuns do Vale do Amanhecer
2
-
Prefácio para o leitor estranho à Corrente
3
1
Como você ingressou no Desenvolvimento
4
2
Como você começou
4
3
O começo do desenvolvimento
6
4
Como agir nos primeiros dias de frequência
7
5
Horários
7
6
A sirene do Templo
7
7
O ritual básico
8
8
Ritual de abertura
8
9
Mediunização
9
10
Personalidade e individualidade
10
11
Mantras, chakras e plexos.
11
12
O uniforme
11
13
A voz
12
14
O gesto
12
15
Amigos e inimigos
12
16
Tia Neiva
13
17
Relações com os Mestres
14
18
Seus dias de frequência
15
19
Retiro normal
15
20
Horários dos Retiros
16
21
Bônus horas
16
22
Atitude básica
16
23
Seus gastos no Vale
17
24
Seus “Mantras”
17
25
O Cartão
18

Prefácio para os Médiuns do Vale do Amanhecer



Caro Médium:

Este Fascículo é dirigido a você como Médium da Corrente.

No momento que você recebeu sua emanação, no seu primeiro dia como principiante, você já se tornou Médium do Templo do Amanhecer.

A partir desse ponto, seu problema é desenvolver suas qualidades mediúnicas. Estas instruções são para lhe ajudar de maneira prática e objetiva. Elas lhe ensinarão como se movimentar na área do Vale e no Templo, como usar seu uniforme e como se adaptar no quotidiano da vida mediúnica.


Naturalmente, seu desenvolvimento não vai depender de coisas escritas, de leituras e aulas. 


Este trabalho apenas irá complementar as coisas que você vê e ouve no decorrer de seu desenvolvimento.

Use-o como um livrinho de bolso, para você ler na condução ou nos seus momentos de folga. 


Se houver mais alguma coisa que você ache que está faltando, procure seu Instrutor ou qualquer Mestre mais experiente. 

Temos certeza que alguém irá lhe informar o que você pretende.

Temos à sua disposição 07 (sete) Fascículos (Instruções Práticas para os Médiuns) que deverão ser adquiridos de conformidade com as orientações dos Mestres Instrutores, bem como os livretos de Pequenas Histórias e outras obras publicadas sob os olhos da Clarividente Neiva, doutrinariamente destinadas a somar valores essenciais ao seu melhor posicionamento.


Os títulos são

 O Vale do Amanhecer;
 Tia Neiva – Autobiografia Missionária;
Série Pequenas Histórias (Fascículo 01 ao 07);
 Mensagens de Pai Seta Branca;
 Luz do Amanhecer;
Hinos Mântricos e Preces;

Lembre-se sempre que nossa Doutrina é dinâmica, isto é, as instruções dos Planos Espirituais fluem constantemente pelos Emissários do Céu e, já existe um mundo fantástico de conhecimentos registrados em “Cartas” que aos poucos você, caro Médium, irá no transcorrer de sua jornada se familiarizando e conquistando o direito de adquirir.

Não será por falta de informações que você irá “estacionar” sua Mediunidade.

Boa Sorte!
Mário Sassi - Trino Tumuchy
(in memória)


Prefácio para o leitor estranho à Corrente
Caro leitor:

Este folheto é dirigido aos Médiuns do Vale do Amanhecer.

Embora não haja objeção que seja lido por outras pessoas, apenas queremos lembrar que ele será melhor assimilado por quem estiver participando das atividades mediúnicas do Vale.

Na verdade ele é apenas um registro das posições básicas do Vale do Amanhecer mostrando suas finalidades, posição técnica, doutrinária e mística.

É também verdade que nossos Médiuns não dependem de material escrito para sua participação, uma vez que o conhecimento da Doutrina do Amanhecer é adquirido mais pela Mediunidade que pelo intelecto.

Sem dúvida existe um aprendizado inicial, no qual entram os processos imitativos e sensoriais. 


Mas, tão logo o Médium se familiariza com o Sistema ele aperfeiçoa mais a percepção mediúnica que a sensorial.

Por meio de “Mantras”, “Chaves”, Cantos, gestos, Indumentárias e horários, tudo formando um conjunto ritualístico, se estabelece um intercâmbio ectoplasmático entre o Médium e a Corrente. 


Isso muda seu teor fluídico e o impregna com as Energias Espirituais manipuladas no Templo.

O resultado é o clareamento fisiológico que abre a percepção extra-sensorial. 


O Médium passa a perceber as coisas de seu campo consencional que antes não eram registradas pelo seu “eu”.

Por esse processo ele se torna esclarecido sem artifícios, de acordo com sua formação psíquica e sua cultura, sem falsas submissões à dogmatismos que produzem dúvidas e angústias.

Somente o Mediunismo sem retoques ou superstições garante o respeito ao livre arbítrio, e torna possível a modificação do indivíduo de dentro para fora, a única mudança de comportamento que se faz sem criar dependência e que permite o equilíbrio individual.


Esse é o motivo básico pelo qual não se sujeita o Médium do Vale do Amanhecer a leituras obrigatórias. 


Mas, uma vez aprendido o Sistema do Vale, nada há que se objete à leitura, que sempre pode acrescentar algo à Personalidade. 

Essa é a razão deste Manual Prático, que vamos disponibilizando em capítulos, para não se tornar cansativo.

Boa Sorte!


Como você ingressou no Desenvolvimento.


Antes de se tornar Médium do Vale do Amanhecer você era um simples paciente, um frequentador.


Você consultou um Preto Velho e lhe foi dito: 

“Meu filho, você tem muita Mediunidade, você precisa desenvolver…”.

Nessa altura, você está convencido de que a única maneira de “endireitar” sua vida, curar-se de alguma doença ou afastar suas dificuldades, é se desenvolvendo.


Você então é encaminhado a um serviço especializado. 


A Ninfa responsável lhe fez algumas perguntas, escreveu seu nome e seus dados em uma folha impressa e mandou que você começasse no domingo seguinte. 

Você então voltou para sua casa com uma “Autorização para Desenvolvimento”.


2 Como você começou


Se ingressou no Corpo Mediúnico pelos processos normais, você começou assim: No domingo seguinte ao recebimento da autorização, se apresentou no Templo às 10:00 horas da manhã e sentou-se junto aos outros pacientes. Você pode ter ouvido a palavra “Aspirante”, e isso é o que você era.

Das 10:00 às 11:00 horas o Presidente ou o Coordenador do Desenvolvimento explicou o que era a Corrente, quais as razões da Mediunidade, o que poderia ser feito e o que não poderia ser feito. Nessa ocasião deve ter sido dito:

“Para ser Médium da Corrente Indiana, a pessoa não pode ingerir álcool, nem uma gota, e isso não tem meio termo”.

Você deve ter ouvido também que o Vale não faz campanha antialcoólica, nem se importa que seus componentes bebam. O problema do álcool é colocado em termos técnicos da Mediunidade e do perigo que isso representa para o Médium.

Foi dito também:

“A razão básica pela qual as pessoas precisam se desenvolver é o seu equilíbrio pessoal, a realização do programa feito pelo seu Espírito, antes de vir para este Planeta, antes de reencarnar”.

E também:

“A Mediunidade é uma arma que Deus lhe deu para se defender. Conforme o uso que você fizer dela, você pode ferir a si mesmo. Por isso, ela é um espinho atravessado na carne”.

Com essa explicação você compreendeu que a Mediunidade é um fato natural e que todos os seres humanos a têm. Mas, o que mais o impressionou, provavelmente, é de ter ouvido que Espiritismo é Doutrina da Vida e não da Morte!

De fato é assim. 


A verdadeira religião é a vida de cada um, as obrigações, as pessoas que o cercam, seus filhos, seus pais, seus irmãos, seus companheiros de profissão, seu vizinho no ônibus, enfim, seu “próximo” e sua vida do dia a dia. 

Da maneira que você se comportar a cada momento é que é sua Religião. 

Se você vive doente e desanimado, pobre, mal vestido, de mau humor, cercado de Espíritos desencarnados de baixo padrão vibratório, que espécie de Amor você está dando ao seu “próximo”, que “Religião” é a sua?

Agora veja o outro lado da moeda: 


  • Você se desenvolve, ou melhor, desenvolve suas qualidades mediúnicas amparado pelo Sistema Crístico, dentro das normas que o Mestre Jesus preparou para este Planeta nestes 2000 anos. 
  • Você aprende o valor da Humildade, da Tolerância e do Amor ao próximo. 
  • Você descobre que não é o pobre coitado que chegou ao Templo pedindo socorro, mas sim que tem uma vasta experiência de milhares de anos – você descobre o acervo do seu próprio Espírito!
  • A partir daí você começa a “vencer na vida”, isto é, sua mente se torna mais clara, suas decisões são mais seguras, suas dores são menos sofridas e você começa a se realizar.
  • Você agora pratica a Religião da Vida!

A partir daí, as pessoas começam a gostar mais de você e achar que você é uma boa pessoa, começam a vibrar favoravelmente a você! 


Com isso você começa a entender porque o Velho Tumuchy afirmou:

“Nós podemos avaliar nossa posição neste universo, a cada momento, pelo balanço entre as vibrações positivas e as negativas que nos atingem”.

Assimilando isso, você aprende a cultivar as vibrações favoráveis do seu próximo – você aprende que é mais negócio fazer amigos do que inimigos!

Assimilando essas ideias, você começou a ser um Médium do Vale.



3 O começo do Desenvolvimento


Depois da Palestra, ainda no seu primeiro dia de Desenvolvimento, você foi submetido, dentro de um processo especial e isso foi muito importante. 


A partir desse trabalho, as “águas do rio de sua vida” passaram a correr em outro canal – o canal Mediúnico. 

Desse momento em diante começa a abertura de seus Chakras.

CHAKRAS são pontos de captação e transmissão de forças Espirituais, que existem na periferia do corpo, sob a pele, com ligação com o seu Perispírito.

Para você ter uma idéia aproximada de seu Perispírito, imagine que você está circundado por uma fina parede de plástico transparente e flexível que forma um oval. 


Ela é de matéria Etérica e por isso não interfere com o seu mundo físico, de forma perceptível pelos seus sentidos.

Nessa “parede” existem alguns pontos parecidos com tomadas de eletricidade, dessas que a gente tem nas paredes da casa. 


Através deles você recebe a energia do seu mundo Espiritual e transmite os anseios de sua Alma.

Bem em cima de sua cabeça existe o Chakra Coronário. 

Esse Chakra alimenta a Força do Doutrinador. 

Pouco acima do seu estômago, fica situado o Chakra Umbilical, na região do seu Plexo Solar. 
Esse Chakra é que proporciona o desenvolvimento maior do Médium Apará. 

Além desses existem outros que têm funções diferentes. 

Voltaremos a falar deles mais tarde.

Depois do trabalho de “inversão de corrente”, feito nos Tronos, você foi submetido a um Teste de Mediunidade. 


Depois disso você e nós ficamos sabendo com que tipo de Mediunidade seu Espírito decidiu exercer sua Missão na Terra. 

Veja bem, não somos nós que damos a sua Mediunidade. 

É você que já trás consigo, nós apenas verificamos.

Sua primeira manifestação Mediúnica é na presença de seu Mentor. 

O Mentor é um Espírito da Esfera Superior, um Pai ou Mãe Espiritual que sempre guiou os seus passos na Terra. 

Alguns o chamam de “Anjo da Guarda”.

O Teste Mediúnico consiste exatamente na 
“Chamada do Mentor”


Se você for Doutrinador, o Mentor concentra na sua cabeça, no seu Chakra Coronário. 

Com isso você sente a cabeça um pouco mais quente, mas fica completamente consciente. 

Se você for Apará (Incorporação) a influência é maior no Plexo Solar, no Chakra Umbilical. 

Nesse caso você perde um pouco a consciência e sente a pressão na região do estômago.

A partir daí você se definiu: Doutrinador ou Apará.

No domingo seguinte você foi encaminhado a um Instrutor. 


Doutrinador ou Apará, aqui estão as coisas fundamentais que você deverá saber.




4 Como agir nos primeiros dias de frequência


Desde que completou seu primeiro dia de Desenvolvimento, você deixou de ser um paciente para ser Médium. 


Embora você não perceba isso com muita nitidez, existe uma diferença muito grande entre um e outro.

Por isso não convém que você continue frequentando como paciente passando pelos Tronos, pela Cura ou Linha de Passes. 


Você só deve fazer isso se tiver um motivo muito forte, e assim mesmo mediante um entendimento com o seu Instrutor ou com o Presidente do Templo. 

Desde o momento em que você se tornou Médium, tudo que você precisa deverá ser obtido pela sua Mediunidade e não pela Mediunidade dos outros.



5 Horários


Sua obrigação de frequência é de uma vez por semana, de preferência aos domingos. 


Se isso não for possível, freqüente a cada 15 dias ou uma vez por mês, mas estabeleça um ritmo de comparecimento.

Numa tradição que é mantida há muitos anos, os horários de funcionamento da Corrente são os seguintes:


10 horas da manhã – Abertura da Corrente. 

Funcionam: Mesa Evangélica e Linha de Passes.
(Onde há Corrente Mestra);

3 horas da tarde – Abertura da Corrente Mestre (onde existe). 


Funcionam: Todos os Setores de Trabalho.
Qualquer que seja seu ritmo de frequência você deve abrir sempre o seu “Retiro” às 10 horas da manhã e nunca fechá-lo antes da passagem das 3 da tarde. 

Excepcionalmente você pode abri-lo às 3 horas da tarde. 

Aos domingos, enquanto você for principiante, seus horários serão determinados pelo seu Instrutor.



6 A SIRENE 

Depois que ela toca você tem sempre 15 minutos para se apresentar ou para encerrar seu trabalho.

Código dos toques da sirene:
1 Toque (longo) – Encerramento do trabalho oficial e retiro.
2 Toques (médios) – Convocações para: – Reuniões Trabalho Especial – Outros Trabalhos.
3 Toques (1 curto – 1 médio – 1 longo) – Intercâmbios do retiro e abertura do trabalho oficial.
4 Toques – Emergência – Reunião de todos que se acha­rem no vale. E também, toques, de meia em meia hora das 10:00 horas da manhã às 18:00 horas da tarde, no caso do desencarne de um mestre.

Obs.: Determinado trabalho especial, situações de emergência e nos casos de desencarne, antes de tocar a sirene, o mestre deverá estar autorizado. 
Para a realização de qualquer Trabalho fora dos dias e horários pré-estabelecidos, deverá haver autorização do Presidente do Templo



7 O RITUAL BÁSICO

Use a expressão “Salve Deus”!
a) Sempre que cruzar com outro Médium aqui ou fora do Vale;
b) Quando cruzar o portão do Vale entrando ou saindo; 
c) Ao entrar ou sair do Templo.
Entre no Templo de preferência pelo lado esquerdo. 

Ao atravessar o portal diga “Salve Deus!” e abra os braços de frente para a Pira. 

Faça o mesmo ao sair, não importa quantas vezes você entrar ou sair.

Não converse a não ser o estritamente necessário, assim mesmo em voz baixa. 


Evite a todo custo gesticular, rir ou gritar. 

Procure sair pelo lado direito. 

A circulação é melhor no sentido dos ponteiros do relógio.

Sempre que você chegar ao Templo, permaneça alguns minutos sentado ou em pé e se prepare mentalmente. 


De preferência faça um “Pai Nosso”. 

No fim deste folheto você irá encontrar o “Pai Nosso” como proferimos aqui. 

Em seguida faça a sua preparação. 

Nesse caso existem duas hipóteses: você chegou no horário de abertura ou chegou com os trabalhos em andamento.


8 RITUAL DE ABERTURA

A fila é formada a partir dos Comandantes do trabalho que ficam bem em frente da presença divina (entre o sol e a lua) seguidos dos comandantes dos demais setores de trabalho.

As Médiuns ninfas (mulheres) ficam à sua esquerda; os homens ficam à sua direita. 


Todos devem ficar com as mãos cruzadas atrás, a uma distância mínima de 20 centímetros mais ou menos, entre um Médium e outro.

O Primeiro Comandante dá o sinal (às 10 ou 15 horas em ponto) e todos começam a cantar Mayanty. 


O Primeiro Comandante faz a sua preparação e a chave de abertura. 

Em seguida, o 2º e o 3º Comandantes, e daí por diante passa uma Médium ninfa, depois um homem e daí por diante, até o último.

Cada um que passa pela Pira segue depois para a frente da mesma e, abrindo os braços diz: “Meu Senhor e Meu Deus”


Segue depois para a base da mesa triangular e, abrindo os braços de frente para a Pira repete: “Meu Senhor e Meu Deus”.

Se você chegar com os trabalhos em andamento faça a mesma coisa, porém sem precisar cantar Mayanty.


De qualquer forma, em conjunto ou só, quando você termina o ritual de abertura, isso deve significar que você já está Mediunizado.



9 MEDIUNIZAÇÃO

A Mediunização é o fato básico e mais importante da vida do Médium, por isso vamos nos alongar um pouco mais sobre isso neste Fascículo.

Para você entender bem a Mediunização é preciso que você saiba algo fundamental sobre você mesmo. 


Procure nos seguir com sua imaginação.

Um dia, na Eternidade, seu espírito foi criado por Deus. 


É como se Deus fosse uma nuvem muito grande, uma dessas nuvens de chuva e seu espírito fosse uma das gotas de chuva que caiu da Nuvem-Deus. 

É lógico que essa gota de água-chuva é feita da mesma substância da Água-Nuvem-Deus.

Só que, uma gota de água é água, mas não é a água. 


Entendeu? A gota é água, mas não é toda a água. 

A gota é um pouco de água individualizada.

Assim, a partir do momento que se destacou de Deus, seu espírito passou a ser uma Individualidade, algo destacado, algo separado.


Como uma gota de chuva que cai sobre a terra, seu espírito Iniciou uma trajetória, um caminho, um destino. 


Quando isso aconteceu e como, ninguém sabe, e nem você jamais o saberá. 

Mas, isso não importa muito atualmente, nesta encarnação.

Agora pense quanta coisa pode acontecer com uma gota de água!


Ela pode se dissolver na terra, cair sobre uma planta e ser sugada por ela, misturar-se com outras gotas e se tornar apenas água. 


Ela pode se sujar, se colorir, ser mais transparente ou mais opaca, etc.

Depois ela pode virar vapor e subir de novo para a nuvem. 


Em seguida ela pode descer de novo e tornar a subir. 

Mais ou menos assim é a vida do seu espírito! 

Talvez você tenha mais imaginação e possa arranjar uma comparação mais feliz. 

Mas, cremos que você entendeu a ideia, não é verdade?

Pois bem partamos agora para a ideia das Encarnações.


Seu espírito está em alguma parte deste Universo e seu sonho é voltar para Deus. 


Provavelmente ele estará em “alguma morada do Pai” como disse o Mestre Jesus no seu Evangelho. 

Mas, desde o momento que você, ou melhor, seu espírito partiu de Deus, ele se arranhou, empoeirou, sujou e se poluiu. 

Para voltar para Deus ele terá que se purificar de novo, ficar transparente, límpido como uma gota d’água.


Deus, então, na sua infinita misericórdia, estabeleceu um sistema, uma maneira de os espíritos se purificarem: 
Ele inventou a Humanidade, criou dentre outras coisas, o ser humano.

Nesse caso, o que é um Ser Humano, o que é um Homem?

A resposta é óbvia
Um Ser Humano é um espírito a caminho, um espírito que ganhou uma oportunidade de se preparar para voltar à Deus que o criou e, nessa trajetória, passa algum tempo na Terra.

Para esse fim o espírito se equipou com um corpo e, para operar esse corpo ele utiliza uma alma. 


Assim como um motorista que adquire um carro e o enche de gasolina. 


O motorista é o espírito, a gasolina é a alma 
e o carro é o corpo. 

De acordo com o estado que esse espírito iniciou suas viagens ao Planeta ou melhor pelo Planeta, tantas e de tais qualidades são suas encarnações.

Como não bastou uma, ele teve várias e é por isso que se costuma dizer que uma pessoa é um espírito reencarnado. 


Assim como cada ano ou cada época a gente pode ter um carro diferente, cada encarnação a gente forma uma nova personalidade.


10 PERSONALIDADE E INDIVIDUALIDADE

Nessa altura meu caro médium principiante, você tem duas coisas diferentes para entender, que você é basicamente: 

A individualidade do seu espírito e a sua personalidade atual.

Naturalmente você já percebeu que a sua individualidade é coisa antiga, tão antiga que você nem sabe quando ela começou a existir. 


Mas, a sua personalidade é recente pois tem exatamente sua idade!

Sobre a sua personalidade você sabe quase tudo. 


Você sabe do que gosta e do que não gosta. 

Na verdade você tem até mesmo certa admiração por você mesmo! 

Pode até acontecer de você ter mágoa de não ser mais bonito, mais charmoso ou mais alto.

Normalmente você vive tão preocupado com sua personalidade que raramente você percebe sua Individualidade. 


Entretanto, seu espírito tem a experiência de muitas encarnações, de experiências vividas durante milhares de anos. 

Ele tem a experiência acumulada de aproximadamente 19 a 21 personalidades diferentes que você já foi! 

Só que você não se lembra disso, não tem preocupação de pensar no seu próprio espírito, e isso não é realmente muito premente, até que o seu “carro” atual comece a ratear e as coisas comecem a ir mal.

É nesse ponto que você veio parar no Vale do Amanhecer e acabou se tornando um Médium do Vale. 


E como o Vale existe justamente para reavivar sua memória espiritual, a principal coisa que ele vai lhe ensinar é a retomada de contato com seu próprio espírito. 

Isso será feito pelo mecanismo da Mediunização.

Ao chegar ao Vale pela primeira vez você estava dessintonizado, isto é, sem sintonia com seu mundo espiritual, meio perdido no caminho da vida.


Desde o começo, você recebeu um princípio doutrinário, algo em que se basear e também confiar. 


Recebeu também um “reajuste” de sua organização psíquica, um “reaperto” na sua tônica magnética. 

Isso que o povo chama de “descarga”, “limpeza”, etc.


11 MANTRAS, CHAKRAS E PLEXOS

Agora você tem um “Mantra”, ou seja, um conjunto de gestos, sons e atitudes que lhe permitem começar a se ligar com seu mundo espiritual. 

Você canta “Mayanty” e, ao fazer isso, você libera seu “fluido” ou “ectoplasma”. 

Ele vai saindo de sua boca como se fosse uma nuvem invisível e essa fumacinha vai se juntando ao ectoplasma dos outros Médiuns e ao que já existe no Templo.

Ao mesmo tempo sua “aura” vai ficando mais clara e a “parede” do seu Perispírito se torna mais límpida, mais transparente. 


Seus “chakras” começam a acordar e você vai recebendo de volta a mesma quantidade de fluído que você está emitindo. 

Só que o fluído que volta é mais sutil, cheio de vibrações positivas.

Ele atravessa seus “Chakras” e se comunica com seus plexos nervosos. 

(Plexos são feixes de nervos –
lugares onde os nervos se cruzam).


O maior “plexo” fica situado na região do estômago, entre este e o peito. 

Nele você recebe e emite a maior carga de ectoplasma e é por isso que os Mestres recomendam que você ande com as mãos cruzadas às costas. 

Com isso você expõe mais o plexo solar, esse que fica acima do estômago. 

Outra parte do ectoplasma, que está sendo recebido, penetra pelo alto da cabeça, pelo “Chakra” coronário. 

Na verdade isso pode acontecer com todos seus “Chakras” e, por conseguinte, com todos seus “plexos”.

Aos poucos, você sente o resultado dessa complexa operação Mediúnica, e você começa a se sentir diferente. 

Sua mente clareia, você percebe em si mesmo uma excitação tranquila, uma energia nova, uma certa leveza, uma espécie de alegria.

Na verdade, o que você sente é difícil de ser reproduzido aqui, uma vez que a experiência é só sua de acordo com você mesmo e com mais ninguém.

Essa é a experiência do princípio de comunicação de seu espírito, com você mesmo!

Daqui por diante você a cada dia aperfeiçoa mais sua capacidade de Mediunização. 


Com o tempo e a repetição ela se torna automática, rápida.

A partir da Mediunização, você tem pouca coisa a se preocupar, em termos de trabalho mediúnico. 


Você estando Mediunizado os Mentores e os Guias executam o trabalho por seu intermédio e vão lhe creditando os “bônus horas”, isto é, os créditos espirituais que vão saldar suas “dívidas” desta ou de outras encarnações.


12 O UNIFORME

As peças do seu uniforme, sua fita, sua carteira de Médium, seu chaveiro, sua estrela de carro, ou qualquer outro objeto que você use na sua qualidade de Médium do Vale merecem sempre cuidados especiais, pois são objetos que ficam impregnados de sua emanação.

Emanação é o toque pessoal do Médium. 


Com o uso, os objetos vão ficando impregnados com os resíduos do seu fluído e formam com isso uma Identidade espiritual. 

Por isso, eles não devem ser usados por outra pessoa, nem convém que os outros os toquem. 

Pela emanação de seus objetos mediúnicos os mentores sintonizam mais facilmente com sua onda pessoal.

Mas, a mais importante função do seu uniforme é a obtenção de vibrações favoráveis dos outros. 


Repare na diferença: 
Quando você está com sua roupa comum, as pessoas vibram na sua personalidade, no cidadão que você é, na sua maneira simpática ou não de se vestir. 

Porém, quando você está de uniforme as vibrações em torno de você se modificam muito. 

Você está representando a esperança de cura ou de solução dos problemas das pessoas, você é o Vale do Amanhecer!

Por isso o seu Uniforme deve ser o mais igual possível dos outros. 


Se você der a ele características muito pessoais, você recebe mais carga vibratória do que os outros. 

Isso tanto pode acontecer por seu uniforme estar “mais bonito” como por estar “mais feio”.

Sabedor disso, você deve evitar enfeites, pregas, laços e outros “acréscimos”. 


Também deve evitar manchas, engruvinhados por falta de ferro de passar, rasgões, etc. 

Seja elegante sem ser exagerado. 

Especialmente se você é Médium mulher.


13. A voz

A voz humana tem uma importante função na trajetória do espírito na Terra. 

Mas, ela é mais importante ainda na sua função mediúnica. 

Quando você estiver no Templo procure sempre controlar sua voz. 

Evite gritar ou falar em voz alta. 

O ectoplasma do Templo é altamente condutor de som e qualquer estridência ou dissonância altera toda a composição do ambiente.

Por outro lado, o Templo recebe continuamente vibrações negativas, cargas magnéticas e outras emanações dos espíritos tratados. 


Se sua voz é estridente ou dissonante pode atrair para você muitas dessas cargas.



14. O gesto

Seu porte, seu olhar e a movimentação de seus braços determinam o melhor ou pior aproveitamento do seu trabalho no Templo. 

Eles formam sua aparência e também são os índices de sua Mediunização.

Um Médium que conversa animadamente, gesticulando com os braços, lançando olhares maliciosos ou rindo gostosamente, dificilmente pode estar mediunizado. 


Em vez de estar sintonizado com a tônica do Templo ele se sintoniza com os outros cidadãos e o resultado é negativo… para ele.



15. Amigos e Inimigos

Você vai encontrar muita gente no Vale. 

A maioria você não conhece, mas sempre encontrará alguns que conhece. 

Pode até encontrar alguns amigos e alguns inimigos. 

Ou pode acontecer de você antipatizar com alguns ou simpatizar com outros. 

Bem, isso acontece em qualquer outro lugar da vida, não é verdade? 

Então, qual é a diferença?

A diferença é que no Vale do Amanhecer só existem dois tipos de pessoas: Médiuns e Pacientes! 


O Vale só reconhece duas qualidades: 
A Mediunidade ou A necessidade.

Sabedor disso você terá que se educar para agir de acordo. 


Tanto o desenvolvimento mediúnico como a busca de lenitivo para na dor são feitos no Vale como a última esperança da pessoa. 

Logo a probabilidade é que as que chegam ao Vale talvez não sejam as melhores pessoas, os mais “bonzinhos” da comunidade. 

Mas, seja pela Mediunidade do Médium ou o Médium pela sua Mediunidade, todos estão procurando conscientes ou não se integrar na sua Individualidade, no seu mundo espiritual e é isso que as tornam diferentes!

A Doutrina que você está recebendo é de Amor, Tolerância e Humildade, e essas são as únicas coisas que as pessoas estão esperando de você. 


Não tente ser amigo nem admita ser inimigo de ninguém no recinto do Vale. 

Seja apenas o Médium e evite ser o cidadão. 

O Médium não faz negócios, não namora, não discute futebol, nem pede dinheiro emprestado. 

Isso quem faz é o cidadão. 

E você só é cidadão depois que atravessou o portão do Vale e entrou na estrada. 

Quando você atravessou o portão para entrar, você deixou o cidadão lá fora e se tornou o Médium!



16. Tia Neiva

Clarividente Neiva era uma pessoa única e original. 

Ela era Mãe, Irmã, o consolo, a esperança e a segurança de todos nós do Vale, Médiuns ou Clientes. 

Mas, era também uma simples criatura humana.

Tudo que aqui existe veio por seu intermédio. 


Ela trouxe a Doutrina, a técnica, o ritual e a presença dos Planos Superiores, colocando tudo isso ao nosso alcance. 

Partiu no dia 15 de novembro de 1985, nos deixando como herança um sistema técnico-doutrinário singular, todo direcionado no sentido de somar – nunca dividir. 

Se você tem na sua família ou no trabalho pessoas de outras religiões, respeite-as em suas posições doutrinárias, evitando discussões desnecessárias. 

Seja natural e não se afaste das metas racionais.




17. Relações com os Mestres

Nós somos “Mestres ensinando Mestres” e, portanto, estamos ensinando e aprendendo ao mesmo tempo. 

Mas, o termo mestre é muito respeitado na Espiritualidade e não é aplicado no Vale no sentido comum da palavra.

O Mestre não é o professor que ensina a lição e que aplica a palmatória no aluno. 


Ele é o Médium que evoluiu dentro da Doutrina do Amanhecer e vive sua vida mediúnica com amor e assiduidade. 

Não é também o mais culto ou o mais “sabido”, mas sim, o mais sábio. 

Geralmente é o Médium mais humilde, mais simples, mais compreensivo, mais tolerante e que assimilou o sentido profundo “de que a dor do próximo é sempre maior do que a sua…” 

O Mestre do Vale é aquele “que se alguém lhe pedir que caminhe com ele um quilômetro ele caminhará dois; se alguém chorar, ele chorará com ele e, se alguém rir ele rirá com ele…” 

O Mestre é o que segue os preceitos do Cristo Jesus.


A verdade é que os amigos nos ensinam muito pouco. 


A gente aprende melhor com os que nos atacam, nos agridem e nos magoam. 

Só eles nos dão a oportunidade de exercer as coisas que o Mestre dos Mestres, Jesus, nos deixou: 

A lição do Amor, da Tolerância e da Humildade.


18. Seus dias de frequência


O Templo do Amanhecer (Templo Mãe) e o Solar dos Médiuns (Estrela Candente) funcionam as 24 horas do relógio. A Corrente é aberta todos os dias às 10 horas da manhã e assim permanece até as 10 horas da noite. Um dia de tra­balho é chamado de Retiro. Isso significa que todos os dias tem Retiro. Os horários e o tipo de trabalho que se faz cada dia variam conforme as circunstân­cias.

Cada dia é uma batalha diferente e é difícil no Vale um dia igual ao outro. No caso do nosso Templo – ANORO DO AMANHECER – ARAGUARI/MG, também dispomos de Corrente Mestra, e abrimos o Trabalho da seguinte forma:
Domingos – Das 10 às 11:30 horas – Abertura do desenvolvimento e Partida Evangélica com o Presidente, pelo Coordenador do Desenvolvimento, ou por alguém pessoalmente designado por um destes dois Mestres.
Das 11:35 às 12:30 horas – Aulas do Desenvolvimento.
O horário de abertura do trabalho Oficial neste dia (domingo), será às 18:00 horas (exceto no 1º domingo do mês, quando é aberto às 15:00 horas para o ritual da Bênção do Ministro), quando encerra-se o 2º Intercâmbio do Desenvolvimento (parte Prática), aberto às 15:00 horas.

Obs. Os médiuns que não desejem ficar para o trabalho Oficial nesse dia, deverão dar ciência ao Instrutor ou ao Coordenador do Desenvolvimento, para que este o oriente a encerrar seu trabalho antes da Abertura do Trabalho Oficial.

19. Retiro Normal

O Retiro é a instituição básica da Corrente In­diana do Espaço. Eles começaram desde a fundação da UESB (União Espiritualista Seta Branca) na Serra do Ouro em 1959. Habitualmente ele funciona assim:

09:45 horas – Sirene (um toque curto, um breve e um longo). Os Médiuns têm 15 minutos para se apresentarem uniformizados na fila de preparação da Pira;

10:00 horas – Começa o Ritual de abertura, a saber:
Mayanty;

Formação da Mesa Evangélica.

O Presidente abre o Trabalho do dia. Lê ou não o Evangelho, faz ou não um comentário, delineia a tarefa do dia e passa a Mesa ao Mestre que vai comandar esse Trabalho.

Passagem de Sofredores – Esta dura um mínimo de 15 e um máximo de 45 minutos. Em seguida atende-se os pacientes que porventura tenham chegado, nos Tronos, passes ou junção.

12:00 horas – Almoço (uma parte dos Médiuns fica de honra e guarda).

13:00 horas – Reabertura – Honra e Guarda até às 15:00 horas.

15:00 horas – Repete-se o Ritual das 10:00 horas, com abertura, leitura do Evangelho, passagem de Sofredores na Mesa e posterior atendimento de Pacientes. Em seguida, o Comandante se mantém até às 20:30 horas, podendo em caso especial estender-se um pouco mais. De acordo com a sintonia do Comandante, é feita ou não a Passagem de sofredores na Mesa Evangélica, os tronos ou outro trabalho. Em seguida se faz o Ritual de Encerramento: os Médiuns se reúnem em torno do Comandante na Pira, cantam “Noite de Paz” e o Pre­sidente fecha o Retiro.


20. Horários dos Retiros

O Retiro do Médium é considerado na Espiritualidade, a partir do momento em que ele sai de sua casa em direção ao Templo. Se houver atraso por motivos alheios à sua vontade, seus “bônus horas” estão garantidos.
Se o atraso é por negligência ou distração, o que acontece é que ele apenas “não está em Retiro”, isto é, ele trabalha, mas não faz jus aos bônus horas.

O Retiro começa às 10:00 horas e termina mais ou me­nos às 22:00 horas.

O mesmo acontece quando o Médium abandona o Retiro antes do Encerramento. A não ser que isso aconteça por motivos de força maior, o Médium não fez o Retiro.
Em casos de impossibilidade total, com motivos que justifiquem plenamente, o Médium pode fazer um Retiro parcial. Nesse caso ele começa às 10:00 horas e encerra depois da passagem das 15 horas. Ou então ele abre antes da passagem das 15 horas e encerra no término normal. “Pedaços” de Retiro, não têm valor como Retiro. É lógico que qualquer Médium pode chegar ao Templo e participar dos trabalhos que estejam se realizando. Mas isso não é um Retiro, e o Médium tem que tomar certas cautelas para não sair do Templo com “cargas”.
O médium em Retiro só deve se afastar do Templo na hora das refeições, desde que fique um Mestre de Honra e Guarda no Templo, ou em caso de outras necessidades por curto espaço de tempo. Alguma ressalva pode ser feita aos Médiuns que residem no Vale, assim mesmo em termos restritos.


21. Bônus horas

São o resultado do Retiro em termos de méritos espirituais. Com esse “ganho”, os Mentores do Médium “acertam” a vida dele libertam seus cobradores e atendem seus pedidos.

22. Atitude básica

O Médium em Retiro deve manter uma atitude atenta à sua vida espiritual. Ele faz o seu Retiro para evoluir e se libertar de seus “carmas”. Por esse motivo ele deve fazer o Retiro com o máximo de elevação mental. Mas, mesmo que ele esteia deprimido, irado ou revoltado ele deve fazer o Retiro. Nesse caso, devido ao esforço de autodomínio que ele faz, pode não ganhar “bônus horas”, mas ganha evolução.
O ideal seria que todos os Médiuns fizessem um Retiro desses por mês.

23. Seus gastos no Vale

O Médium do Vale do Amanhecer não paga dízimo ou qualquer outra coisa para trabalhar, as despesas que tiver será consigo mesmo, isto é, todas as despesas para sua fre­qüência são inteiramente suas. Você terá que fazer seu uniforme, comprar sua fita, sua carteira de Médium, suas vestimentas iniciáticas e todos os obje­tos que você precisar para o trabalho.
Convém também que você participe das despesas com a manutenção do Templo e arredores. Mas, é importante saber que não temos nenhuma forma de arrecadação, não pedimos ajuda financeira a ninguém e não cobramos nada dos pacientes que atendemos.
Fora dos seus objetos pessoais sua colaboração é inteiramente voluntária. O que o Templo exige de você é a sua Mediunidade, seu ectoplasma, seu desejo de servir. Sua ajuda na manutenção do Templo deve ser de acordo com suas condições, sem que prejudique sua vida material.
Se você é uma pessoa com uma situação financeira equilibrada, procure ajudar. O Vale sempre está precisando de alguma coisa, sempre existe alguma coisa que podemos fazer para melhorar alguma coisa, saldar um débito, contas de luz a serem pagas. É lógico que isso tudo tem que sair de algum lugar. Nossas despesas com o Templo são sempre mantidas pelo corpo mediúnico, já que nada cobramos dos Pacientes. Mas, se você der alguma coisa, fale o menos possível no assunto, e saiba que jamais podemos aceitar dinheiro algum de um Paciente ou de pessoas estranhas ao corpo mediúnico.
Você como Médium não pode pedir nada em nome do Vale, nem aceitar coisa alguma. As poucas coisas que o Vale aceita são alguns benefícios em serviços públicos.

24. Seus “Mantras”

“Chaves” são composições de palavras que ao serem pronunciadas e, às vezes, até mesmo mentalizadas e que produzem determinados efeitos. Elas são os “Mantras”. Num folheto separado estão impressos todos os Mantras que você irá precisar para seu trabalho no Templo. O mesmo acontece com a única oração que usamos padronizada que é o Pai Nosso, assim mesmo adaptado à nossa linha.
O importante com relação aos Mantras é que os mesmos devem ser usados nas ocasiões apropriadas e sem acréscimos. Por exemplo: quando você faz sua preparação os únicos dois Mantras usados são: “Meu Senhor e meu Deus” e “Senhor, Senhor, faze a minha preparação para que neste instante possa eu estar contigo”. Qualquer coisa a mais que você diga em nada vai melhorar o Mantra. Quando a gente vai abrir uma porta coloca apenas a chave na fechadura, não adianta colocar outras coisas junto com a chave…
Também os hinos cantados nos Templos são composições Mânticas. Eles foram recebidos pela Clarividência de Tia Neiva e adaptados às nossas condições de trabalho. Existe um folheto onde você os encontrará a todos, bem como os momentos apropriados em que deverá cantá-los.
As funções dos hinos são: harmonizar o ambien­te e ajudar o Médium o liberar o ectoplasma.
Você absorve as coisas da Doutrina do Amanhe­cer em três estágios: você apreende, você compre­ende e por fim você assimila. Algumas coisas, das que foram ditas até o momento, estão numa dessas fases outras estão em outra. Isso não importa muito. Cada Médium tem sua própria maneira de se desen­volver.

O importante é que você nesta altura já tenha condições de começar a segunda fase do seu desen­volvimento. Neste ponto, o Apara e o Doutrinador to­mam caminhos ligeiramente diferentes, embora para­lelos.

25. O Cartão

Traga-o sempre, pois é nele que os Mestres Instrutores assinarão o acompanhamento de sua jornada.



Instruções Práticas para os Médiuns 
Fascículo 02


ÍNDICE
Item
Assunto
Pág
-
Índice
1
-
Prefácio do Fascículo II – Para os Médiuns
2
1
O fenômeno da incorporação
3
2
Incorporação de sofredores
3
3
Como participar da Mesa Evangélica
4
4
Consciência e semiconsciência
4
5
Como participar dos Tronos
5
6
Como participar da Cura
5
7
Como participar da Junção
5
8
Como participar da Indução
6
9
Quando se considerar desenvolvido
6
10
Quando Iniciar
6
11
O fenômeno do Doutrinador
6
12
A missão do Doutrinador
8
13
A atitude básica do Doutrinador
9
14
Desenvolvimento do Doutrinador
10
15
As técnicas do Doutrinador
10
16
A Doutrina do Amanhecer
10
17
A idéia de Deus
10
18
A idéia de Cristo
11
19
A Escola do Caminho
12
20
O Vale do Amanhecer
13
21
Como funciona a Doutrina do Amanhecer
13

1 O fenômeno da incorporação

Desde o primeiro momento de seu teste, você sentiu a influência de seu Mentor na região do estô­mago. Ao mesmo tempo você perdeu um pouco a consciência e sentiu como se ele tomasse conta do seu corpo. Você ouviu sua voz “dentro de sua ca­beça” e começou a emitir sons. Isso aconteceu du­rante a verificação no seu primeiro domingo. O fe­nômeno foi mais ou menos o mesmo com os outros Aspirantes. Com este e outros sintomas, os Mestres responsáveis por esse trabalho se certificaram que você é Apará. Agora você está no seu segundo do­mingo e vai começar a incorporar.
Você foi indicado a um Instrutor e se junta ao seu grupo. Antes, porém, você ouviu a explanação do Adjunto ANORO ou do Coordenador do Desenvolvimento, e começou a se mediunizar. Terminada a explanação, você se senta junto com os outros Aspirantes e o Instrutor, de­pois de uma breve explicação, faz o “Convite ao Mentor”, isto é, ele “magnetiza” cada um dos Aspirantes, manda que fechem os olhos e pensem no Men­tor como cada um o imagina.
Nesse ponto o fenômeno do seu primeiro dia se repete com mais nitidez. Desde então, podem acontecer algumas alternativas, cada uma delas de acordo com sua personalidade, sua idade, seus preconceitos religiosos, seu estado de saúde, etc. Quaisquer que sejam suas manifestações, o Instrutor está em condi­ções de guiar sua incorporação.
É importante que você não se preocupe muito com os detalhes técnicos e ofereça certa passivi­dade. Deixe que o Instrutor se incumba do seu pro­blema. Também não se preocupe se sua manifesta­ção não for muito nítida. Cada Médium tem seu tempo próprio e alguns levam algum tempo até incorpo­rarem completamente. Também não adianta explicar mais coisas a respeito agora. Só a prática o fará en­tender, compreender e finalmente assimilar.
Você irá repetindo a incorporação do seu Mentor até ter pleno controle sobre o fenômeno. Depois disso você começa a incorporar outras entidades: são os seus “Mentores”, ou seja, espíritos do Plano Su­perior que irão exercer sua missão por seu intermé­dio. Eles se apresentam em três roupagens: Pretos Velhos, Caboclos e Médicos. Mais adiante você en­contrará explicações detalhadas sobre essas Entidades.

2 Incorporação de Sofredores

Nos seus primeiros estágios de desenvolvi­mento, os sofredores que porventura o acompanha­vam são absorvidos pelos outros Médiuns com o auxílio do seu Mentor. Agora, porém, você já está em condições de dar passagem a eles. O desenvolvi­mento agora exige um pouco mais do seu tempo. Em vez de ir para casa, ao fim do primeiro Intercâmbio de Desenvolvimento do domingo, você deverá retornar ao Templo depois do almoço. Aí, então, você se senta em um Trono, junto com um Doutrinador e, ainda sob a orientação do seu Instrutor, você irá dar passagem aos sofredores – Nesse caso, a incorporação é um pouco diferente da do Mentor e só com a experiência você irá saber qual a diferença. O que é importante que você saiba é que essa incorporação é tão importante quanto a do Mentor.
Isso porque o sofredor absorve seus fluidos mais pesados e com isso seu organismo físico e seu psiquismo se equilibram. Na verdade, Médium de incorporação nenhum sobrevive se não incorporar sofredores, pelo menos de vez em quando.

3 Como participar da Mesa de Doutrina

Você agora já domina sua incorporação e sabe quando está com um Mentor ou com um sofredor. Também já começou a se habituar com a presença do Doutrinador e aprendeu a confiar nele. Agora você já pode participar da Incorporação coletiva na Mesa Evangélica. Até então o controle de sua incorporação ficava mais por conta do Instrutor ou do Doutrinador.
Na Mesa de Doutrina, o controle é mais seu, você está mais entregue a si mesmo. O fato de você poder participar de uma Mesa significa que você já está em condições de entender certas coisas ineren­tes a sua Mediunidade de Apará. Procure então compreender e assimilar o seguinte:

4 Consciência e semiconsciência
Todo Médium de incorporação é consciente ou semiconsciente. É muito raro, quase não existe o Médium inconsciente. No Templo do Amanhecer, nós só conhecemos o caso de Tia Neiva, que é incons­ciente por causa da sua Clarividência, e de uns pou­cos Médiuns veteranos, que apresentam curtos pe­ríodos de incorporações inconscientes.
Se você absorveu isso que dissemos acima, você irá evitar os trechos perigosos no caminho da Mediunidade. Sabedor disso, você tem consciência que é responsável pelos seus atos mediúnicos e que seu corpo lhe pertence.
Nenhum espírito, seja sofredor ou de luz tem o direito de usar o seu corpo, a não ser que você o per­mita. E, por isso, para garantir a idoneidade do seu trabalho, para lhe fazer sentir a responsabilidade que ele envolve, é que existe o mecanismo de percepção do que acontece durante o fenômeno da incorporação.
Sabemos que isso irá lhe preocupar muito, e por isso queremos lhe garantir que a coisa é mais sim­ples do que parece. Com o tempo e a experiência você irá adquirindo uma espécie de discrição que muito se assemelhará à inconsciência. É mais ou menos como numa sala de espera de dentista. A sala é pequena e várias pessoas conversam. A gente houve, mas não escuta, entendeu?
Existe uma certa diferença entre as manifestações dos espíritos sofredores e as nossas. Você deverá entender quando está dando sinais do seu estado de espírito ou do estado do espírito que está incorporado.
Se você entender essa sutil diferença você es­tará em condições de soltar mais ectoplasma, sem fazer ruídos ou gestos.

5 Como participar dos Tronos
Agora que você se sente seguro, incorporando sofredores na Mesa Evangélica, recebendo seu Mentor e seus Guias, você vai aprender a trabalhar nos Tronos.
O problema que se apresenta agora é de você receber seu Preto Velho ou seu Caboclo, deixar que ele puxe um sofredor e tornar a receber o Mentor. Quando você estiver bem treinado nessas incorpora­ções alternadas, você entrará no terreno das comuni­cações.
Esse é o momento solene quando o seu Guia Principal se identifica, isto é, ele dá o nome que irá usar na sua missão por seu intermédio. A partir desse ponto, seu desenvolvimento se resumirá na prática e assiduidade. Quando você se sentir seguro, peça a autorização ao Coordenador do Desenvolvimento para trabalhar nos Tronos, e você será um Médium pronto para ser “empla­cado” – Eis algumas coisas que você agora deverá saber para seu próprio sossego:
O Apará nunca deve incorporar sozinho. O ideal é ter um Doutrinador “próprio”, isto é, um marido, um irmão, um vizinho. Se ele não existir, o Apará devera ter cuidados redobrados com sua Mediunidade.
Ele deve aprender a assimilar a mensagem do Guia. Ele “ouve” a palavra “dentro” da sua cabeça e transmite sem interferir. Nesse sentido, ele fica “atento” ao que está se passando. Se porventura um Sofredor entrar no circuito, o Apará se recusará a transmitir a mensagem.
Você deve sempre fazer um voto em ser um aparelho de transmissão do Guia e não do seu sub­consciente. Haverá muitas ocasiões em que o Apará gostaria de dizer uma coisa ou duas para o Paciente ou para o Doutrinador. Mas não o fará porque prometeu “ser instrumento da paz de Jesus” e por isso deixa o assunto por conta do Preto Velho.

6 Como participar do Trabalho de Cura
A incorporação na Cura difere dos Tro­nos apenas na forma.
O Guia que incorpora é o “médico”, isto é, um guia especializado na Cura Espiritual. Nesse caso a conversa é quase nula e o problema é mais de libe­ração de ectoplasma e controle da posição de incor­poração. A única coisa que o Apará tem que se precaver, quando trabalha na Sala de Cura é com suas próprias superstições. O “médico” não receita, não faz diagnóstico, e não toca no corpo do paciente.
Como o Apará ouve tudo que se passa ele pre­cisa estar sempre prevenido para não recomendar “aquele santo remédio que sua avó usava”, ou que­rer apalpar a barriga do paciente.

7 Como participar da Junção
A função do Apará no trabalho de Junção é bem mais simples que os outros trabalhos. Ele recebe o seu Médico e apenas fica controlando o ecto­plasma para que não se misture. A Junção é a Cura Iniciática feita com fluido de Doutrinadores.

8 Como participar da Indução
O trabalho de Indução é apenas de absorção de cargas negativas e não de espíritos.
O Apará na In­dução deve apenas segurar com firmeza a mão do Doutrinador e deixar que as cargas passem através dele. Você deve se lembrar de que cargas não falam e não gritam.

9 Quando se considerar desenvolvido
Até agora nós explicamos alguns detalhes essen­ciais da Mediunidade de incorporação e é lógico que não dissemos tudo. Isso não nos preocupa muito porque você estará sempre acompanhado no seu tra­balho por um Doutrinador. A ele teremos que ser mais explícitos. Mas pelo menos o essencial você agora sabe. Nesta altura o seu cartão já está com as cinco assinaturas, incluindo a da Aula sobra a Linha de Passes. Não explicamos detalhes dos passes por­que é a Mediunidade “instintiva” do Médium Apará. Você agora pode se considerar um Médium apto para o atendimento aos pacientes, claro, depois de passar pelo Coordenador do Desenvolvimento e pelo Adjunto do Templo, e saber o nome do seu Guia Prin­cipal – Antes, porém de procurar ser emplacado, faça um exame de consciência e veja se:
– Incorpora um sofredor sem fazer muito alarde, sem palavras inconvenientes e sem cair ou ficar em posições desagradáveis;
– Incorpora e sabe destinguir seu Preto Velho, seu Caboclo e seu Médico.
– Assimila uma mensagem e a transmite sem sua interferência pessoal;
– É suficientemente humilde para trabalhar sem­pre que for chamado, sem escolher muito o lugar, o companheiro ou a hora. Isso, bem entendido, no Templo.
– Mediuniza-se tão bem que não sente as horas passarem, não sentindo frio ou calor, a ponto de desincorporar e dizer que não está cansado.
Se você se acha nessas condições apresente seu cartão preenchido ao Coordenador do Desenvolvimento, adquira a sua placa e apresente-se ao Coordenador na primeira oportunidade. Depois disso você já pode se considerar um Médium apto para o trabalho, um Médium desenvolvido; embora esse termo seja muito elástico. O Médium nunca para de se desenvolver…

10 Quando se iniciar
Depois de “emplacado” o Médium já está apto para a Iniciação no Mundo Encantado dos Himalaias. Mas você só deve procurar se iniciar se já conse­guiu estabelecer um relacionamento seguro com o Templo. Você pode estar bem desenvolvido, mas não se dispor a comparecer aos Trabalhos. Se você não tiver motivo suficientemente forte para não ser freqüente nos Trabalhos do Templo, procure resolver isso an­tes de Iniciar.

11 O Fenômeno do Doutrinador
O corpo e a alma humana funcionam mediante um emaranhado de “fios” chamado “sistema nervoso”, algo parecido com o sistema elétrico de um au­tomóvel. Tanto no carro como no corpo humano o “sistema” se divide em duas partes: uma automática e outra que depende da vontade.
A gente liga o carro e a bateria fornece a energia que vai até o dínamo. Daí ela segue à bobina, da bobina ela vai para o distribuidor e etc. Tudo isso é automático e a gente nem se lembra de que está fun­cionando a não ser que dê algum defeito.
Já o farol, a buzina, o limpador de pára-brisas, o rádio e outros apetrechos do carro só ligam se você quiser. Escurece e os faróis permanecem apagados, a menos que você os ligue – depende de sua von­tade. Em última análise, é você quem dirige tudo, você é o motorista do carro. Mas depois que você li­gou e deu a partida, o sistema automático funciona sem que você tenha conhecimento dos detalhes. Se você aperta mais o acelerador a bobina fornece mais energia e assim por diante.
O mesmo acontece com o nosso sistema ner­voso. Seu estômago, seus rins, parte dos seus mús­culos e um bocado de outras coisas funcionam sem que você sequer se lembre. Por exemplo, o seu co­ração bate o tempo todo sem que você precise em­purrar e assim funciona o resto.
Mas, se você quiser falar, usar suas mãos seus olhos ou pensar num assunto determinado, você de­pende de sua vontade relativa, entendeu?
Parte do seu “funcionamento” é automático e parte depende de querer ou não “funcionar”, isto é, da sua vontade. Pois bem, esse “sistema”, dividido em dois, chama-se “sistema nervoso central” ou “ativo” – que é comandado relativamente pela von­tade – e “sistema nervoso neurovegetativo” ou passivo.
Para nosso uso, em termos de Mediunidade, va­mos guardar na memória apenas essas duas pala­vras: “ativo” e “passivo”. O primeiro comanda a Mediunidade consciente, vigilante, racional. O se­gundo comanda a Mediunidade passiva, orgânica e anímica.
Sintetizando: num tipo de Mediunidade, que fun­ciona com base física no sistema nervoso ativo, a vontade e a consciência predominam No outro tipo, baseado no sistema nervoso passivo, a vontade e a consciência atuam menos. E lógico que esses limi­tes não são absolutos, mas são suficientemente cla­ros para se distinguir uma coisa da outra.
As mediunidades que estão sendo referidas são a do Doutrinador e a do Apará.
A Mediunidade do Apará é conhecida e tão an­tiga quanto a Humanidade. Sempre existiram os Mé­diuns que recebem espíritos, dão comunicações, fazem profecias, entram em transe, ou seja, estados de meia consciência, isto é, saem do estado de normalidade psicofísica.
Porém, a Mediunidade do Doutrinador não exis­tia antes da missão de nossa Clarividente. Ninguém jamais se lembrou, ou foi considerado possível, que pudesse existir um transe mediúnico com base na consciência plena, no sistema nervoso ativo. A figura do Doutrinador foi criada em nossa Corrente, em Brasília, em 1959.
Até então, o conceito habitual é que “Mediunidade” era somente a que se manifestava no fenô­meno do Apará. Com isso criou-se também o hábito de dizer “fulano é Médium” ou “eu não tenho Mediunidade, mas minha mulher tem muita”.
Conclui-se daí que o fenômeno mediúnico até agora não tinha um controle, dependia da sorte ou dos azares dos Aparás. Hoje, com a existência com­provada do Doutrinador, pode-se estabelecer uma base científica do Mediunismo. O Doutrinador tem a capacidade de provocar, controlar e modificar o fenô­meno mediúnico, com isso colocando-o no processo científico.
12 A missão do Doutrinador
Você está lembrado que no item sobre a “Mediunização” nós falamos da diferença entre “alma” e “espírito”. Você já viu também que no escudo dos Doutrinadores iniciados existe um sinal de % Pois bem, meu caro Aspirante, essa é a caracterís­tica fundamental do Doutrinador; a capacidade de se­parar objetivamente os planos vibracionais, saber dis­tinguir o que é da Terra e o que é do Céu.
Não sabemos porque, mas o cunho característico da Civilização atual é essa confusão entre dois cam­pos vibracionais tão diferentes – o plano transitório da alma e o do espírito transcendente. Uma alma é “fabricada” em cada encarnação da mesma forma que o corpo; o espírito “sempre” existiu, é sempre o mes­mo. Cada um deles, a alma e o espírito, se manifes­tam em nosso campo consciencional de formas total­mente diferentes, impossíveis de serem confundidos.
Para que você não pense que estamos falando de “teorias”, faça agora mesmo a experiência; onde quer que você se ache. Tome como teste o assunto que está presente na sua cabeça neste instante, de preferência a parte desse mesmo assunto que exija alguma decisão sua, uma tomada de posição. Com um pouco de habilidade analítica, você irá verificar que existem, para esse assunto, duas posições bási­cas: uma de interesse seu, que irá satisfazer o seu egocentrismo natural, sua necessidade pessoal, isto é, a satisfação da sua alma, e outra que irá contra­riar esses interesses e irritar o seu “ego”; a proba­bilidade mesmo é que essa outra alternativa bene­ficie alguém, mas esse é o lado do espírito! Deu para entender?
Vamos dar um exemplo: Suponhamos que você esteja lendo este manual sentado num ônibus, no caminho entre o Vale e sua casa. Você está cansado, já é tarde e sua preocupação é pagar, amanhã logo cedo, aquela pres­tação da sua TV, que está atrasada. No momento você pensa como irá fazer para completar o dinheiro da prestação e ainda deixar algum com a mulher para a feira.
Nisto você é despertado por uma comoção na parte de trás do ônibus, uma discussão entre o co­brador e uma passageira. Aparentemente os dois discutem porque a mulher não tem dinheiro para pa­gar a passagem e só percebeu isso depois que entrou no carro.
O cobrador quer que ela desça, mas ela alega ser aquele o ultimo ônibus, ser tarde da noite e garante que tinha o dinheiro na bolsa quando pegou o ônibus. O ônibus pára, alguns passageiros reclamam, outros fazem comentários desagradáveis sobre a reputação da mulher, você chega mesmo a ouvir a palavra “vigarista”. Você também se abor­rece e faz o cálculo de quantas horas você ainda vai conseguir dormir, se o incidente não acabar na dele­gacia. E assim a coisa vai esquentando e você con­tinua com seus cálculos.
De repente algo se faz sentir dentro de você. Você começa a se lembrar da Doutrina que recebeu no Templo, da idéia de tolerância e de paciência. Você se levanta envergonhado e vai até o fundo do ônibus. Sem saber bem como, você consegue encer­rar o incidente e ainda dá algum dinheiro à pobre mulher.
Você atendeu à voz do seu espírito, de uma visão mais ampla da vida, um dimensionamento do seu campo consciencional. Se o exemplo não ilustrou o suficiente, trabalhe com sua imaginação que você irá encontrar, na sua própria experiência, os limites entre as vozes do corpo, da alma e do espírito.
Essa é a base da missão do Doutrinador, a de transformar a sua personalidade num instrumento de ação do espírito, ser um intermediário, um Médium, entre os planos superiores e a Terra.
13 A atitude básica do Doutrinador
É aquela pautada pela Doutrina do Mestre Jesus, sem retoques ou superstições, com base no Evange­lho e no Sistema Crístico. O Evangelho representa a forma escrita dos ensinamentos de Jesus. Como todo documento que foi escrito, copiado, traduzido e recopiado, ele não oferece completa segurança como referência, pois há quase dois mil anos se discutem suas interpretações e autenticidade. Talvez prevendo isso e não querendo deixar toda uma Humanidade en­tregue aos azares dos escribas,Jesus edificou um “sistema” que garante a verdade de seus ensinamen­tos. Esse Sistema está implantado no Planeta e no coração dos Homens.
A Doutrina do Amanhecer existe justamente para mostrar e praticar esses aspectos objetivos do Sistema. Em termos puramente intelectuais ela re­sume o Evangelho em três pontos fundamentais: o amor, a tolerância e a humildade. Em termos espiri­tuais, ela estabelece a ligação entre os campos vibra­cionais do Sistema Crístico e o plano da Terra.
Isso determina com clareza a posição do Doutri­nador: sua função é a de fazer funcionar o Sistema Crístico na Terra, aplicando no quotidiano as Leis Crísticas. Se essas Leis não estão claramente ex­pressas no Evangelho, ou se ele não tem condições de ler, seja por falta de escolaridade ou de tempo, apreende pela sua Mediunidade.
Este é o ponto crítico que irá decidir sua posi­ção no Templo do Amanhecer. Se você se dispuser a ser apenas um medianeiro, um intermediário, de um Sistema vivo, atual e atuante, você irá se tornar sem muitos problemas um Médium Doutrinador. Mas, se você se mantiver apenas no plano da sua personalidade, de seus conceitos próprios, do eu submisso à alma e ao corpo, você será apenas mais um médium.
14 Desenvolvimento do Doutrinador
O Doutrinador não se forma com lições ensina­das como numa escola de catecismo. Ele apreende pelas lições contínuas da própria vida, do dia a dia no Templo, na condução, no seu trabalho e em casa.
Seu programa de desenvolvimento consiste justamente em aplicar o Sistema para cada aconteci­mento. E como ele não está impresso em regras predeterminadas, você terá que decidir, a cada mo­mento, como o Sistema irá funcionar em cada caso. Para que isso aconteça, você terá que aprender a ser receptivo ao plano do espírito. Para se tornar re­ceptivo, isto é, para você saber “receber” você terá que estar sempre pronto para “ouvir” a voz do seu próprio espírito. Para isso não é preciso que você vá ao encontro da Doutrina, deixe que ela venha ao seu encontro; fique apenas atento.
Cada Doutrinador deve estabelecer o seu pró­prio programa, de acordo com seu padrão de vida, sua cultura e sua disponibilidade. É lógico que para o Templo, o melhor Doutrinador é geralmente aquele que está mais tempo à disposição do trabalho. Isso, porém é problema de decisão pessoal sua.
15 As Técnicas do Doutrinador
Sua primeira preocupação deve ser em termos de técnicas. Técnica no caso significa “maneira de fazer as coisas”. Procure logo aprender todos os de­talhes do funcionamento do Templo. Os horários, os uniformes, a maneira de andar, mexer com as mãos, conversar. Aprenda a distinguir os sons e os coman­dos e observe como agem os veteranos. Em pouco tempo você será um Doutrinador, pelo menos na movimentação. Neste manual estão sendo explicados, todos os detalhes possíveis. O que não existe aqui você pode perguntar, indagar e se informar. Princi­palmente aos domingos pela manhã, em que o Templo funciona como uma escola, você pode aprender muita coisa. Faça seu próprio programa, acompanhe as explicações dos Mestres Instrutores.
16 A Doutrina do Amanhecer
A Doutrina do Amanhecer é divulgada e está ao seu alcance de muitas maneiras diferentes. Ela é um guia de comportamento, uma norma de vida, que lhe fornecerá todas as referências que precisa para suas decisões. Ela é simples e resumida ou é complexa e analítica, dependendo da sua própria maneira de ser e viver. Na realidade são apenas os ensinamentos do MestreJesus atualizados, coerentes para o Ho­mem moderno, o Ser Humano do Século XX.
Eis a Doutrina do Amanhecer em seus fundamentos.
17 A idéia de Deus
Existe um Deus Criador e que é a origem de tudo. Sua natureza, sua maneira de ser estão fora do nosso alcance mental. É impossível para um espírito encarnado, isto é, para nós, imaginar ou idealizar esse Deus. Qualquer concepção humana estará automati­camente reduzindo-o ao tamanho do nosso mecanis­mo psicológico. Essa redução é incoerente com a própria idéia de Deus.
Isso é o que, em nossos escritos você irá encon­trar batizado de Antropomorfismo (portanto não se assuste muito com essa palavra).
Isso foi um beco sem saída para os filósofos do passado, até que os Israelitas, os Judeus, resolveram o problema de forma magistral: eles proibiram seu povo de usar a palavra “Deus” substituindo-a sempre por um conjunto gramatical: “Deus Pai”, “Deus Criador”, “Deus de Israel”, etc. Os Filósofos que herdaram essa solução inteligente, e os povos que vieram depois da vinda de Jesus, tomaram isso no seu sentido literal e, acabaram construindo suas reli­giões sobre esse recurso de semântica. É por isso que você encontra a toda hora a imagem de “Deus” com barbas compridas e aspecto paternal.
Para complicar mais o assunto, os exegetas do Cristianismo identificaram a figura de Jesus com Deus. Mas não ficaram só nisso e, talvez para tornar esse “deus” mais maleável nas suas construções religiosas, fizeram-no gerar, como um homem que gera um filho, ao seu “filho único” que seriaJesus. E assim foram criando outros “mistérios” que se tor­naram o desespero de toda a Humanidade por todos esses Séculos. E para que tudo isso? Seria para tor­nar a coisa apenas como privilégio de alguns homens especiais? O fato é que inconscientemente nós sofremos com esse problema porque o identificamos com nossas angústias particulares.
Para evitar essa complicação, que não leva a parte alguma, e o que é pior, nos desvia da nossa própria realidade, da nossa vida e dos objetivos para os quais viemos a este Planeta, o Mestre Jesus resolveu tudo com poucas palavras: “Eu sou o caminho da ver­dade e da vida, ninguém vai ao Pai senão por Mim” (João 14:06).
Neste caso, Deus seria a verdade abso­luta; Jesus Cristo o portador da Verdade que leva a Deus. O “Eu”, centraliza no campo consciencional o caminho a ser percorrido por cada Ser Humano, cada qual segundo seu destino.
Vamos agora simplificar mais o problema.
Pela Doutrina do Amanhecer, nós somos segui­dores do Cristo Jesus e Elenos dá um sistema per­feito através do qual nós “sabemos”, “percebemos” e “sentimos” tudo que precisamos a respeito de Deus, não como algo indefinível, mas como o autor do nosso universo. Com isso não é preciso gastar as preciosas energias de nossa vida, em especular a natureza de Deus. Ela é implícita e tranqüila em nossa vivência Crística e não precisamos cair na pre­tensão fútil de definir o que é indefinível.
18 A idéia de Cristo
Existe Cristo, como existe água: Jesus é um copo dessa água. Cristo significa “o ungido”, “o que recebeu os óleos santos”, ou seja, o que recebeu a consagração para uma Missão, para algo.
Cristo seria então o co-autor, o “co-responsável” pelo Universo mais próximo da nossa capacidade concepcional. “Co-autor” e “co-responsável” são os adjetivos mais aproximados para algo parecido com Deus que seria Cristo.
Jesus personifica, para esses dois mil anos que estão terminando, o Cristo ou apenas “Cristo”. Façamos uma analogia, uma comparação para podermos entender melhor. A gente diz: “no Planeta Terra existe água, e eu tomei um copo de água”. A diferença en­tre a água do Planeta e o copo de água que eu tomei é que a água do copo se tornou uma água específica, com características limitadas pelo copo e outras circunstâncias que a situaram no tempo e no espaço.
Jesus foi o copo, o veículo, mas foi de tal natu­reza que o copo e a água se confundiram em algo único: Jesus Cristo.
A partir dai, esse algo que chamamos “Cristo” se tornou perceptível, verificável, palpável pelo nosso senso comum, nossos sentidos, nossa alma. Em resumo, os indefiníveis Deus e Cristo se tornaram definíveis na figura deJesus.
Outros Seres como Jesus existiram antes e exis­tirão depois, mas também nesse sentido a nossa ca­pacidade de verificação é limitada. Como iríamos sa­ber quem foram os personificadores de Cristo, antes de Jesus, e como iremos saber quem serão os outros que virão depois?
Temos assim uma panorâmica, um fundo de pano para a Doutrina do Amanhecer: Cremos em Deus, mas não tentamos defini-lo, nem nos preocupamos com isso. Também não nos atrevemos a atribuir quali­dades a Ele e afirmar que Ele gosta disso assim ou de outra forma. Cremos em Cristo como algo, talvez mais definível que Deus, mas também não temos a pretensão de penetrar no íntimo de sua natureza – Cremos em Jesus, o filho de Maria de Nazareth, que incorpora o Cristo, cuja história conhecemos e cuja obra é aceita universalmente.
O Mestre Jesus edificou uma Escola Iniciática chamada “Escola do Caminho”, parte da qual está contida nos chamados “Evangelhos”, escritos por quatro de seus discípulos. É essa Escola que nos forneceu os elementos para definir nossa posição em relação a Deus e ao Cristo.
19 A Escola do Caminho
A Escola do Caminho, ou seja, os ensinamentos de Jesus Cristo, nos dá todas as indicações para vi­vermos plenamente a nossa existência atual. Ela ex­plica detalhes do Sistema Crístico como, por exemplo, o que são as Casas Transitórias do Mundo Etérico, a origem da Humanidade atual, isto é, de onde viemos, para onde vamos e o porquê de nossa existência.
Desde a vinda de Jesus ao Planeta até nossos dias, essa Escola vem atuando e encaminhando a evo­lução dos bilhões de espíritos que nela se matricu­laram encarnando e reencarnando na Terra. Ela é uma Escola de âmbito planetário e sua influência se faz sentir com os aspectos mais variados no tempo e no espaço. Os resultados aparecem em todos os seres humanos e não somente naqueles que se iden­tificam como religiosos.
Este é o grande segredo da Escola do Caminho. Ela não pertence a grupo ne­nhum, não é privativa de apenas alguns seres humanos, mas é de toda a Humanidade em todos os tem­pos. Nesse sentido, toda a Humanidade é cristã, isto é, está incluída no Sistema Crístico do qual a Escola do Caminho é a executora, nestes dois Milênios para esta parcela da humanidade.
20 O Vale do Amanhecer
É uma das escolas da Escola do Caminho, um foco, um ponto de irradiação de seus ensinamentos. Ele foi organizado por um discípulo do Cristo Jesus, um Mestre Planetário que se apresenta sob a roupa­gem de Seta Branca e cujo pólo oposto é conhecido como Mãe Yara. Esses dois espíritos excelsos chefiam uma falange de 3.000 espíritos mais ou menos, que se especializaram dentro do Sistema Crístico e vêm executando missões há mais de 30.000 anos neste Planeta. Como espíritos e senhores do seu livre arbítrio eles têm passado por todas as provas e reveses do Planeta Terra. Alguns se evoluíram e subiram, outros ainda estão a caminho. A sua linha de trabalho tem sido de uma relativa independência e num posicionamento de liderança dos povos, sempre estiveram nas posições de comando dos movi­mentos humanos. Eles, na maioria de suas encarna­ções, ou eram fidalgos ou viviam nas imediações dos nobres, dos guerreiros, dos reis e dos governos. No passado se chamaram Equitumans, Tumuchys e Ja­guares.
No período do Cristo Jesus eles foram tocados pela Lei do Perdão, da Humildade e do Amor. Alguns encarnaram e viveram no tempo de Jesus; outros depois mergulharam nos azares cármicos que seu livre arbítrio lhes permitiu. Próximo ao fim do Pri­meiro Milênio, eles estavam tão embaraçados nas suas tramas que a Lei Crística os recolheu ao Etérico. Eles então passaram por um Sono Cultural de muitos Séculos e foram sendo preparados para a missão do advento do Terceiro Milênio.
No início do Segundo Milênio vamos encontrá-­los, em sua maioria, encarnados como Ciganos da Idade Média. Coerentes com seus hábitos espirituais, esses espíritos reencarnavam sempre em meio aos centros de decisões do Planeta, os reinados, os impérios e os governos. Por fim, chegou o Século XX, o último Século do Período de Cristo Jesus, e a Falange de Seta Branca veio para a última etapa da Escola do Caminho. O espírito escolhido para atuar na Terra, nessa fase foi o da Clarividente Neiva, de­vido ao seu preparo milenar. Ela sempre nas suas várias encarnações demonstrou seus poderes de Pro­fetisa e Clarividente. Ela reencarnou em 1925 e des­de o princípio foi preparada para esta Missão. Mais ou menos no mesmo período reencarnaram outros espíritos da Falange e desde 1957 eles começaram a se reunir em torno de Neiva. Em 1968, ao ter início as atividades neste local, batizado de Vale do Amanhecer, começou também o prenúncio do Terceiro Sétimo da missão. Em 1971, com o início da constru­ção do primeiro Templo circular, a missão começou realmente a se efetivar. Em 1976, quando o primeiro Fascículo como este estava sendo escrito, o Vale do Amanhecer des­pertara para a plenitude da sua missão.
21 Como funciona a Doutrina do Amanhecer
A Falange de Seta Branca está distribuída estra­tegicamente nos vários planos do Sistema Crístico, do mais sutil e mais alta gama vibratória até o físico denso de baixa vibração.
Para que houvesse uma per­feita comunicação entre pontos tão distantes, o plano de trabalho foi feito em torno da Clarividente Neiva. Ela transmite instantaneamente todas as ordens do Chefe Seta Branca, pois se comunica conscientemente com todos esses planos.
Esse fato básico é que caracteriza a Doutrina do Amanhecer e a torna diferente de todas as missões Crísticas do Planeta.
O exército de Seta Branca, o Corpo Mediúnico do Vale do Amanhecer, recebe to­das as ordens e instruções diretamente do Comando e as executa de acordo com os planos de trabalho. Isso explica porque o Ritual e os Templos vão sendo construídos e modificados com tanta rapidez. Entre 1959 e 1976 foram construídos 8 Templos, 6 dos quais já foram demolidos: 1 na Serra do Ouro, 1 em Taguatinga e 6 no Vale do Amanhecer. Atualmente existe o Templo do Amanhecer, o Solar dos Médiuns e a Cabala, sem contar aproximadamente 500 Templos do Amanhecer espalhados por todo o País, na Bolívia e no Japão.
Quanto ao Ritual, até 1972, o Templo só traba­lhava com a Mesa Evangélica e a Linha de Passes. Em 1976, funcionavam os seguintes trabalhos: Mesa Evangélica, Linha de Passes, Tronos, Cura, Junção Indução, Anoday, Anodai e Anodaê. Em 1970, haviam registrados 500 Médiuns. Em 1976 cerca de 13.000. Hoje este número é praticamente incalculável, já somos milhares e milhares em todas as partes do país e do mundo.
E assim, caro Médium Aspirante, paramos aqui o esboço geral da Doutrina do Amanhecer. Se você assimilar o que dela falamos até agora você estará em condições de apreender o que estes Fascículos ainda têm para dizer. Também saberá explicar a qualquer pessoa qual a posição Doutrinaria do Vale do Amanhecer. Você sabe agora como nos colocamos em relação a Deus, ao Cristo, ao Cristo Jesus e à Humanidade.






Instruções Práticas para os Médiuns Fascículo 03

ÍNDICE
Item
Assunto
Pág
-
Índice
1
-
Prefácio do Fascículo III
2
1
O Templo do Amanhecer
3
2
A Pira
5
3
O Fluxograma do Templo
6
4
Suas energias humanas
6
5
Cura espiritual
7
6
For­ças e energias
7
7
Trabalho
7
8
Forças físicas e psicológi­cas
9
9
Recepção e emissão
9
10
Suas forças mediúnicas
10
11
A consciência das próprias forças
11


1 O Templo do Amanhecer
Se você assimilou as coisas fundamentais que ficaram registradas até este ponto, irá ter con­dições para compreender a função do Templo em seus vários aspectos. Antes, porém, é bom que conheça algo a respeito de templos através dos tempos.
Você sabe agora que nós, no Vale, vemos o Mun­do como algo acima da nossa capacidade de verifi­cação, em termos de “como” e “porquê”. A Huma­nidade não sabe, nem pela Ciência e nem pela Religião, porque o nosso Planeta foi criado ou quando isso aconteceu. Tudo que sabemos é como ele se apre­senta em alguns aspetos físicos e funcionais. Doutrinariamente, nós o vemos como uma espécie de Escola para Espíritos, com as coisas sempre incertas e inseguras, verdadeiros testes permanentes para seus habitantes. Seu passado e as coisas que acon­teceram antes existem para nosso conhecimento em termos de algumas coisas escritas e outras tantas ruínas em pedra. Esses testemunhos são vistos, em cada geração, pela maneira de ver dessa mesma gera­ção, conforme a interpretação do momento.
Nessa altura você estará se perguntando o que terá isso a ver com o nosso Templo, não é verdade? Então procure seguir o nosso raciocínio e irá entender. Assimile a idéia conforme as coisas se apresentem aos seus sentidos. Vejamos o que nos diz o Professor Silveira Bueno no seu “Grande Dicioná­rio Etimológico Prosódico da Língua Portuguesa, Edição Saraiva, 1967″: “Templo – s.m. Igreja, lugar dedica­do ao culto divino. Latim, “templum”, nos tempos antigos, o quadrado descrito pelos áugures (o grifo é nosso) já em terra, já imaginariamente no céu, den­tro do qual observavam o vôo das aves e outros fenô­menos, interpretando-os como favoráveis ou desfa­voráveis segundo a superstição da época”.
A língua latina já existia mil anos antes da vinda de Jesus. Foi nessa língua que se conceituou a pala­vra “templum” que em português se pronuncia “Tem­plo”. A palavra “áugures” significa adivinho ou a pes­soa que adivinha. Conclui-se então, que “Templo” significa um local delimitado no chão e imagina­riamente no céu, isto é, no ar, em cujos limites os fenômenos observados preconizavam as coisas que iriam acontecer, de bom ou de mau. O “quadrado descrito”, isto é, o local indicado, dá a entender que as informações buscadas só seriam encontradas ali e não em outro lugar. Se as aves vinham voando, esse vôo somente significaria alguma coisa no mo­mento em que cruzava aquele espaço acima do qua­drado. Porque?
Tudo indica que naquele pedaço de chão havia algum tipo de força, de energia que diferenciava o espaço acima dele de alguma forma. Por outro lado, as interpretações eram feitas apenas pelos áugures, o que significava que só eles sabiam o segredo ou tinham a sensibilidade para aquele fenômeno sutil. Em nossos dias, fato semelhante é descrito, com riqueza de detalhes, por Car­los Castanheda no seu livro “Viagem a Ixtlan” e ou­tros do mesmo autor.
Resumindo: para operar um “templum” era ne­cessário haver um pedaço de chão com condições di­ferentes e indivíduos também com condições diferen­tes. Transportando esse fato para o Templo do Ama­nhecer, nós temos um pedaço de chão ionizado e pes­soas mediunizadas.
A palavra “íon” significa átomo eletrizado e, embora as propriedades dos Íons sejam cientificamente complexas, nós sabemos que eles são partículas encontradas nos raios solares. O Sol é pois, a fonte da energia que ioniza o Templo. A Lua por sua vez atua em termos de partículas negativas, diga­mos assim, de íons diferenciados dos íons solares. Assim nós temos duas energias básicas concentra­das no espaço do Templo. É lógico que o mesmo fe­nômeno atua sobre toda a superfície do Planeta. No Templo, porém, ele é dirigido, concentrado pela força dos Médiuns.
Conclui-se daí que há uma relação di­reta, entre as energias que chegam de fora da Terra, e a energia que é emitida pelos seres que habitam o Planeta, nesse caso nós os Seres Humanos e, especificamente no caso de nosso Templo, nós os Mé­diuns.
Meu caro Aspirante, procure nos perdoar tanta complexidade para explicar uma coisa tão simples. A razão é que você precisa compreender e assimilar que ser Médium com M maiúsculo é muito mais im­portante do que habitualmente se pensa. O Templo do Amanhecer é uma potente Usina de Energia Cósmica, concentrada num espaço relativamente peque­no e ele não funciona sem os catalisadores que são os Médiuns.
Assimilado isso, você irá começar a entender o simbolismo da Pira que divide o Templo em dois. Chegue perto dela, olhe com atenção e você irá en­contrar claramente representados a Terra, o Sol e a Lua.
A partir desse conhecimento, você ficou sabendo o mecanismo de sua participação na Corrente. No Templo existem energias recebidas do Sol e da Lua e em você existem energias que partem de você mesmo. Da manipulação desses vários tipos de ener­gias é que resultam a cura, a desobsessão e reequilíbrio das pessoas que nos procuram.
Agora vamos percorrer juntos o recinto do Templo, como se você fosse um visitante e estivesse curioso para saber. Antes, porém, vamos falar sobre a Estrela que fica em frente ao Templo (Templo Mãe), chamada “Es­trela de David”.
David foi um Rei de Israel, cerca de 1.000 anos antes da vinda de Jesus. Entre outras coisas, diz a lenda que ele combateu o gigante Golias, munido apenas de uma funda (objeto para o arremesso de pedras). Ele também estabeleceu o Reino de Judá em Jerusalém como Capital, levando a Arca da Aliança.
Naturalmente, as coisas que ele realmente fez se tornaram lendas e alegorias. Mas o fato funda­mental é que ele ficou sendo o autor do símbolo do “Hexagrama” ou seja, dois triângulos equilá­teros cruzados. Para diferenciar os dois triângulos, eles eram entrelaçados. Eles simbolizavam o Bem e o Mal, o Jeovah Preto e o Jeovah Branco, o Positivo e o Negativo. Tudo isso resulta num símbolo mais amplo: a Subida e a Descida do espírito, igual a Invo­lução e a Evolução.
É bom que você saiba pelo menos isso dessa estrela, uma vez que ela está em quase todas as par­tes do Templo, no Escudo do Médium Iniciado e até nos pára-brisas dos carros. Só que a nossa estrela não é entrelaçada e nem mesmo se distingue os dois triângulos. Isso porque a nossa Corrente simboliza a Síntese mais do que a Análise.
Também é bom que você saiba que não foi David quem inventou essa Estrela. Ela sempre existiu na natureza, na formação de cristais e outras coisas. Talvez por isso ela seja um símbolo Eterno. O impor­tante é que você saiba que seu uso pela nossa Cor­rente não implica filiação alguma a outros grupos religiosos ou doutrinários.
Voltemos agora à nossa estrela em frente ao Templo. Nela você verá uma seta atravessada que simboliza Seta Branca e um trecho de uma de suas mensagens:
“… Filhos – O Homem que tentar fugir de suas metas cármicas ou juras transcendentais será devorado ou se perderá como a ave que tenta voar na escuridão da noite…”.
Essa advertência está im­plícita na própria estrela: metas cármicas são o triângulo da descida; juras transcendentais estão con­tidas no triângulo de subida.
Logo em seguida, no anteparo da porta, você encontra o trecho do Evangelho de João 14:06 que diz:
“Eu sou o caminho da verdade e da vida; nin­guém vai ao Pai senão por mim”
Dentre os profun­dos significados dessa frase do Mestre Jesus, nós destacamos o sentido do “EU” ou seja a sede da de­cisão, o centro do livre arbítrio, da responsabilidade individual. Essa é a base da Doutrina do Amanhecer.
2 A Pira
A Pira representa o centro de controle do Templo e, ao mesmo tempo, é uma síntese da Doutrina do Amanhecer. O observador colocando-se de costas para a imagem de Jesus verá o seguinte: a Terra, representada pela base; o Sol à sua esquerda e a Lua à sua direita. No Centro, está colocada a Presença Divina. Essa figura não é privativa de nosso Templo e é encontrada em uso em outros grupos iniciáticos. Ela representa os 7 planos do Homem, ou seja do Espírito Encarnado na Terra com seus 7 raios de for­ças. No centro, na parte espelhada, está represen­tado o Corpo Físico, seu sistema nervoso, os 7 ple­xos, seus “chakras” correspondentes e o sistema cir­culatório do sangue. O sangue venoso e o sangue arterial representam os pólos positivos e negativos. O círculo maior destaca o Plexo Solar e seu respecti­vo “Chakra” umbilical. As duas taças representam o sangue que fornece o ectoplasma. As duas setas, uma subindo e outra descendo simbolizam a macro­circulação. Temos então representados o microcosmo que é o Homem e o macrocosmo que representa seu Universo. As estrelas simbolizam Mayanty e as nossas casas transitórias.
A imagem de Jesus fica na parte onde se encontra a Cruz do Cristianismo e a figura de Jesus, o Caminheiro.
O conjunto de Tronos dos Pretos Velhos. É o setor da desobsessão, da desassimilação de cargas negativas
3 O Fluxograma do Templo
O recinto do Templo é dividido por uma linha imaginária que parte do local onde está o quadro de Pai Seta Branca e termina na parte traseira do anteparo da entrada. Ao ser aberta a Corrente, o conjunto de forças é emi­tido, como se fosse um feixe de raios, partindo da Pira e convergindo para a Mesa Evangélica, até atingir o anteparo da entrada. Outro feixe parte da Pira até atingir o local onde está o quadro de Pai Seta Branca.
Essa é a razão principal pela qual o Médium deve abrir os braços ao cruzar essa linha. Recebendo a força no plexo Solar (na frente ou nas costas) com os braços abertos ele estabelece uma descarga. Se cruzar sem esse gesto ele pode tomar um choque.
Além do aspecto horizontal, as forças percorrem o Templo de cima para baixo como se fossem colunas de luz. Elas caminham “penduradas” no teto e no sentido dos ponteiros do relógio.
Os bancos em que os pacientes se sentam fica do lado esquerdo. Enquanto as pessoas esperam o atendi­mento, elas vão sendo trabalhadas pela Corrente. A parte mais ativa das cargas magnéticas, trazidas pe­las pessoas, vai sendo absorvida pela Mesa Evangélica, mesmo que ela não esteja funcionando. Ao chegar aos Tronos, o Paciente já está melhor preparado para receber o tratamento. É por isso que não é de bom alvitre uma pessoa ser atendida nos Tronos ou na Cura tão logo chegue ao Templo.
A circulação deve ser feita de preferência en­trando pelo lado esquerdo e saindo pelo direito, seguindo o sentido dos ponteiros do relógio.
O Médium ao fazer a preparação recebe as for­ças diretamente da Pira. Por isso não é preciso fazer a reverência ao Cristo, a menos que esteja em trân­sito do lado de fora da Parte Evangélica.
Em dia de Trabalho não deve haver cir­culação de pessoas sem uniforme na Parte Evangélica, nem mesmo sendo Médium da Corrente.
Nem Médiuns e nem profanos devem entrar no recinto da Iniciação, sob pena de tomarem um choque magnético, a menos que estejam a serviço das Iniciações.
4 Suas Energias Humanas
Se você assimilou tudo que foi dito até aqui, principalmente o que é realmente o Templo, você en­tão sabe que está lidando com energias de vários tipos. São elas que curam, que resolvem os seus problemas e os problemas dos Clientes. A partir daqui preste muita atenção e procure entender bem, pois disso depende o seu futuro de Missionário.
5 Cura espiritual
A cura é a primeira palavra que você precisa conhecer e saber o que é. Pelo dicionário, “curar” quer dizer sanar, cuidar, velar pelos interesses de alguém. Pela nossa Doutrina, curar significa reequili­brar uma pessoa, não somente em relação aos pro­blemas que ela apresenta, mas também ajudá-la a en­contrar seu caminho Espiritual e ter alguma coisa em que se apoiar daí para a frente. Por isso nós usamos a expressão “Cura Espiritual”.
Logo, tudo que fazemos no Templo é Cura, em­bora a gente costume dizer que Cura é o trabalho feito na Sala de Cura, quando a pessoa apresenta distúrbios físicos. Isso é apenas uma questão de cos­tume, uma vez que as pessoas só se consideram doentes quando têm sintomas de distúrbios físicos.
6 Forças e Energias
Outras duas palavras que você precisa entender com muita clareza são “Forças” e “Energias”. Elas não são exatamente sinônimas, isto é, não significam exatamente a mesma coisa mas, no seu emprego elas se confundem. Por isso a gente usa “Força” ou “Energia”, conforme o emprego. Pela origem de am­bas, Força deriva de “Forte”, o que tem Força; e Ener­gia deriva de Trabalho, ou seja, de Força Direcionada, empregada em alguma coisa.
No item da descrição do Templo do Amanhecer, você já se familiarizou com a idéia de Forças e Ener­gias. Você então ficou sabendo que existem Forças e Energias circulando no Templo. Percebeu também que existem Forças de fora e Forças que partem de você mesmo. Resumindo, você agora sabe que no Templo são manipuladas Forças do Médium e Forças que chegam de fora dele. Vamos tentar com o máximo cuidado descrever essas forças.
Comece por se lembrar do que dissemos a respeito da Pira, quando mencionamos a microcirculação e a macro circulação. “Macro” quer dizer grande, e “micro” quer dizer pequeno. “Microcirculação”, significa a movimentação de forças dentro de você e “macro circulação” é a movimentação de forças dentro do Templo.
7 Trabalho
Vamos fazer uma pequena pausa e recapitular, para que possamos entender com simplicidade, as coisas que acontecem no Templo e em cada Médium, particularmente em você.
Até agora você ficou sabendo que o Templo se divide em partes básicas e que existe um “Fluxograma” da circulação das forças no seu interior.
Também você ficou sabendo o que significam as palavras “Cura”, “Força” e “Energias”. Vamos então aprofundar um pouco o assunto.
Mentalize três aspectos diferentes desse conjunto de idéias: a inércia, o movimento e o resultado. Para isso se tornar mais fácil ainda vamos comparar com um automóvel.
Um carro parado representa uma força, uma energia inerte. No momento em que ele é posto em movimento, ele significa um conjunto energético, força em movimento. Isso quer dizer “trabalho”, o carro está “trabalhando”. Ele então leva pessoas ou cargas a algum lugar e esse é o “resultado”.
Observamos agora esse carro em movimento. No seu interior existe um mundo de forças que se transformam em energias, em trabalho; essas for­ças são tantas que a gente nem tem capacidade para descrevê-las todas: a gasolina, a eletricidade, o calor, o atrito, o peso, a água, o ar, o fogo, a idade etc. Isso sem mencionar o motorista, os passageiros e as cargas que possam estar nele.
No seu exterior, isto é, fora do carro, nas ruas ou nas estradas, outro mundo de forças influenciam e são influenciadas pelo nosso carro em movimento: o ar, a luz, os ruídos, as ladeiras ou descidas, os ou­tros carros, os sinaleiros, os avisos de trânsito, a chuva ou sol, as curvas, enfim, são tantas as forças que a gente não tem também capacidade para des­crevê-las todas.
Mas, de tudo isso, o mais importante para nosso esclarecimento doutrinário, é distinguir que há uma diferença no tipo de forças que causam toda essa complicação: Forças Físicas e Forças Psicológicas. Quando o motorista lê numa placa na beira da es­trada: “Cuidado, escola” ele aceita a advertência do aviso e torna-se mais cauteloso. Nesse caso ele obe­deceu a uma Força Psicológica. Se logo em seguida ele levanta o vidro da janela, para evitar que a chuva o molhe, ele obedeceu a uma Força Física.
Naturalmente não é fácil a gente distinguir os aspectos psicológicos e os físicos das Forças que atuam sobre nós. Mas, se aplicarmos o bom senso, o senso comum de observação, nós podemos fazer uma razoável separação.
Vejamos o que podemos fazer para você distin­guir em você o que é Físico e o que é Psicológico.
Você se alimenta e respira, e a comida e o ar se transformam em Força Física, isto é, você é capaz de se movimentar, trabalhar, mover objetos, etc. Essa força lhe permite a existência física e, como Médium, “existir” fisicamente no Templo.
Você apreende, pensa, tira conclusões e as coi­sas apreendidas se transformam em Forças Psicoló­gicas, isto é, você é capaz de entender, tomar decisões, amar, gostar, sentir-se feliz ou infeliz. Essa força lhe permite a existência Psíquica e, como Mé­dium “existir” Psicologicamente no Templo.
Você aperta a mão de um amigo e diz: “Como tem passado?”. Nesse gesto você usou a força física para apertar a mão e a força psicológica para fazer um gesto de cortesia para com seu amigo.
A palavra “Física” deriva da palavra grega “phy­sike” que vem de “physis” que significa natureza. A palavra “Psíquico” deriva da palavra grega “psykhê” que quer dizer Alma. Por isso nós podemos dizer, “Força Psicológica” ou “Força Anímica”.
8 Forças Físicas e Psicológicas
Cremos que com o que foi dito até agora, você já pode considerar-se consciente do fato de que é uma Usina Receptora e Emissora de Forças e que vive dentro de uma Usina Maior que é o mundo que o cerca. Também já deve ter se compenetrado de que existe uma variação no tipo de Forças que atuam sobre você, podendo separar razoavelmente o que é Força Física e o que é Força Psicológica.
Daqui para diante, vamos observar um outro fato, um tanto subjetivo, mas que será a porta de entrada para seu mundo Iniciático, o mundo invisível e subja­cente em todos os atos humanos. Tomemos de novo o surrado exemplo do automóvel em movimento con­duzido pelo nosso motorista.
Enquanto o carro anda, o motorista obedecendo os regulamentos de trânsito, o mecanismo funcio­nando perfeitamente e os dois seguindo uma rota, um outro mundo de forças está atuando sobre eles, um mundo subjetivo e indefinido. Por exemplo, quando ele olha para a placa “Cuidado, escola!” e au­tomaticamente diminui a velocidade, um mundo de coisas que se referem a crianças atravessa rapida­mente a sua consciência. Ele pode se lembrar da sua infância, dos seus filhos, da oportunidade que ele perdeu não estudando, da filosofia educacional do Brasil, da meiguice das crianças, etc.
Aquela placa, por sua vez, representa o fato de que existe preocupação das autoridades com a segu­rança das crianças, que existe um cuidado, que existe uma filosofia de educação dos motoristas, que é uma cidade organizada, que trânsito é um negócio peri­goso, etc.
Você percebeu? Não são apenas os estímulos físicos e psicológicos, objetivos, que representam Forças Físicas ou Psíquicas atuantes no ato, no tra­balho que está sendo executado, que estão em ação; também outras forças atuam e determinam os esta­dos de ânimo ou desânimo do motorista. Esses es­tados por sua vez atuam sobre o mecanismo do carro e influem no comportamento mecânico da máquina. Ele freia com violência, esquece de abastecer ou de parar para colocar água no radiador, etc.
Todo estímulo resulta de um movimento energé­tico, todo estímulo é uma força. A placa “Cuidado, escola!”, além da força das palavras em si, repre­senta a força administrativa, governamental, o poder dirigente, a organização política, a filosofia civilizatória do País e etc.
As reações do motorista representam as forças atávicas, subconscientes, a educação recebida, os fa­tos particulares da sua própria vida, as atitudes que ele tem tomado em relação às crianças, enfim, seus conceitos e preconceitos.
9 Recepção e Emissão
A partir daqui nós sabemos, pelo bom senso, sem complicação alguma de ordem intelectual, que tudo que se move e age no Planeta, até mesmo uma pedra, inerte na aparência sensorial, existe e age por recepção e emissão de forças e energias. Assim é nosso organismo físico, assim é nossa alma e assim é nosso Espírito.
Cada movimento do nosso corpo, cada sensação de nossa alma e cada deliberação de nosso espírito, tudo acontece por meio de energias que se transformam em forças e forças que se transformam em energias. Vamos agora considerar essas energias e forças em relação apenas a nossa posição de Médiuns e nossa Missão Crística.
O Corpo elabora a Energia Física, a Alma produz a Energia Psíquica e o Espírito fornece a Energia Es­piritual. Assim sendo, o ser humano tem uma fase Física, uma Psíquica e termina com a Espiritual. No começo o ser humano só é movido pelo instinto de sobrevivência física, no período que vai desde a sua gestação até mais ou menos 7 anos de idade, começa depois sua elaboração psicológica até aos 14 anos e a partir daí entra nos contatos transcendentes que vão até o fim de sua vida. Como você já sabe o sufi­ciente sobre a questão Físico-Psíquica, daqui para frente trataremos apenas da questão de suas Forças Mediúnicas.
10 Suas Forças Mediúnicas
A Força Mediúnica é de ordem Transcendental, isto é, ela ultrapassa os limites da educação, dos há­bitos e da situação física. Mas quaisquer que sejam suas manifestações, elas aparecerão sempre no seu comportamento humano, através de sua personali­dade, pois você sendo o veículo, é lógico que não existe outra forma. Só que quando essas forças se manifestam, elas produzem atitudes que são conside­radas anormais. Isso porque toda a ciência e toda a religião existente em nossa Civilização consideram apenas a existência da Alma e do Corpo e, como con­seqüência, qualquer fenômeno mediúnico é rotulado apenas como uma anormalidade da Alma uma manifestação patológica, isto é, considera-se como um desequilíbrio mental ou físico. Se o fenômeno acon­tece em termos religiosos, ou melhor, se a forma de apresentação se enquadra em alguma Crença Religiosa, ele então é chamado de Milagre.
Atualmente, face ao crescimento das manifesta­ções mediúnicas, a ciência e as religiões oficiais ten­tam criar uma explicação racional e para isso criaram um novo método científico chamado “parapsicologia”. Essa ciência cataloga os fatos mais exóticos da Mediunidade, e procura provar que se tratam apenas de Forças que alguns indivíduos possuem mas que são dele mesmo, não vêm de parte alguma. Esta atitude é coerente com a ciência oficial que simplesmente nega ou desconhece a existência do Espírito Trans­cendental – para a Ciência só existe o indivíduo a partir do seu nascimento e que deixa de existir com a morte. Para o religioso, o Espírito é algo abstrato e na falta de um conceito mais razoável, o identifica com a Alma. Por isso as religiões oficiais não aceitam a idéia da Reencarnação.
Na verdade, as Forças Mediúnicas são estimuladas pelo seu Espírito e, sendo algo que já existiu antes, que já ocupou outras personalidades, que teve muitas experiências, as Forças de que ele é portador estão além das Forças puramente Físicas e Psicoló­gicas da sua atual personalidade.
Mas, assim como suas Forças Psicológicas repou­sam nas suas Forças Físicas – é lógico que você não poderia falar se não tivesse uma boca e etc., suas Forças Mediúnicas repousam sobre suas Forças Físi­cas e Psicológicas.
A base da manifestação Mediúnica é o Ecto­plasma, o Fluído Magnético Animal que é produzido no organismo.
Esse Ectoplasma varia em teor e quan­tidade conforme suas metas Cármicas, conforme o programa que seu Espírito tem a cumprir na Terra. É por isso que cada Médium tem a sua própria Mediunidade e, embora ela seja sempre a mesma na base, ela varia conforme o uso que você fizer dela. Vamos dar-lhe um exemplo bem simples e verificável para que entenda bem isso: a maioria dos Mé­diuns quando começa a se desenvolver apresen­ta um entusiasmo e uma pressa de trabalhar fora do comum. Se é um Médium de Incorporação, ele incorpora a todo momento, demora para desincorporar e dá verdadeiros “shows” de Mediunismo. Entre­tanto, passados apenas alguns dias de Desenvolvi­mento, ele esmorece, tem dificuldades para sintoni­zar-se com seu Mentor, começa a achar que não é mé­dium Apará e chega a pedir para passar a ser Dou­trinador.
Isso acontece pela simples razão que ele chega carregado com seu próprio ectoplasma, acumulado desde o momento em que sua Mediunidade começou a se manifestar, e que foi subindo além de suas for­ças, além do seu padrão normal. Isso quer dizer que ele vem com mais Energia do que sua Força suporta. Esse exemplo completa seu entendimento do que se­jam Forças e Energias.
Todo Médium tem uma “Força” Mediúnica e com essa Força manipula vários tipos de Energias, con­forme seu programa de trabalho. Essas energias são muito variáveis e se torna desnecessário descrevê-las todas aqui.
Mas, para seu melhor entendimento, vamos ci­tar alguns exemplos. Há Médiuns Aparás que têm força para manipular energias do Povo das Águas, outros dos Pretos Velhos e outros dos Caboclos. Em­bora ele possa trabalhar com todas essas Falanges. há sempre uma que é sua Força Predominante. É com base nisso que é identificado o seu Guia Prin­cipal ou Mentor. Os outros Guias, pertencentes a outras Falanges, trabalham com o Médium na “Linha” predominante do Médium. Assim acontece também com os Doutrinadores cuja força principal é caracte­rizada pela sua Princesa.
11 A consciência das próprias Forças
A Força, ou capacidade de manipular Energias já vem com a pessoa, faz parte do esquema de trabalho que seu Espírito preparou para sua trajetória no Pla­neta. Mas, assim como a pessoa desconhece o seu Carma, ele também não conhece as suas Forças. O Carma vai sendo conhecido na proporção que os fatos vão acontecendo e o mesmo se dá com as forças. É no momento da tragédia, do acontecimento difícil, que a pessoa descobre suas capacidades e habili­dades para contornar as coisas.
Logo, tanto as tragédias como a capacidade de enfrentá-las, são potenciais dormentes no indivíduo e somente seu espírito as conhece antecipadamente. O espírito da pessoa sabe das dificuldades que ela vai enfrentar e sabe também quais as forças que ela poderá contar para isso.
Esse fato fundamental é que nos leva ao Sistema Crístico e um dos seus mecanismos que é o Mediunismo Cristão ou Espiritismo. Pelo desenvolvimen­to Mediúnico, a pessoa aprende a “ouvir” seu próprio espírito e ampliar a visão da sua própria vida. Com isso ela pode prevenir-se, aprender a manipular suas forças e modificar seu Carma até onde lhe foi permi­tido pelo seu próprio programa de vida.
É por isso também que a Doutrina do Amanhecer exige um res­peito profundo pelo Livre Arbítrio. Ninguém dá ou tira nada de ninguém, mas apenas uns servem de instru­mento de outros. Alguns nos trazem a dor e outro nos trazem o alívio, mas somos somente nós mesmos que buscamos uma ou outra coisa.
O que a Doutrina do Amanhecer nos retransmite são as coisas que nosso próprio Espírito tenta nos “dizer”, e nós habitualmente não entendemos. Nisso consiste também a essência do Sistema Crístico e da Escola do Caminho de Mestre Jesus. Pela Lei do Perdão, do Amor, da Tolerância e da Humildade, a pessoa se esclarece, se torna sensível à direção de seu espírito e se equilibra consigo mesma. Equili­brado e consciente de suas forças o Ser Humano re­toma o seu caminho com tranqüilidade, sabendo para onde vai e o que quer da vida.
Pai Nosso
Pai Nosso que está nos Céus, e em toda parte
Santificado seja o Teu Santo nome
Venha a nós o Teu reino
Seja feita a Tua vontade
Assim na terra como nos círculos espirituais
O pão nosso de cada dia dá-nos hoje, Senhor!
Perdoa as nossas dívidas, se nós perdoarmos aos nossos devedores
Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal
Porque só em Ti brilha a luz eterna
A luz da Glória, do Reino e do Poder
Por todos os séculos sem fim.




Instruções Práticas para os Médiuns Fascículo 04

ÍNDICE
Item
Assunto
Pág.
-
Índice
1
-
Prefácio do Fascículo IV
2
1
Porque o Médio não deve tomar Álcool
3
2
O Cruzamento de Correntes
3
3
Aprendizado Mediúnico e Intelectual
4
4
O Fluido Magnético Animal ou Ectoplasma
4
5
Mediunidade Psíquica e Mediunidade Espiritual
5
6
A Mediunidade Iniciática
7
7
A Conduta Doutrinária
8
8
A Missão Mediúnica
10
9
A Missão Básica da Nossa Corrente
12
10
Os Reajustes
13
11
As Energias Cármicas
14
12
O Percurso de Uma Vida
15
1 Porquê o Médium não deve tomar álcool
O sistema nervoso é o mecanismo intermediário entre o corpo físico, o mundo externo e o campo consciencional. O campo consciencional é a sede do eu, esse algo individualizado e portador da cen­telha divina. A centelha divina é a parte do mecanismo do Homem que lhe possibilita a existência. Ela proporciona a encarnação e a sustenta. Sem ela não existe a ligação entre o Espírito Transcendental, a Alma e o Corpo. Rudimentarmente o sistema nervoso pode ser comparado com uma rede de distribuição de eletri­cidade, com seus fios, transformadores, subestações e uma de suas peculiaridades é dar passagem a ener­gias por indução. Isso significa que a corrente ner­vosa “salta” de um ponto para o seguinte, não é con­tínua. Esse e outros fatores básicos do sistema ner­voso caracterizam a célula nervosa como incapaz de se reconstituir. Com isso não existe a regeneração do tecido nervoso. O álcool, a heroína e seus derivados têm a capa­cidade de destruir a célula nervosa. Célula nervosa destruída significa perda de capacidade consciencio­nal, diminuição do alerta mental, lerdeza do raciocínio, etc. Isso tudo resulta na gradual irresponsabili­dade do Ser Humano. Esse fenômeno acontece quer se beba pouco ou muito álcool. Um pouco de álcool todos os dias causa efeitos mais danosos porque os resultados só aparecem lentamente. Essa é a razão fundamental pela qual os Médiuns não devem tomar álcool. A Doutrina do Amanhecer funciona na base do Doutrinador e Apará conscientes e isso é sinônimo de clareza mental, razão e respon­sabilidade. Outro motivo específico, pelo qual o Médium não deve tomar álcool, é que a Corrente do Amanhecer mobiliza e atrai energias extra-etéricas, cuja força só pode ser controlada por mentes equilibradas. Por isso é preferível que o Médium não ingresse na Cor­rente se não puder deixar o hábito de beber, pois ele se prejudicará mais se tentar pertencer à Corrente e tomar álcool.
2 O cruzamento de correntes
Pela Doutrina do Amanhecer todas as doutrinas e religiões são consideradas boas, sendo vedado aos Médiuns fazer qualquer crítica a outros grupos. O Templo do Amanhecer é aberto a todos, incluindo aqueles que praticam outros rituais ou religiões. Também não existe proibição formal para a freqüência de nossos Médiuns a outros cultos, desde que ela não seja sistemática, como uma obrigação. A razão disso é que o Médium, ao freqüentar outras práticas doutrinárias ou religiosas, se envolve nas correntes e vibrações desses cultos e provoca em si mesmo o cruzamento de forças. Esse fato se agrava se o Médium participar da intimidade do ritual. A participação do Médium em nossa Corrente não é uma simples formalidade. Ela funciona nos vários planos do Médium e ele sintoniza com as for­ças desde o plano físico até às várias gamas do plano espiritual. Na verdade o progresso de nossos Mé­diuns é avaliado em termos de impregnação, de assi­milação da Doutrina. Se praticar seu Mediunismo por outros métodos ele não consegue a sintonia neces­sária e vive desequilibrado. Aliás esse é o principal motivo que traz a maio­ria dos Pacientes em busca de socorro no Vale do Ama­nhecer. Ignorando esse fato simples eles buscam auxílio em muitos lugares diferentes e acabam por se desiludir e se tornarem descrentes. Por último, se nossa Corrente e nossa Doutrina não forem suficientes para o Médium, a ponto de ter que buscar outros cultos ou práticas religiosas, esse fato invalida sua posição de Médium por definição…
3 Aprendizado mediúnico e intelectual
O ensino religioso é feito habitualmente pela didática comum, pela palavra falada ou escrita. Com isso a absorção dos conhecimentos se faz pelo inte­lecto, o banco de memória atuando como o reposi­tório de conhecimentos. Isso acontece tanto em reli­giões aculturadas intelectualmente como em cultos e doutrinas de outra natureza. A base é a memória, em algumas predominando a memória visual e em outras a auditiva. Mesmo nos cultos chamados primitivos, os líderes são sempre aqueles que apresentam maior soma de conhecimentos Ritualísticos e doutrinários. Com esse método a religião é absorvida pela alma, pelo sistema psicológico, pela personalidade. A religiosidade assim assimilada é anímica, sensorial, faltando no praticante a presença do espírito trans­cendental. A falta de espiritualidade nas religiões tem sido a maior fonte de angústias da Humanidade atual. Entretanto a Natureza proporcionou ao Homem um método bem mais simples e natural de aquisição de religiosidade que é a Mediunidade e esse é o mé­todo adotado pela Doutrina do Amanhecer, para que seus Médiuns adquiram os conhecimentos, que aliás não são chamados assim, mas de esclarecimentos.
4 O Fluído Magnético Animal ou Ectoplasma
Exerce sua influência na pessoa, de acordo com sua progra­mação Cármica, seu plano de vida no Planeta. Isso acontece no momento exato, e sua manifestação é absolutamente clara, insofismável para ela mesma. Para que esta afirmação seja aceita é preciso que haja apenas certa honestidade do Homem con­sigo mesmo. Quem neste mundo de Deus não sabe quando a inquietação de seu espírito se manifesta? Uma vez começada a “produção” Ectoplasmática começa também o desassossego da pessoa. É a época na vida de cada um quando começam as interrogações, a busca de algo acima do senso comum, as dores, as insatisfações, as sensações de irreali­zação, os distúrbios neurológicos e até mesmo as doenças físicas de maior gravidade. Os sintomas va­riam conforme as reações que as pessoas têm, de acordo com sua personalidade, ou seja, a constituição de seu conjunto psicofísico. Embora ignorando o fenômeno, a maioria das reli­giões proporciona, pelo próprio ritual, algum reequi­líbrio Ectoplasmático. Isso acontece principalmente pelo sistema de reuniões, a formação de correntes e o sentimento de amor que é buscado. Mas, os pre­conceitos, sejam dogmáticos ou não, e a ânsia da padronização de conceitos, com isso formando os preconceitos, abafam as manifestações individuais. O Homem se torna, assim, prisioneiro, frustrado, exa­tamente dentro da instituição ou seja, a religião ou doutrina, que existe para sua libertação! Isso tudo resulta da confusão que se faz entre a Alma Transitória e o Espírito Transcendental, e esse é o grande mal de nossa Civilização. Assim, a Doutrina do Amanhecer não inventou método algum de transmissão de religiosidade, mas apenas adotou, na sua prática, o sistema que a Natu­reza já havia proporcionado ao Espírito em trânsito na Terra, o Ser Humano, o Homem. Nós apenas de­senvolvemos a Mediunidade da pessoa e proporcio­namos os meios para ela mesma controlar suas for­ças e energias. Com isso essas forças e energias passam a circular nos canais programados e começam a beneficiar as pessoas em vez de prejudicá-las. como acontecia antes de aqui chegarem. Com toda a simplicidade a pessoa aprende a ma­nipular seu ectoplasma. Com isso ela se purifica, se clareia, se torna mais sutil e, adquirindo maior vibraticidade, permite a sintonia com o seu próprio mundo espiritual. A partir daí sua alma se abre às Influências do seu Espírito e ela começa a divisar seu caminho. A “claridade” do seu Ectoplasma lhe proporciona o “esclarecimento” que tanto se confunde com “conheci­mento”.
5 Mediunidade Psíquica e Mediunidade Espiritual
O Espírito é algo que se destacou do Todo e, como conseqüência, se individualizou, se tornou uma “Individualidade”. O Indivíduo-Espírito pela própria natureza, apresenta características, tendências, pre­ferências e objetivos que são somente seus, que o destacam de outros Indivíduos-Espíritos. Para encarnar, isto é, para percorrer por certo tempo este Planeta, seguir a estrada que o levará, num futuro talvez remoto, à desindividualização, isto é, à sua reintegração no Todo, ele é obrigado a se adaptar ao corpo físico, cujas manifestações se fazem pelo processo sensorial de estímulo-resposta, cha­mado Alma. Esse conjunto Corpo-Alma forma a Per­sonalidade. Personalidade significa a aparência física, a cons­tituição do corpo, as tendências, a educação recebida, ou seja, “aquilo” que foi feito ou se fez no mundo físico, no Planeta, para a manifestação do Indivíduo-Espírito. Essa é a Lei da Terra, a Lei Crística, em seu as­pecto peculiar da encarnação. Ao se submeter a esse processo, o Espírito aceita completamente o fato de que terá que se manifestar, exercer a sua programa­ção, caminhar para seus objetivos, dentro dessas con­dições difíceis. A formação da Personalidade já é meio caminho andado na realização Cármica. Por mais que faça, o Homem dificilmente pode modificar sua personali­dade, a não ser em termos de mudança de comporta­mento. Essa mudança entretanto, a não ser que seja feita em consonância com os objetivos do seu Espí­rito, será angustiosa, transitória ou auto-aniquilante. O conhecimento e a utilização da Força Mediúnica devem ser paralelos ao reconhecimento da existência do Espírito Transcendental, do próprio Espírito, sob pena dela ser apenas a exteriorização da Personali­dade. Em resumo, o desenvolvimento da Mediunidade apenas fenomênico, sem um objetivo Crístico, res­salta as qualidades ou defeitos do Médium e o torna apenas intermediário entre ele e o mundo que o cerca. Pode ainda acontecer dele, na sua cegueira personalística, ser intermediário de Forças Horizon­tais, não criativas e às vezes até destrutivas. Nesse caso ele se torna um Médium apenas psí­quico, isto é, ele dá vazão a conceitos, idéias e con­selhos de sua própria lavra ou de Espíritos do Plano Terreno, ou seja, formas e valores não criativos, ape­nas transformistas. Esse fato simples e objetivo é que separa o joio do trigo, o que é Crístico e o que apenas não é. É fácil de se saber quando isso acontece, bastando seguir-se a regra evangélica de que a “árvore se conhece pelos frutos”… A Mediunidade desenvolvida paralelamente ao esclarecimento doutrinário, apresenta um quadro to­talmente diferente. O Médium começa por apreender as emanações e os anseios transcendentais de seu próprio Espírito e, graças a isso, ele se harmoniza com sua linha Cármica. Ele muda as perspectivas, a visão da vida e muda seu comportamento por um pro­cesso íntimo de plena convicção. Ele passa a ver o Mundo com maior descortínio, se torna mais abran­gente e com isso sua vida se equilibra. Ele passa a ser uma pessoa que irradia simpatia e interesse pelo seu próximo. A partir daí se torna possível seguir a Lei do Per­dão, do Amor, da Tolerância e da Humildade. Nessas condições isso é feito sem constrangimento, sem que a pessoa tenha que se violentar, sem provocar ten­sões internas, geralmente causadoras de revolta. Nessa linha de sintonia com seu Espírito trans­cendente ele atrai para si as emanações dos Espíri­tos Superiores, de seus Guias, seus Mentores, e passa a ser porta-voz desses Espíritos. Esse é o Médium Espiritualizado, o Médium através do qual vem a cura, o alívio e a esperança dos que são atendidos por ele. Temos assim uma idéia clara do que seja a Me­diunidade puramente Psíquica e a Mediunidade Espi­ritual. Entretanto é preciso saber que o Ser Humano não é estático, sempre o mesmo. Ele varia a cada momento e seus estados se alternam conforme as in­fluências a que é submetido. Como conseqüência, sua Mediunidade pode variar e se apresentar ora de uma forma, ora de outra. Por isso é que a prática da Mediunidade deve ser feita no âmbito de um conjunto doutrinário, com re­gras ritualísticas e a vigilância dos Mentores. Em nossa Corrente, para melhor garantir a autenticidade, todo trabalho mediúnico é feito pela unidade dupla Apará – Doutrinador. Só o Doutrinador tem as con­dições necessárias para discernir as manifestações e saber quando as coisas vêm do Médium ou dos Guias, qual a dosagem de Psiquismo existente no tra­balho e até que ponto esse Psiquismo não prejudica o trabalho. Afinal ninguém é perfeito e qualquer um pode cometer erros. O importante é tirar o melhor partido de cada situação e fazer com que o Médium ajude a si mesmo, enquanto ele está ajudando o seu próximo. Só uma atitude de Amor e paciência pode conduzir o fenômeno mediúnico para resultados posi­tivos a todos que dele participam. Para isso é preciso haver uma atitude desassombrada e de compreensão, de que somos todos Espíritos a caminho e que o Ser Humano dificilmente mistifica deliberadamente.
6 A Mediunidade Iniciática
Iniciação significa a admissão do Médium ao cír­culo seguinte da Espiral de Forças que regem a Missão. As Forças da Corrente do Amanhecer dis­tribuem suas Energias de cima para baixo, em forma de espirais cônicas, cujos círculos menores estão na parte de cima. Cada espiral representa uma Cassan­dra regida por uma Falange. Ao se tornar Médium do Vale do Amanhecer a pessoa vai desassimilando as correntes negativas, através da modificação do seu teor ectoplasmático. Seu fluido se modifica paulatinamente, tornando-o cada vez mais sensível às vibrações dos círculos ime­diatamente superiores. O Médium vai se “Imantran­do”, isto é, ele adquire a capacidade de sintonizar os “Mantras” de força e os manipular no exercício de sua Mediunidade. Vejamos um exemplo: qualquer pessoa pode rezar um Pai Nosso. Essa oração é o Mantra básico dado por Jesus para situar o Espírito em trânsito na Terra no Sistema Crístico. Entretanto, ao pronunciar esse Mantra existe uma penetração maior ou menor, em consonância com o estágio espi­ritual de quem o pronuncia. As palavras são as mes­mas, não importa quem as pronuncie mas a sintonia varia conforme a situação do emitente. O mesmo Mantra pronunciado por um Iniciado e um não iniciado produzem resultados diferentes. Por isso o Médium Iniciado recebe o direito de usar certos objetos Ritualísticos que são acrescidos ao seu uniforme. Há, pois, trabalhos no Templo que só podem ser feitos por Médiuns Iniciados. A cerimônia de Iniciação é basicamente o encon­tro, em meio do caminho, entre o Médium e as Ener­gias que ele passou a ter capacidade de manipular. Às vezes as energias vão mais ao encontro dele do que ele das energias e outras vezes sucede ao con­trário. Esse fato é muito importante de se saber, uma vez que Força significa capacidade, potência; sucede às vezes que a pessoa não chega a exercê-la conscientemente. Expliquemos melhor: o Médium Ini­ciado é sempre capaz de fazer um trabalho, que exija essa condição, mesmo que ele não saiba ou não co­nheça a força que tem. Nem sempre a personalidade do Médium corresponde à sua posição mediúnica. Há certos casos em que a Espiritualidade manda Iniciar um Médium para que ele seja beneficiado pela Iniciação, para sanar alguma dificuldade em seu equilíbrio. Só depois de algum tempo é que ele irá exer­cer conscientemente seu papel de Iniciado.
7 A Conduta Doutrinária
O conflito é a nota dominante da vida no Planeta Terra. Na verdade não existe Vida sem Morte. Os seres respiram e, junto com o ar, penetram no orga­nismo milhões de bactérias, germes e micróbios. A cada respiração milhões de anticorpos, que são ver­dadeiros soldados do corpo físico, entram em ação e matam os invasores. A luta não pára um segundo sequer e, se as defesas se enfraquecem, ou se um inimigo desconhecido penetra em suas fileiras, o corpo se desequilibra e a pessoa fica doente. Tudo que existe na Terra é vivo, qualquer que seja a natureza. Tudo é composto de átomos, desde a pedra até o fogo, desde a água até o ar. Como re­sultado natural, tudo que absorvemos é vivo. O Ser Humano é uma complexa máquina que absorve e transforma, como todos os outros seres, a matéria em energia e a energia em matéria. Nada é desper­diçado e tudo é transformado. Essa luta eterna é variável conforme a simplici­dade ou a complexidade dos organismos que existem no Planeta. Quanto mais complexo é um organismo mais complexa é a luta. O princípio porém é inalte­rável: absorção ou perda de energias. Isso acontece desde a pedra bruta, que é atacada pelo ar, a água, o atrito, o calor, o frio e as variações do terreno onde se encontra, até o Ser Humano, que é afetado por esses e outros fatores. Desde o mineral, passando pelo vegetal, e che­gando ao mundo animal, a luta vai adquirindo aspec­tos mais variados e complexos. Ela atinge o máximo refinamento no homem, a maior usina da Natureza de transformação energética que existe.O simples ato de pensar já é uma poderosa for­ma de emitir e receber energias, com perdas ou ga­nhos conforme os controles, as qualidades e as sin­tonias. Quanto mais sutil é o campo vibratório em que as energias são recebidas ou emitidas, maior é a intensidade, a potência e a força que entram em jogo. Com esse raciocínio fácil e razoável conclui-se que o conflito, a luta, o ataque e a defesa são intrín­secos em nossa natureza, essa é a Lei do Planeta Terra, não existe a paz, mas sim a guerra, permanente e inevitável, se situarmos o problema apenas em ter­mos do plano psicofísico.Essa Lei entretanto é restrita, delimitada pelo campo vibracional da Terra e, para começarmos a en­tender isso um pouco, nós temos que pensar em termos de Dimensões, Planos e Mundos. Embora essas palavras sejam escorregadias, são as únicas que nos dão a idéia aproximada de Planos Vibrató­rios. Façamos uma analogia: por mais encapelado, tempestuoso que o mar esteja, se mergulharmos alguns metros abaixo da superfície encontraremos uma tranqüilidade impressionante. Pessoas que já voaram em aviões comerciais de grande porte também co­nhecem essa notável experiência. Às vezes a gente decola de um aeroporto em meio a tempestade, o avião jogando perigosamente; ele ganha altura e, em poucos minutos o sol brilha por sobre o colchão de nuvens enquanto que o vento parece inexistente. Assim é a nossa vida e assim também são nossas alternativas. É preciso mergulhar ou subir acima de nossas contingências para que tenhamos paz e tranqüilidade, é preciso penetrar na Dimensão do Espírito. Só que o mergulho no mundo do Espírito não é me­dido em metros mas em sensibilidade. Torna-se necessário a gente se fazer receptivo ao mundo de nosso próprio Espírito, seja em termos do passado Cármico ou do futuro planejado, para que possamos avaliar melhor os nossos conflitos e poder-mos reduzi-los às proporções que eles realmente têm. Para facilitar essa receptividade, para tornar pos­sível a trajetória dos Espíritos encarnados, para que o Mundo seja uma escola proveitosa é que existe o Sistema Crístico e a Doutrina do Mestre Jesus com sua Escola do Caminho.O Vale do Amanhecer não exige dos seus Mé­diuns que contrariem as Leis do Planeta, quaisquer que sejam elas, mas que sobreponham a elas uma conduta iluminada pela Doutrina de Jesus, a que cha­mamos de Conduta Doutrinária. Convidar um Ser Humano a abandonar a luta seria o mesmo que sugerir que se suicidasse. Mas permitir que ele continue a luta sem saber o que está fazendo é deixá-lo entregue à perda da oportunidade encarnatória, é o suicídio do Espírito. A Doutrina de Jesus diz: “devemos amar ao pró­ximo como a nós mesmos” e, por todos os ângulos que observemos essa máxima ela sempre se apre­senta como vantajosa para nossa existência. Amando as pessoas que nos cercam, incondicionalmente, con­seguimos um clima de paz em nossa consciência que só nos traz vantagens em todos os sentidos. Mas, para podermos amar os que nos agridem ou que pro­curam nos prejudicar, os que nos odeiam e os que nos invejam, nós temos que ter uma perspectiva ampla das nossas relações com os “próximos” Para que tenhamos essa visão mais ampla nós temos que conhecer, assimilar os outros aspectos da Doutrina do Mestre. Para conhecê-la nós devemos ter capacidade de sintonia. Em termos de Mediu­nismo, capacidade de sintonia significa saber mediu­nizar-se. E assim, fechamos o amplo círculo. Para que o Médium tenha uma conduta Doutrinária ele precisa conhecer a Doutrina. Conhecendo a Doutrina ele con­tinua sua luta, come, bebe, ama, trabalha, disputa seu lugar ao Sol, cumpre as leis biológicas, as psicológi­cas e as sociais e, através disso, executa o programa desta encarnação. E só assim ele pode dizer com tranqüilidade: “Seja feita a sua vontade, assim na Terra como no Céu”. A Doutrina do Amanhecer nos fornece ainda um dado muito precioso: o Homem em harmonia com a Lei é controlado por um número e uma quantidade de energias que lhe garantem a força total. Esse nú­mero básico é o 7 assim dividido: 3 + 1 + 3. Três forças são a sublimação, que por serem inversas da Terra são chamadas de negativas. Elas são fáceis de identificar quando dizemos: “em nome do Pai, do Filho e do Espírito”. Há uma força intermediária que liga as três primeiras com as três últimas: essa é a força da Mente, ou quarto plano Iniciático, a sede do Eu; as outras três forças são: a do plano Intelectivo concreto, onde se manipulam as Energias Etéricas, a do Coração ou Forças da Emoção e sensibilidade (no coração humano é que reside a partícula Crística) e por último a Força Animal, do mundo físico. Tanto a da Mente como as outras três formam o quarteto positivo, as 4 forças chamadas de positivas, pois são elas que diferenciam um Homem de um Espírito não encarnado, um Espírito vivendo na Terra. Podemos agora concluir: o Médium, por defini­ção, tem que observar uma Conduta Doutrinária, isto é, ele terá que agir de acordo com a Doutrina na observância da Lei.
8 A Missão Mediúnica
A palavra “Médium” é a mais simples de qual­quer vocabulário, pois sendo latina, ela pode ser usada em qualquer língua, mesmo que essa língua não seja de origem latina. Entretanto não existe palavra mais vinculada a mistérios e coisas incompreensíveis do que essa. Ela chega a causar medo nas pessoas conforme as circunstâncias. “Médium” em latim quer dizer “meio” que por sua vez significa, entre outras coisas, “aquilo que se usa para obter alguma coisa”, ou então, “o ponto exato entre dois extremos opostos”.Em português, a palavra “Médium” já é incorpo­rada ao vocabulário e significa literalmente: “a pes­soa que serve de intermediário entre os espíritos e os seres humanos”. Assim, mediante uma simples palavra, nós temos garantido que ser Médium é apenas um meio e não um fim em si. Se acrescentarmos a essa proposição a afirmativa da Doutrina do Amanhecer de que todos os seres humanos São médiuns, conclui-se que nós, os encarnados, os seres humanos somos meios para alguma coisa. Essa “alguma coisa” é a trajetória dos Espíritos pelo Planeta Terra. Se juntarmos a essa conclusão o fato simples de que a Sociedade, a Hu­manidade, a Civilização, a Coletividade e etc., todas essas palavras significando mais ou menos a mesma coisa, composta de seres humanos, conclui-se por simples lógica que a Humanidade é apenas meio e não um fim em si. Apenas devemos acrescentar, por respeito à Ló­gica, que tudo existente nesta terra é meio e fim ao mesmo tempo e que, se quisermos manter um racio­cínio coerente, devemos sempre especificar as cir­cunstâncias em que algo é meio ou fim. No caso do Médium a própria denominação já estabelece a condição de ser ele Intermediário entre o Mundo do Espírito e o Mundo Físico, um Medianeiro entre o Céu e a Terra. Todos os seres humanos sendo Médiuns, estão sendo Intermediários entre algo que deve ser feito, todos são meios de uma finalidade. Essa finalidade começa a ser Missão quando adquire um âmbito maior, além da simples sobrevivência do indivíduo. Olhando-se por esse prisma verifica-se facilmente que todos os seres humanos têm missão, uma vez que todos são Médiuns. O que então significa quando a gente diz para um Médium: “Você é um Missionário”? Para termos uma resposta correta somos obriga­dos a particularizar a palavra “missão” no seu sen­tido religioso e, para que isso seja mais real, enten­dê-la no sentido Crístico. Para compreender esse sentido nada melhor do que a leitura da Parábola dos Talentos em Mateus – 25,14/30:
14- Pois é como um homem, que se ia ausentar do país, e chamou seus servos e lhes entregou seus bens.
15- e a um deu cinco talentos, a outro dois, e a outro um, a cada qual segundo sua capacidade; e partiu.
1 6- Imediatamente foi o que recebera 5 talentos e ope­rou com eles e lucrou outros cinco.
17- Igualmente o de dois, lucrou outros dois.
18- Mas o que recebera um, foi, cavou a terra, e es­condeu o dinheiro de seu senhor
19- Depois de muito tempo, vem o senhor daqueles servos e ajusta contas. 20- E vindo o que recebera cinco talentos, trouxe ou­tros cinco, dizendo: “Senhor, entregaste-me cinco talentos; olha outros cinco talentos que lucrei.
21- Disse-lhe seu senhor: “Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, confiar-te-ei o muito; entra na alegria de teu senhor”.
22- Chegando também o de dois talentos, disse: “Senhor, entregaste-me dois talentos; olha ou­tros dois talentos que lucrei”.
23- Falou-lhe seu senhor: “Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, confiar-te-ei o muito entra na alegria de teu senhor”.
24- Vindo também o que recebera um talento, disse “Senhor, conheço-te que és homem duro, co­lhendo onde não semeaste e recolhendo onde não distribuíste,
25- e amedrontado, escondi teu talento na terra olha (aqui) tens o teu
26- Respondendo, então, disse-lhe seu senhor: “Servo infeliz e tímido, sabias que colho onde não se­meei e recolho onde não distribuí?
27- Devias, então, ter confiado meu dinheiro aos ban­queiros e, vindo eu, teria recuperado o meu com juros.
28- Tomai-lhe, portanto, o talento, e dai-o ao que tem dez talentos,
29- pois a todo aquele que tem ser-lhe-á dado e ainda sobre o que tem será acrescentado; mas ao que não tem, ainda o que pensa ter ser-lhe-á tirado. 30- E o servo inútil lançai-o nas trevas exteriores; aí haverá o choro e o ranger de dentes”. (Mateus, 25: 14 – 30. ln Carlos Torres Pastorino, “Sabedoria do Evangelho”, Vol. 6º pág. 175). Desde que essa Parábola foi conhecida, “talento” passou a significar a qualidade inata e o engenho pas­síveis de serem multiplicados, desenvolvidos. A Mediunidade inata, natural em todos os seres humanos, é uma qualidade que pode ser “multiplicada”, isto é, desenvolvida e, como na parábola tendo sido recebi­da, ser devolvida em dobro ou multiplicada “ao Se­nhor”. Médium, com “M” maiúsculo é pois, aquele ser humano que desenvolve o seu talento mediúnico e, ao fazê-lo, exerce automaticamente uma Missão; torna-se um Missionário. É por isso que a gente costuma dizer do Médium que se dedica com mais Amor ao trabalho mediúnico que “ele é um verdadeiro missionário”.
9 A Missão Básica da nossa Corrente
A Corrente Indiana do Espaço, nome como é conhecida na Espiritualidade, foi formada para a pre­paração do Homem para o III Milênio, assim chamado porque será o 1º Milênio em que a Lei Crística es­tará implantada no Planeta, sem a necessidade da dor Cármica. Essa implantação está sendo feita pela Escola do Caminho do Mestre Jesus. A parte do Sistema Crís­tico atual é essencialmente Doutrinária, e essa Es­cola nos ensina como transmitir uma Doutrina. Quem melhor colocou o problema foi Pai João de Enoch, que diz sempre: “Meus filhos, não basta apenas dar peixes às pessoas; é preciso ensiná-las a pescar”… A Doutrina do Amanhecer ensina a não ter medo do futuro e nos abre as esperanças de realização desde o momento em que entramos em contato com ela, qualquer que seja o tipo de relacionamento. Se uma pessoa chega ao Templo do Amanhecer e é curada, ela percebe claramente que foi pelo fenô­meno do Amor, da Tolerância e da Humildade e não por algum fenômeno que contrariasse a Lei do Planeta. Se o visitante entra e sai do Templo por sim­ples curiosidade, por mais fechada que seja a sua mente, ele já se impregnou da emanação do Templo e sente-se bem. Esse fato e a maneira do funciona­mento do Templo com sua arquitetura, seus símbolos e seu ritual já imprimiram nos seus sentidos uma mensagem doutrinária. Assim acontece com as coisas do Vale e como ele aparece para as pessoas. É lógico e natural que todos o procurem em busca de algum remédio para seus males. O caminho da dor é o caminho natural da atual fase do Planeta Terra. Mas, a dor é apenas um meio, um instrumento de alerta e não basta ape­nas afastá-la para que ela tenha atingido sua finali­dade. Por outro lado, é preciso respeitar o livre arbítrio de seu portador e não é lícito aprisionar o Ho­mem sofrido em conceitos restritos. É certo dar abrigo ao viajante cansado, mas é absurdo querer obrigá-lo a morar com a gente. A missão de nossa Corrente é abrir os olhos dos que nos procuram para seus próprios caminhos e ilu­minar esses caminhos com o máximo de nossas luzes. Essa é a missão da Corrente e nisso consiste a Dou­trina do Amanhecer.
10 Os Reajustes
Para entendermos melhor os quatro itens ante­riores deste fascículo, o problema do psiquismo, da conduta, da missão e das finalidades da Corrente, é preciso que saibamos claramente o que são Reajustes. A partir do instante em que os Espíritos passa­ram a existir e se tornaram Individualidades, suas diferenças lógicas passaram a produzir efeitos. Na des­cida, para nós misteriosa, que os Espíritos empreen­deram, como nos mostra a Estrela de David, suas ações mútuas foram causando efeitos cada vez maio­res uns nos outros. Na presente encarnação, olhando-se as pessoas em seu relacionamento, a gente percebe esse fato claramente. Não há lógica que possa explicar o relaciona­mento entre os Homens, as desigualdades, os amores e os ódios. Por quê uns matam e agridem, odeiam e se revoltam enquanto outros amam e curam? A tentativa de explicar essa realidade pelos atos atuais, é invalidada pela diferença de reações às mes­mas condições e estímulos, fato esse que mostra claramente a existência de causas anteriores, que de­terminam as atitudes atuais. Ora, se os Espíritos tendem a voltar a Deus, con­forme nos mostra o triângulo ascendente da Estrela da David, eles terão que acertar suas diferenças e emparelhar suas Individualidades a um ponto comum de referência. O padrão de referência mais lógico e acessível ao Ser Humano é a face do Sistema Crístico que estabelece um prazo, um tempo determinado para nossa ação no Planeta e, prudentemente, nos fez ignorantes do dia de nossa morte física. Para chegarmos à paz interior, sinônimo de Deus, nós temos que nos reajustar com tudo que nos cerca, começando, naturalmente, pelo que nos é mais próximo, mais intenso, de experiência mais imediata. E assim nós vamos encontrando, nas pessoas e nas coisas que nos cercam, os efeitos das ações que fizemos através dos tempos. Primeiro encontramos a nós mesmos, quando tomamos consciência de nossa situação; somos pobres ou ricos, bonitos ou feios, alegres ou tristes; nascemos numa parte boa ou má do Planeta, temos bons ou maus progenitores, etc., etc. Esse é o primeiro e mais difícil Reajuste. Ao chegarmos ao entendimento, à consciência plena de nossa situação, quando o que moldamos já é irreversível, no tem o e no espaço, somos geralmente tomados de um profundo senso de injustiça e, às vezes, de revolta. Nesse ponto nos encontramos diante do primeiro grande dilema de nossas vidas. Alguns chegam a isso em tenra idade, outros já mais velhos, mas todos, todos os Seres Humanos desta Terra chegam a esse ponto. Você que está lendo este fascículo, seja o juiz e decida se esta afirmativa é verí­dica ou não. A partir daí começa o nosso Reajuste, a retomada da trajetória de nosso Espírito, o aparecimento das dívidas e dos créditos adquiridos em outras encarna­ções. Esses compromissos do passado são represen­tados por credores ou devedores, que tanto podem ser encarnados como desencarnados, “gente” ou Espí­ritos. Na experiência vivida nos Templos do Amanhe­cer, tanto no trato com as milhares de pessoas aten­didas, como nas instruções doutrinárias, conclui-se que a estrutura da vida global do Homem está no plano de reajustes para cada encarnação. O Espírito para reencarnar estuda, junto com seus mentores, um plano de trabalho através do qual po­derá conseguir certa dosagem de evolução, se cum­prir, é claro, o plano traçado. Naturalmente ele po­derá cumpri-lo ou não, uma vez que seu Livre Arbítrio é respeitado em todos os planos, inclusive na esco­lha de sua encarnação. Caro Médium e leitor (Aspirante ou Veterano) desta Corrente: neste ponto de nosso fascículo faremos esta pequena pausa e retomaremos o assunto dos Reajus­tes, por ser ele fundamental para a compreensão da Doutrina do Amanhecer. É o reajuste o ponto crítico, que decide o resultado positivo ou negativo de uma encarnação e é ele também a principal razão da busca religiosa. Para que possamos entender esse aspecto tão Importante da vida em nosso Planeta, vamos toma-lo em sua origem mais próxima de nosso entendimento que é o processo encarnatório.
11 As Energias Cármicas
Para que um espírito possa ocupar um corpo fí­sico e sua respectiva Alma, e com isso formar um Homem, um Ser Humano, entram em jogo múltiplos fatores, alguns dos quais podem ser analisados e compreendidos pela visão científica da vida. Dois Seres Humanos se complementam e dão origem a um terceiro. Ambos são portadores de fa­tores genéticos e, da combinação dos genes fica esta­belecida a estrutura fundamental do novo ser. A partir desse ponto forma-se o feto, cujo sis­tema nervoso e cérebro-espinhal se completam entre o segundo e o terceiro mês de gestação. No terceiro mês o Espírito passa a habitar naquele corpo. Todo o processo está compreendido nas leis que regem os planos físicos e seus complementares Eté­ricos e Astrais do Planeta, até o momento do Espírito aderir ao corpo. Para que isso aconteça entra em jogo um fator extraterreno ou hiperetérico chamado Centelha Divina, Átomo Crístico, etc. Se não existisse esse fator extra-etérico, o fenômeno da vida seria passível de ser controlado pelos Homens. Sem essa Centelha Divina não existe reen­carne, não começa a vida humana, a não ser em ter­mos apenas biológicos. Por isso o ser humano criado em laboratório será apenas um sonho mau, uma pretensão humana sem propósito. O Sistema Crístico na Terra foi organizado para os Espíritos em trânsito e fora dele é impossível, pelo menos até onde alcança a visão espiritual da Doutrina do Amanhecer, o reencarne dos Espíritos. A Centelha Divina é uma energia que mantém a aderência do Espírito ao corpo através do Perispírito. No término da jornada o Espírito volta ao plano alcan­çado, à dimensão que conquistou. A energia da Centelha Divina, impregnada pelas características da vida que foi vivida por aquele Ser Humano, fica na Terra, geralmente junto ao local onde o corpo é desin­tegrado, não importando qual o processo, se enterra­mento, dissolução, cremação, etc. A partir desse ponto a Centelha Divina se transfor­mou em Energia Cármica e permanece nas proximi­dades onde o corpo ficou depois do desencarne. Ela irá passar por transformações lentas, em termos de localização, intensidade e mobilidade, dependendo de como o Espírito que a deixou segue sua evolução. O sucesso ou insucesso de uma encarnação depende muito da maneira como um Espírito manipula as Ener­gias Cármicas.
12 O Percurso de uma Vida
Onze meses antes da reencarnação o Espírito per­corre, acompanhado de seu Mentor, os lugares onde viveu suas várias encarnações. Não se trata exata­mente de uma viagem topográfica, mas, de certa forma, o itinerário é baseado nos pontos magnéticos gerados pelas Energias Cármicas deixadas por ele. Dentro dessas coordenadas ele escolhe o seu plano encarnatório, a começar pela mãe, o pai, os amigos e os inimigos que irá ter. Prevendo as pró­prias vacilações, ele escolhe também um futuro Amigo e Protetor que irá ajudá-lo na penosa experiência. Depois disso ele entra para o chamado sono cul­tural, enquanto o plano é executado pelos Mentores, entrando no jogo os Espíritos encarnados e os desencarnados que irão relacionar-se com ele nessa encar­nação. Isso mostra claramente que o livre arbítrio é que preside todos os atos. Mesmo depois de encarnado, quando esquecido da escolha feita, se ele não quiser aceitar as condições que se impôs, ele pode fugir ao cumprimento do programa. Essa fuga entretanto ape­nas lhe traz mais angústias e transfere os problemas para mais tarde. Mas, o importante é que Deus não tem pressa… E assim, um Ser Humano nasce em determinado lugar, sua família muda-se para outro lugar, ele cresce e viaja para outro lugar e pode acabar sua vida em algum lugar bem distante de onde começou. Acaso? – Não, não existe acaso na vida humana a não ser na aparência sensorial. Atrás de cada acontecimento de nossas vidas, do mais banal ao mais importante, existe sempre um intrincado mecanismo cujo funcio­namento é mais complicado ainda porque muda a cada momento. Essa mudança se opera a cada ins­tante na dependência de nossas decisões. Se a de­cisão é certa, se está de acordo com o programa tra­çado pelo nosso Espírito, o resultado é bom, nos sen­timos em harmonia com o Universo. Se a decisão é errada, com isso contrariamos nosso destino transcendente, sentimos angústias e dor. O Homem é feliz ou infeliz dependendo de como vive e de como estabelece seu sistema de decisões. Naturalmente, a pergunta que essa questão suscita de imediato é: como saber o que está certo e o que está errado? – mas esse é exatamente o enigma da vida, o desafio evolutivo, o preço da autonomia, do Livre Arbítrio. Foi talvez essa questão que levou os sábios da mais remota antigüidade a inscrever nos pés da Esfinge:
“Decifra-me ou te devoro”
E que levou São Francisco de Assis a dizer: “Senhor, dai-me forças para tolerar as coisas que não podem ser mu­dadas; dai-me amor para mudar as coisas que devem ser mudadas e dai-me sabedoria para distinguir umas das outras”. Mas, para sermos bem objetivos, para que pos­samos realmente saber a decisão certa, a Natureza nos deu um mecanismo de percepção que nos per­mite saber qualquer que seja nossa posição no contexto humano – as coisas da Lei no Plano Físico, as coisas da Lei no Plano Psíquico e as coisas da Lei no Plano Espiritual. Normalmente, nós estamos habituados a ouvir a voz de nosso corpo e a voz de nossa Alma, uma vez que seus reclamos são facilmente discerníveis: eu sei quando tenho fome e sei do que gosto ou não gosto. Essas exigências produzem uma pequena dor. Mas temos também que nos acostumar a ouvir a voz de nosso Espírito, pois a falta disso nos produz a grande dor, a verdadeira dor. Perder um corpo é um fator na­tural – não existe corpo eterno; perder a Alma tam­bém é um fator natural – não existe Alma eterna. Mas perder o Espírito, tirar a oportunidade de uma encarnação arduamente conquistada é desafiar a Lei em seu aspecto mais amplo, é fato mais grave e mais doloroso. Por essa razão é que o Grande Mestre Jesus nos deu, de forma clara e adequada, o Sistema Crístico na sua Escola do Caminho, para que pudéssemos ouvir facilmente a voz de nosso Espírito. A propósito é preciso que se diga que o único erro que os exegetas do Cristianismo cometem é de querer interpretar o Evangelho como guia para a Alma e para o corpo; não, Jesus não fala para eles, Jesusfala para o Espírito encarnado. O Evangelho tem um aspecto literal, fatual e psicológico porque ele é transmitido pelos sentidos, mas o próprio Mestreex­plicou aos discípulos quando lhe perguntaram: “Mes­tre, por que é que lhes falas em parábolas?” Respondeu-lhes Jesus: “A vós é dado o compre­ender os do reino do céu; aos outros porém, não é dado. Porque ao que tem dar-se-lhe-á, e terá em abun­dância; mas ao que não tem tirar-se-lhe-á ainda aquilo que possui. Por isso é que lhes falo em forma de parábolas: porque de olhos abertos, não vêem e, de ouvidos abertos, não ouvem, nem compreendem. Assim se há de cumprir neles a profecia de Isaias: Ouvireis e não entendereis; vereis, e não compreen­dereis; porque endurecido está o coração deste povo, tornaram-se moucos os seus ouvidos, e cerraram os olhos: não querem ver com os olhos, nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o, coração, nem converter-se de modo que eu os cure. Ditosos os vossos olhos, porque vêem! E os vossos ouvidos, porque ouvem! Pois em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejariam ver o que vós vedes e não viram; ouvir o que vós ouvis e não ouviram”. (Mateus 13-10/17).



Instruções Práticas para os Médiuns Fascículo 05


ÍNDICE
Item
Assunto
Pág.
-
Índice
1
-
Prefácio do Fascículo V
2
1
Família Cármica e Família Espiritual
3
2
As Almas Gêmeas
5
3
Criatividade e Transformismo
6
4
A Mediunidade como Poder Criativo
7
5
Os Cobradores
8
6
Jesus e os Cobradores
9
1 Família Cármica e Família Espiritual
A maior soma de problemas da atual humanida­de reside nas relações familiares. Muitos são os fatores que determinaram essa situação. Alguns deles residem em conceitos superados, inexeqüíveis à vida atual, ou­tros resultam de motivos econômicos e alguns deri­vam de problemas religiosos. Culpam-se os educa­dores, os pais, os governos, os meios de divulgação, os traficantes de drogas e até mesmo a farmacologia.
Fazem-se análises, formulam-se métodos, mu­dam-se os sistemas e o problema mostra claros sinto­mas de se agravar.
Entretanto a família repousa no mais sólido processo da Natureza, que nenhum artifício conse­guiu ainda superar. Esse fato garante a continuação da sua existência, e nenhum ser Humano foge a essa contingência. Sob o prisma Transcendental, a Família representa o núcleo básico da escolaridade do Planeta e nenhum Espírito pode fugir das suas lições. As dores que isso representa, a começar pelo parto e terminan­do nas ingratidões, nas traições e até mesmo no fratricídio, são as maiores fontes dos reajustes e de oportu­nidades evolutivas dos Espíritos no caminho terreno.
Isso entretanto não significa que tais dores sejam insuperáveis ou que o sofrimento resultante não possa diminuir. Apenas é necessário considerar o fato transcendente e verificar os motivos pelos quais os Espíritos se juntam aqui na Terra.
Fatores transcendentes significam o relaciona­mento de encarnações anteriores entre Espíritos que compõem uma Família atual. É difícil precisar a ori­gem desse entrosamento. O próprio Evangelho é omisso e apenas nos separa a Família Cármica da Espi­ritual com uma frase:
“…E Jesus olhando em torno para os que estavam sentados em roda, disse: eis mi­nha mãe e meus irmãos: pois quem fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe. (Marcos 3: 34/35).
Naturalmente o Mestre quis dar aos circunstantes um sentido abrangente, que tornava parte de sua Família todos que fizessem a “vontade de Deus” ou seja, Espí­ritos integrados conscientemente no processo evolu­tivo, e não somente os que a Ele estavam ligados pela consangüinidade. Mas, ao mesmo tempo, se deduz dessa atitude de Jesus, que os fatores consangüíneos eram apenas circunstanciais, pois todos “que fizessem a vontade de Deus” eram seus parentes também.
Acrescentemos ao episódio o fato natural, de que os membros de uma Família tendem naturalmen­te a deixá-la, formar outras famílias e miscigenar o seu sangue, numa cadeia quase infinita que acaba por terminar a Humanidade sendo uma série de grandes Famí­lias e por último uma só.
Disso se conclui que existem dois aspectos fun­damentais de agrupamento dos Espíritos em trânsito na Terra: um de origem biológica, consangüínea e outro de origem Espiritual de sintonia, de afinidade.
Assim, nós podemos, com certa segurança, de­terminar os aspectos Cármicos nas relações entre membros da mesma Família, pela ausência de sintonia Espiritual. A sintonia resulta no Amor, no Afeto Incon­dicional e sua ausência produz o ódio ou a indiferen­ça. Quando a ausência de sintonia predomina em todo o conjunto familiar, a gente pode defini-la como uma Família Cármica. Nesse caso esses Espíritos se juntaram apenas no propósito de se evoluírem, uns ás custas dos outros, cobrando ou pagando dívidas de encarnações anteriores. Como essas dívidas pregressas são limitadas, episódios avulsos e às vezes apenas fortuitos, terminado o reajuste acaba também a razão daquela união.
Ao contrário, quando os Espíritos se reúnem por afinidade, sintonizando na mesma onda vibratória, a união é duradoura e continua após o desencarne. Nesse caso o núcleo familiar serve como a base para a ação dos Espíritos que o compõem.
Como cada Espí­rito tem seus compromissos individuais, ele pode perfeitamente ter Carmas com Espíritos de outras famí­lias e se reajustar, sem necessariamente constituir com eles famílias consangüíneas.
Como conclusão prática de todas essas observa­ções e, vendo a vida como ela é no quotidiano, a gen­te verifica que, quando as dissenções e as lutas exis­tem no seio de uma Família, ela é uma Família Cármica; quando ao contrário não existe luta interna, os membros se amam, mesmo que cada um deles tenha sua luta Cármica externa, ela é uma Família Espi­ritual.
Pode acontecer, e acontece com freqüência, que na mesma Família existam Espíritos afins e outros que se juntaram apenas pelo Carma. Esse é o caso mais comum em nossa Humanidade atual e explica as cons­tantes dissoluções e reagrupamentos de parcelas da mesma Família.
Uma coisa porém é sempre certa e verificável: os laços de sangue não garantem a afinidade nem a sintonia.
Outra conclusão que se tira, é que o problema familiar deve ser olhado de maneira mais abrangente, evitando-se sempre o julgamento das ações individuais, tomando-se por base a Família Carnal e dando-se a ela uma suposta sanção divina. É lógico que tudo que acontece na face da Terra tem um sentido de escolaridade que leva sempre à evolução dos Espíritos. Mas o mesmo fazem as doenças, as dores, os desatinos humanos e os erros cometidos durante a trajetória terrena dos espíritos.
Mas, assim como nin­guém jamais pensaria que uma pessoa deva ser sempre doente ou persistir no erro, é absurdo pensar que alguém deva permanecer num contexto familiar, se ele de plena consciência terminou seu reajuste. O problema é de foro íntimo e não de julgamento por um padrão social de referência. Padrões são feitos pelos Seres Humanos, variando no tempo e na geogra­fia e não por Deus.
Em uma de suas Aulas, Tia Neiva nos contou a história de uma Família, publicada em um folheto sob o título de “O homem de dois mundos” que ilus­tra bem esse fato.
2 As Almas Gêmeas
Ninguém neste Planeta sabe como e nem quando os Espíritos foram criados. A idéia mais aproximada que temos desse fato é que os Espíritos são Partículas Divinas, par­tes de Deus Individualizadas, isto é, com característi­cas próprias e Livre Arbítrio relativo à sua trajetória terrena.
Sabemos também que na caminhada planetária, os Espíritos seguem uma Lei Universal que os caracteri­zam como homens ou mulheres.
Também não sabemos quando isso começou, embora existam suposições que, em certa época deste Planeta, na região Africana, não existiram homens e mulheres mas apenas um tipo de Ser Humano que reuniria em si as características de ambos os sexos, os “andróginos”.
Mais tarde, segundo a mitologia grega, os Deuses teriam nos separado e passado a exis­tir os dois sexos complementares um do outro.
A mesma idéia existe na mitologia Hebraica, na qual Deus teria criado o homem e depois dele tirado uma parte com a qual fez a mulher, primeiro Adão, depois Eva. A mesma idéia é encontrada em outras mitologias, o que faz supor de forma relativa­mente aceitável que os Espíritos, para poderem apro­veitar melhor sua permanência na Terra, seriam obrigados a se dividir em dois, duas partes complementares.
Naturalmente isso teria que suceder em obediên­cia à Lei da Terra, em que tudo é duplo e bipolar, po­sitivo e negativo, branco e preto.
Tomada por base a idéia de um Espírito dividir-se em dois, formando o Espírito de uma mulher e de um homem e, se considerando que cada um deles se tornaria um Espírito com seu Livre Arbítrio, às vezes seguindo caminhos diferentes, teríamos a explicação de uma afinidade específica daqueles dois Espíritos, ligados na Origem, cuja sintonia formaria o que hoje chamamos de “Almas Gêmeas”.
Ambos estariam percorrendo, através dos Milê­nios, a descida Involutiva e a subida Evolutiva. Nem sempre porém os dois estariam juntos, e muitas vezes, nas várias encarnações, eles se ligariam com outros Espíritos, formariam Carmas, amariam outros e, nos encontros eventuais, poderiam estar em posições evo­lutivas ou Planos diferentes.
Mas, quaisquer que fossem os tipos de encarna­ções que ambos estivessem, sentiriam sempre imensa saudade um do outro e a sensação de serem incomple­tos. Talvez seja essa a origem da eterna busca do Amor de todos os Seres Humanos e a motivação básica da junção com o Divino. Não temos meios de penetrar na Mente Divina e perscrutar os misteriosos desígnios do Criador, mas, o mecanismo das “Almas Gêmeas” é um poderoso incentivo para o retorno “às ori­gens”, ao seio do que é completo, a garantia de que um dia os Espíritos voltarão ao seio da Divindade.
3 Criatividade e transformismo
O homem na Terra decide a cada momento de sua vida com base em duas opções básicas: “Criativi­dade” ou “Transformismo”.
O conjunto Corpo – Alma é transformista.
O Espírito é criativo.
Transformar significa mudar a forma. Para mudar a forma de alguma coisa é necessário haver a força que manipule energias. O Corpo e a Alma manipu­lam Energias da Terra. A Energia da Terra é ilimitada, mas restrita pela lei da conservação das energias. Sen­do controlada, se ela é tirada, ela produziu um supér­fluo, ou seja, nesse lugar existe energia a mais. Esse fato gera o desequilíbrio e a Lei exige o reequilibro. Tudo que existe no Planeta Terra é vivo e busca uma compensação energética. Os dois extremos dessa situação chamam-se “Vida” e “Morte”.
Vida é a força de obtenção de energias. Morte é a perda da força para obtenção de energias. Vida é algo com determinada forma, mantida por certa quantidade de energia. Morte é ausência de forma, resultante da ausência de energia.
Os seres e as coisas obtêm suas energias da Terra a que estão submissos pela Lei da Terra. A Terra por sua vez obtém suas energias do Sol. Como a base do Sistema Terráqueo é a bi-polaridade, o Satélite Lua atua como o polo negativo. Logo a Terra é alimentada pelas energias do Sol e da Lua. Como essas energias são limitadas pela Lei do Sistema Solar, a vida na Terra é condicionada a esse sistema. Todas essas considerações são resumidas num velho ditado da Ciência:
“Na­da se perde e nada se cria, tudo se transforma”
O homem-animal, apenas psicofísico, é submisso a essa lei e, seria apenas isso se não fosse portador de um Espírito.
O Espírito, e só o Espírito, é criativo porque transcende a Lei da Terra, vem de outro mundo. Na Doutrina do Amanhecer esse outro mundo é o Con­junto Planetário que chamamos Capela. Também o chamamos de “Planeta Mãe”, “Planeta de Origem” “Mundo de onde viemos”, “Mundo Divino” etc. Mas, na verdade ao nosso alcance, ele é apenas o “lugar de onde veio o nosso Espírito”.
Só que esse “lugar” é o “além” a outra Dimen­são, a Dimensão do Espírito. Se ele existiu antes de vir à Terra, continuará a existir depois, é evidente que a energia que o alimenta não é da Terra. Mas, ao encarnar e se submeter às condições da Terra ele perde o contato com sua fonte de energias, até que conscientize o ser que habita e o “espiritualize”.
Rudimentarmente podemos comparar, a situa­ção de um Espírito encarnado, com a de um mergulhador equipado, um “homem rã” ao mergu­lhar. Ele trás sua provisão de oxigênio e a roupa que o aquece. Usa um visor para proteger os olhos e as nadadeiras para se movimentar. Por alguns minutos e até horas, ele tem as condições semelhantes aos ha­bitantes aquáticos. Mas, chega o momento em que ele terá que se lembrar de sua condição de Homem e re­tornar à superfície.
Os peixes se alimentam de energia do mar; o mergulhador se alimenta das energias de superfície. Enquanto ele não mergulha ele tem todo ar à sua dis­posição. Depois do mergulho ele só tem o ar que leva consigo. O percurso de um nadador submarino é maior ou menor, mais eficiente ou menos eficiente, na proporção em que ele saiba aproveitar melhor o seu equipamento.
Os habitantes do mar nada criam, apenas trans­formam. Um mergulhador tem possibilidade de criar algo no mundo submarino. Os animais e as coisas da Terra nada “criam”, apenas transformam. Um Espírito encarnado pode criar, modificar a situação da Terra. Naturalmente, tanto no caso do mergulhador como do Espírito, o poder criativo é relativo ao seu equipa­mento e seus propósitos.
4 A Mediunidade como Poder Criativo
Dissemos acima que o Espírito ao encarnar se submete às leis da Terra, fica sujeito ao jogo de energia do mundo psícofísico, embora tenha seu pró­prio suprimento de energias, do seu mundo de origem.
Essa situação permanece enquanto o centro consciencional, o Eu onde são tomadas as decisões, não toma conhecimento da existência do Espírito.
Isso não tem possibilidade de acontecer na primeira fase da existência, enquanto a vida do Ser Humano é centralizada nos processos vegetativos, do momento em que é gerado até o terceiro mês da ges­tação. Nesse período o Espírito apenas adere ao cor­po, mediante uma energia coesiva chamada “Fagulha Divina”.
O Espírito vem de um longo sono, uma espécie de hibernação espiritual, o chamado “Sono Cultural”. Depois do terceiro mês ele vai despertando, na proporção em que aperfeiçoa seus sentidos terrenos. Depois, a criança nasce, desenvolve seus sistemas sensoriais e acumula informações. Com isso forma o seu corpo e sua Alma manipulando as energias da Terra. Esse processo é mais ou menos uniforme até os 14 anos de idade. A partir desse ponto o Espírito já se firmou naquela personalidade e o Ser Humano começa a receber as energias de além da Terra, as Energias do Espírito.
Assim como, para a adesão do Espírito ao corpo, foi necessária a existência da energia chamada “Fagulha Divina”, também nessa etapa surge um tipo de energia que estabelece o contato entre o conjunto psicofísico e o Espírito, a energia Mediúnica.
Depois dos 14 anos o Eu começa a registrar os fatos de seu Espírito com mais nitidez e, como na pri­meira fase da vida, o processo segue um ritmo de crescimento que culmina nos 21 anos, idade em que o Ser Humano adquire plena consciência. A partir dai ele começa a decidir os rumos da sua existência com todos os fatores presentes na consciência: a voz do corpo, a voz da Alma e a voz do Espírito.
Até então seus laços Cármicos estão definidos e ele já tem sua rota traçada, pouca coisa restando que pode ser mudada. O resto do caminho ele terá que en­frentar com aquela personalidade, ou seja, com aquele corpo e aquela Alma. Naturalmente esse panorama não é cronologicamente exato. Ele varia de indivíduo para indivíduo, sexo, condições sociais, etc.
Se ele usar a sua Força Mediúnica a seu favor poderá imprimir uma direção diferente ao seu destino Cármico. Tudo irá depender de como usar as energias do seu Espírito.
As leis não podem ser desrespeitadas, mas as dores podem ser suavizadas e o sofrimento ser menor. A Mediunidade é a energia que permite tornar a vida mais criativa e até mesmo modificar o Carma.
5 Os Cobradores
“Tendes ouvido o que foi dito aos antigos: Não matarás, e quem matar será réu em juízo. Eu, porém, vos digo que todo homem que se irar contra seu irmão será réu em juízo; e quem chamar a seu irmão “insensato” será réu diante do conselho; e quem o apelidar de “Raca” será réu do fogo do inferno. Se, por conseguinte, estiveres ante o altar para apresentar tua oferen­da, e te lembrares de que teu irmão tem queixa de ti, deixa tua oferenda ao pé do altar e vai re­conciliar-te primeiro com teu irmão; e depois vem oferecer o teu sacrifício.
Não hesites em fazer as pazes com o teu adversá­rio, enquanto estiveres em caminho com ele, para que não te vá entregar ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial da justiça, e sejas lançado no cárcere. Em verdade, te digo que daí não sairás enquanto não houveres pago o último vintém” (Mateus, 5, 21-26)
Mãe Yara, a Mentora dos Doutrinadores dos Templos do Amanhecer, nos ensina, que até mesmo uma mistificação pode ser transformada num fato positivo e aproveitável. Nós podemos completar essa lição afirmando, sem medo de errar, que tudo depende de nossa criatividade, de nossa capacidade em tratar as situações de nossa vida iluminados pelo nosso Espírito e sabendo utilizar as energias que ele coloca à nossa disposição.
“Cobrador” é a palavra mais usada e abusada nos meios Mediúnicos. Qualquer situação de atrito que se apresente, em que alguém faça algo que nos desagrade, nós temos a tendência de logo julgar que se trate de um Cobrador Espiritual. Essa generalização é realmente perigosa e pode nos deixar desprevenidos para quando nos encontrarmos com os nossos reais cobradores.
Na verdade “cobrador” é somente aquele Espí­rito a quem nós causamos algum prejuízo deliberadamente e segundo o juízo desse mesmo Espírito. Por esse motivo é que em todas as práticas nos Templos do Amanhecer a gente se refere “àqueles que se di­zem nossos inimigos”, e não “àqueles que são nossos inimigos”.
No emaranhado das relações entre os Espíritos na Terra, na luta pela vida, na agressividade compulsó­ria a que o sistema da Terra nos obriga, é difícil, senão impossível, saber-se quando estamos fazendo um inimigo, a menos que a gente tenha plena consci­ência espiritual de nossos atos. A simples consciência anímica ou física, ou seja a violação do jogo de prin­cípios, costumes e normas vigentes no meio em que vivemos, só irá se constituir em cobrança se o ofendido assim considerar.
Mesmo assim é muito difícil de se conceituar os atos nos quais nós realmente encontramos ou fazemos um cobrador.
Aliás não são os atos que caracterizam a cobrança mas sim o tipo de reação que se passa entre as pessoas quando se encontram. A maioria dos atritos são dissolvidos, pelo próprio sistema humano de ação e reação, sem deixar maiores problemas.
Depois dessa ligeira análise e, com base na expe­riência quotidiana no atendimento do Vale do Ama­nhecer, chega-se à conclusão que “cobrador” mesmo é o Espírito que vem ao nosso encontro “pela Bênção de Deus”, como sempre se expressou Nossa Mãe Clarividente, isto é, aquele que está programado para essa Encarnação, cujo enredo estamos vivendo, porque assim quisemos conscientemente antes de chegarmos à Terra.
Há ainda que distinguir quando o Cobrador é encarnado ou não. Se for desencarnado ele poderá ser um Elítrio, obsessor ou alguma outra das várias condições que nossas antigas vitimas se apresentam para nos cobrar.
6 Jesus e os Cobradores
Esse problema é tão fundamental em nossa vida, que o Mestre dedicou a ele uma boa parte de sua Dou­trina. Em Mateus 5 ele nos aconselha a não zombar de nosso próximo e procurar sempre a reconciliação, antes de oferecer os serviços a Deus.
Mas, quando Ele diz, que não devemos hesitar em fazer a paz com o adversário, enquanto estivermos em caminho com ele, Ele é categórico e, em poucas palavras define toda a situação dos Espíritos Encarna­dos na Terra.
O principal objetivo de nossas reencarnações são os nossos reajustes. Para que o Espírito aceite essas situações desagradáveis, e saiba que na condição de encarnado, ele só compreende o aconte­cimento se as condições forem semelhantes. Por isso o Cobrador é colocado em nosso caminho, para que possamos percorrer com ele a mesma estrada, sentir as mesmas dificuldades, numa espécie de reavivamento da memória do Espírito.
Mas, se ele não perceber a situação, não entender que os motivos da cobrança não se referem a esta etapa, mas resultam de males causados anteriormen­te ao Espírito que o persegue, ele pode perder a opor­tunidade encarnatória e com isso não se libertar do seu Carma. Essa é a principal preocupação de Jesus ao exortar o reajuste como algo importante de nossas vidas.
Sem dúvida muita coisa pode ser resolvida, em termos de débitos Cármicos, com nossa “oferenda” isto é, com nosso Trabalho Mediúnico, com a prática da caridade e do amor ao próximo. Mas essa oferenda não tem validade para nosso Cobrador. Dele rouba­mos uma energia especifica e ele só se sente “vinga­do” quando vê o seu devedor “castigado” da mesma forma que ele foi injuriado. Por isso é feita uma ence­nação semelhante àquelas reconstituições de crimes, que a polícia faz quando quer provar a culpa do criminoso.
É por esse prisma que o Médium deverá procurar entender os fatos atuais que lhe acontecem, apesar de sua dedicação ao trabalho e seu propósito de servir a Deus.
A Lei terá que ser cumprida até o último ceitil e Jesus foi muito claro quando dissse
“Não julgueis que vim abolir a lei e os profetas; não os vim abolir mas levar à perfeição; pois em verdade vos digo que enquanto não passarem o céu e a terra, não passará um jota nem um ápice sequer da lei até que tudo chegue à perfeição” (Mateus 5: 17-18).
Com isso nós temos a garantia de que, enquanto existir uma conta a ser acertada, existirão o céu e a terra para proporcionar condições para esse acerto. Por outro lado, a adesão à Escola do Caminho não isenta o aluno do cumprimento daquilo que é fun­damental; seu reajuste com a Lei do Carma.




Instruções Práticas para os Médiuns Fascículo 06

ÍNDICE
Item
Assunto
Pág.
-
Índice
1
-
Prefácio do Fascículo V
2
1
Humahan
3
2
O Sol Interior
4
3
O Sistema Coronário
5
4
O Plexo Físico
5
5
O Micro-Plexo
6
6
O Plexo Etérico
7
7
O Sistema Planetário Humano
7
8
O Neutrôm
9

1 Humahan
Humahan (pronuncia-se u-ma-rã) é um velho Monge Tibetano que viveu no Tibet quando Tia Neiva estava sendo preparada para a Missão. Em sua companhia viveram alguns poucos Monges, em sua maioria velhos remanescentes de uma teocracia em fase de extinção.
Sabemos muito pouco de como viveram, a não ser o fato de que ele e seus companheiros tiveram pouco contato com o mundo exterior e estavam fora do alcance dos atuais dominadores chineses desse antigo País.
Os chineses invadiram o Tibet em 1959 e o Dalai Lhama de então refugiou-se na índia onde ainda vive. Os invasores empossaram outro Dalai e implantaram o regime da China atual no País.
Em 1959, quando a Clarividente Neiva já havia fundado a UESB (União Espiritualista Seta Branca) na Serra do Ouro, ela já havia aceito sua Clarividência e se achava preparada para receber os ensinamentos para sua missão.
Certa vez ela queixou-se a Pai Seta Branca de sua ignorância e ele prometeu-lhe um Mestre, tão logo ela estivesse senhora das técnicas do transporte, nas modalidades de nossa Corrente.
Certo dia ela adormeceu, foi transportada para o Tibet e, quando deu conta de si, estava sentada dian­te de um velho Monge de aspecto estranho, olhos pu­xados como dos chineses e uma barbinha rala que des­cia do queixo esmaecido.
No mesmo instante em que se conscientizou do acontecido ela se viu claramente em sua casa na UESB, velada por Mãe Nenêm. Para sua surpresa ele falava em português e lhe explicou a finalidade de sua vinda. Era o Mestre prometido por Pai Seta Branca.
Ela teria que comparecer ás aulas todos os dias e o “Curso” iria durar cerca de cinco anos. Durante esse tempo ela teria que se abster de remédios e, muito provavelmente ela iria adoecer, o que de fato aconteceu.
O “Curso” realmente durou cinco anos. Ao fim desse tempo ela estava tuberculosa e acabou sendo le­vada em estado de semi-coma para um sanatório em Belo Horizonte. Lá ela ficou cerca de três meses e saiu com as deficiências respiratórias que a afetaram até seu desencarne.
Mas, ela realmente havia aprendido a “Lição”!
Seu Espírito Espartano havia se ligado às suas ori­gens e ela estava então em condições de transmitir a mensagem do Amanhecer e formar o Doutrinador.
Humahan continuou a envelhecer e a lhe dar as­sistência, sempre esperançoso de sua missão junto à Neiva terminar e ele poder embarcar para sua origem.
Embora Tia Neiva soubesse todo o necessário para ser transmitido aos Mestres, Humarran a assistia na parte prática, manifestando-se no seu aparelho, fazendo filosofias da Doutrina do Amanhecer e até mesmo dando assistência Espiritual à Tia Neiva e aos Mestres que com ela tratavam mais diretamente.
Dizia ele que a vida no Tibet estava cada vez mais difícil para ele e seus companheiros e que invejava a nossa posição de Jaguares, cuja missão tem o dinamismo do contato direto com a Humanidade; ele para “exercer” sua missão teve que aguardar essa oportunidade que só se apresentou no fim de sua vida física e nessas difíceis condições. No seu filosofar essa queixa encer­rava certa censura ao sistema monástico e à clausura.
Tia Neiva ocupou uma das mais difíceis posições na Missão do Amanhecer, uma vez que teve que apresen­tar sua ação no plano dos encarnados e dos desencarnados em plena consciência; Humahan participou mais ou menos nas suas condições, mas com a desvantagem de ter um corpo velho e aprisionado nas montanhas tibetanas.

2 O Sol Interior
Uma das unidades de vida mais completa e mais complexa do Planeta Terra é o Homem. Nessa condição ele é também a condensação máxima das energias universais, das forças do Universo manifestadas na Terra, num ser consciente.
Condensação, que pode também ser chamada concentração, produz magnetismo e, isso significa capacidade de atração ou de repulsão, conforme as energias se colocam ou são colocadas.
Assim, cada Homem, cada Ser Humano é uma potente usina de recepção e de emissão de energias. Receber e emitir são a função mais fundamental do Ho­mem.
Energias em movimento chamam-se forças.
As forças universais na Terra se manifestam, são perceptíveis, em três posições diferentes: anion, cation e neutron: anion é uma energia positivada, cation uma energia negativada e neutron uma energia neutra em movimento entre o anion e o cation. Esse é o princi­pio básico do átomo o qual, naturalmente, é muito mais complicado que esta síntese simplificada. O importan­te para nosso entendimento doutrinário é a sua mecânica, isto é, a maneira como as energias operam, ou então, para maior clareza, como as forças se mani­festam.
Também, para sermos mais explícitos doutrinariamente, devemos saber que esses “impulsos” das energias partem de dois pólos conhecidos: o Sol e a Lua.
Esse fenômeno acontece tanto no infinitamente pequeno (micro-cosmo), como no infinitamente gran­de (macro-cosmo). A palavra “cosmo” é um “abrasileiramento” da palavra grega “kósmos” que quer dizer “Universo”.
Filosoficamente poderemos dizer que os micro­cosmos são as unidades mínimas e os macrocosmos as unidades máximas, relativas e geometricamente dispostas, num sentido do menos infinito para o mais infinito e vice versa.
Com base nesses elementos para a formação da idéia vamos agora ao nosso “Sol Interior”.
No íntimo de cada Ser Humano, situado na re­gião do Plexo Solar, na área do umbigo, existem três esferas, umas girando sobre as outras, que formam o Sistema Coronário ou Centro Coronário. Essas esfe­ras não são físicas, isto é, não são formadas de teci­dos ou de qualquer substância palpável.
Desse Centro Coronário partem sete raios de energia ou sete forças que se distribuem pelo orga­nismo. Cada um desses “raios” termina num ponto do corpo. Nesse ponto o “raio coronário” forma um centro de Emissão e recepção de energias. Esse “cen­tro” se chama “Chacra” e sua função é a recepção e distribuição de energias pelo corpo.
Tanto o Centro Coronário como os Chacras re­pousam no plano físico, sobre o sistema nervoso. Assim, no plano físico nós temos o Plexo Solar e os vários plexos; no Plano Etérico do corpo nós temos o Centro Coronário e os Chacras, o mesmo sistema em dois planos diferentes.

3 O Sistema Coronário
O Sistema Coronário é o Centro Vital do Ser Humano, a estação receptora e emissora das energias. É composto de três esferas que funcionam umas so­bre as outras: uma no plano físico, “plexo físico”, outra no plano psíquico, “micro plexo” e outra no plano etérico, “plexo etérico”. Essas três expressões representam o corpo, a Alma e o Espírito.
Temos assim três planos vibratórios diferentes, três maneiras do “Sopro Divino”, do “Verbo” se mani­festar na Terra.
Cada um desses planos é regido pela sua Lei den­tro de uma relativa autonomia. Na descrição do fun­cionamento de cada um vai se percebendo o relacionamento dos três planos. Esses acabam por formar uma unidade composta de três elementos diferencia­dos, que olhados sob o ponto de vista Iniciático cons­tituem o mistério do “Trino”, “Tríade” ou “Trindade”.
4 O Plexo Físico
O Plexo Físico ou Esfera Coronária Física cons­titui o Centro Vital onde as energias pré-existentes na Terra são assimiladas, transformadas e distribuídas. Falamos aqui de um sistema energético mais sutil e com­plexo do que o sistema de alimentação. Neste o ali­mento é ingerido, digerido e acaba por se transformar em nutrimento. Este é absorvido pelas paredes intes­tinais e entra na corrente sangüínea. O sangue por sua vez recebe alimentação do sistema respiratório e circula controlado pela tônica cardíaca. Essa “tônica” vem da Esfera Coronária Física, através do “Plexo Cardíaco”.
Temos assim dois pontos distintos de suprimento energético: o alimento físico, molecular, que vem da transformação da matéria (pela alimentação do sistema digestivo e do sistema respiratório) e o suprimento energético que vem do Plexo Físico através da corrente nervosa.
Este “alimento” diferencia-se do nutrimento (resultante da ingestão da comida e do ar) pelo fato de possuir energias de outra natureza em fusão, isto é, fundidas com energias da alma e do Espírito. É por isso que ele é chamado de “centro vital”.
Sem esse sistema existe apenas vida vegetativa, simples vida animal, vida “presente”, sem passado e sem futuro. Na Esfera Coronária Física são registra­dos todos os fatos da existência, as heranças genéti­cas, as resultantes Cármicas, as atuações da Alma e as elaborações do Espírito.
Essa é a razão pela qual o coração é chamado de sede do sentimento, uma vez que é através do Plexo Cardíaco e do “Chacra” correspondente que as coisas da vida são comunicadas e sentidas à revelia da cons­ciência sensorial. Voltaremos a falar nisso quando ex­plicarmos a diferença entre as emanações mentais e as emanações “mentais-fluídicas”. Quando falamos, aqui no Vale do Amanhecer, que temos por obrigação de cuidar de nossa vida física, de nosso corpo, não esta­mos, é evidente, falando apenas da vida animal, mas sim de algo mais sutil e mais complexo; estamos fa­lando do “centro vital” cujo equilíbrio não depende apenas de alimento, respiração e exercícios. Ele de­pende da compreensão de nós mesmos, de nossas ori­gens, de nossa programação Cármica, de nossos pensa­mentos e da inteligência que empregarmos em nossa vivência. Cuidar do corpo compreendendo esses fato­res é viver em função do Espírito e da “vida global”, não apenas da “vida da matéria”.
O Plexo Físico (Esfera Coronária Física) é sepa­rado e mantém sua interdependência do Plexo Eté­rico (Macro-Plexo) pela existência, entre os dois, do Micro Plexo que é a sede da alma.

5 O Micro-Plexo
A segunda Esfera Coronária constitui o Micro Plexo que comanda as funções da alma (a “psyquê” dos gregos). Não se pode estabelecer uma escala de importância das partes que constituem o Homem. A Alma não pode existir sem um corpo, seja ele de natu­reza densa (da superfície da Terra) ou de natureza Etérica (dos planos sutis da mesma Terra). Devemos olhar a diferença em termos de funções. A função do Plexo Físico é propiciar a existência no plano Físico da Terra e agir como intermediário entre ela e o Ho­mem.
A função do Micro Plexo é de absorver, assimilar e emitir as energias dos dois planos, o do Espírito e do corpo. Em linguagem Iniciática o Micro Plexo é o “Neutrôm”, cujas funções são similares (mas não iguais) ao Neutron do Átomo. Em termos puramente atômicos são partículas que “caminham” entre o Anion e o Cation, aumentando ou diminuindo a positividade ou a negatividade de cada um desses pólos.
O Neutrôm (neu-trôm, com acento tônico na úl­tima sílaba) atua com base em duas forças, a força “centrípeta” (da periferia para o centro) e “centrífu­ga” (do centro para a periferia). Ele “pulsa” dentro de limites esféricos de um lado o Plexo Físico e de outro o Macro Plexo (um embaixo e outro em cima), se alimenta dos dois e, ao mesmo tempo, os alimenta. O Micro Plexo obedece às leis mais sutis, um plano mais vibrátil do que o Plexo Físico. Ele comanda a percepção e a comunicação do Homem. Enquanto o corpo é limitado no tempo e no espaço, pelas leis da matéria física, a Alma age dentro de limites mais am­plos no tempo e no espaço.
É a alma que vai em busca dos desejos e da satis­fação dos anseios, que emite e recebe as vibrações, que influencia e é influenciada pelas mentes, que alimenta e é alimentada pela inteligência. A mais impor­tante de suas funções é receber os eflúvios do Plano Espiritual e levar a personalidade a agir de acordo com as leis transcendentes. Por causa dessa função ampla e quase ilimitada é que a Alma se confunde com o Espírito.

6 O Plexo Etérico
A Esfera Coronária do Espírito é o instrumento do Espírito para sua ação no Homem. Nossa mente não tem possibilidade de conhecer o Espírito na sua essência. Para se tornar perceptível e cognoscível o Espírito se reveste de energias. Essas energias conden­sadas a um certo ponto dão a ele uma forma, uma aparência. Mesmo assim essa forma ou aparência não é perceptível pelos sentidos físicos. Mesmo dentro dos processos da vidência ou da materialização o que é visto não é o Espírito, mas sim o seu “Exterior”, a maneira como ele se apresenta. Por isso o Espírito na Terra é chamado de “Perispírito”.
A ação do Perispírito se faz sobre a Alma e através dela. A Alma busca as coisas no Perispírito e emite no plano horizontal. Por isso a Alma não cria, apenas transforma o que já está criado. Por esse axioma se deduz que o ato de criar é apenas o ato de perceber através da Alma as coisas que o Espírito traz. A Alma é dimensionada e limitada pelo Neutrôm; o Espírito ultrapassa as barreiras do Neutrôm e busca no ultra-som, na ultra-luz e na ultra-matéria as coisas que o alimentam e alimentam o Homem.
Entretanto é preciso entender com clareza que o Perispírito é o Espírito aprisionado na situação de “encarnado”. Esta posição foi aceita por ele deliberadamente, pelos seus compromissos com a Lei de Causa e Efeito, ou “Carma”. Essa é uma situação de “prova”, de “teste” através da qual ele terá que obter sua evolução. Sendo assim, embora recebendo o ali­mento do seu próprio “plano evolutivo”, isto é, o grau evolutivo conquistado por ele até o presente, ele será influenciado pela sua Alma e seu corpo. A maneira como ele irá receber as decisões de sua Alma é que irão determinar o bom ou mau aproveitamento da situação de encarnado.
As provas foram escolhidas por ele e a aprovação ou reprovação, quando essas provas se efetivam, de­pendem dele. Nisso reside a verdade do “Livre Arbítrio” cuja vigência começou desde que o Espírito se ma­triculou na Escola Planetária. Se por um lado é difí­cil saber como esse percurso começou, por outro é relativamente fácil de se entender o porquê dos “Es­píritos a caminho”.
Na Terra o Espírito terá que percorrer sua es­trada com seus veículos físicos ou Etéricos. Mesmo depois de desencarnado ele está sujeito às leis desses planos. Quando o percurso terminar isso significa que ele estará “Santificado”, isto é, ele será então um “Espírito de Luz”.

7 O Sistema Planetário Humano
As Esferas Coronárias trabalham, umas sobre as outras, governadas pelo Eixo Solar de nossa natureza.
Chama-se “Sistema Planetário Humano”, pela seme­lhança que apresenta com o Sistema Solar, em que os corpos celestes gravitam em torno do Sol. O Eixo Solar do Ser Humano é uma espiral de energias que atua de forma perpendicular sobre a cabe­ça do Homem. Temos assim caracterizado cada Ser Humano como um “Sistema” particularizado e individual, governado por algo específico de si mesmo – seu Ei­xo Solar. Esse assunto será melhor explicado quando falarmos, nos capítulos seguintes, das “origens”.
Assim como o Sistema Planetário do qual faz parte a Terra, chamado Sistema Solar, está em per­pétuo movimento – estável mas não estático – assim também o Sistema Planetário Humano se move con­tinuamente no âmbito de sua Orbe Terrestre.
O Ser Humano, encarnado ou desencarnado, es­tá sempre sofrendo alterações em suas esferas coroná­rias, uma vez que o Espírito nunca para sua evolução. Ele (o Espírito) está sempre modificando e reno­vando seus instrumentos e os altera para combiná-los, conforme os mundos e suas diferentes matérias. Ele não cria essas matérias mas apenas utiliza o que já está criado.
Nós nos aprimoramos ou nos degradamos de acordo com a sintonia mental em que nos colocamos, pois somos preparados nos Planos Espirituais. Con­forme o tipo de sintonia nós estabelecemos o tipo de ação, construtiva ou destrutiva, sempre ligados às nossas heranças, nossas raízes. Há Espíritos que vêm como instrumentos construtivos, outros destrutivos, conforme as linhas Cármicas e as sintonias específicas que eles produzem.
Os “mundos” de onde saímos para a Terra nos dão sua orientação e nos preparam para a tarefa na Terra, sempre no sentido da evolução. Onde quer que estejamos sentimos em Deus esta sintonia universal.
A matéria de que os Espíritos se utilizam não organiza, ela é organizada. Sua função deriva de uma modalidade de energia esparsa que é atraída conforme a função, e por isso também. Por isso os nossos elementos no plano físi­co chegam a ultrapassar as barreiras do Neutrôm, con­forme a função e conforme a formação de nosso Sistema Plane­tário.
As junções ou injunções de energias que se fun­dem no Plexo Físico é que alimentam o Neutrôm. Es­te (o Neutrôm) forma uma nebulosa (uma espécie de nuvem com limites), controlada pela força da gra­vidade que o pressiona em toda sua periferia fazen­do sua substância se dirigir para o centro da esfera.
Isso provoca um movimento circular que vai paulatinamente modificando sua forma. Esse movi­mento toma um sentido mais ou menos espiralado, que acompanha o movimento circular giratório deno­minado “Proteção de Deus”. A lei de ação e reação provoca o movimento contrário tornando a “Proteção de Deus” centrípeta e centrifuga ao mesmo tempo. O Neutrôm pulsa se contraindo e descontraindo como se fosse um coração esfereoidal.
A Força Centrípeta reúne as energias e fluidos ectoplasmáticos no Centro Coronário. A Força Centrí­fuga afasta e emite numa faixa horizontal, as energias conforme o comando de nosso Eixo Solar.

8 O Neutrôm
Até este item temos falado Sol Interior procu­rando dar uma idéia generalizada de sua estrutura e de seu mecanismo. Omitimos até agora detalhes, que só poderão ser entendidos se forem descritos, no seu relacionamento com outros aspectos do Homem e do Universo. Isso será feito na medida em que formos desenvolvendo os outros itens desta Doutrina Iniciática.
Cremos que facilitará o entendimento de nos­sos Mestres saber que o organismo físico, o corpo hu­mano, é em tudo uma reprodução do Corpo Etérico, também chamado Corpo Fluídico. Por esse motivo às vezes a mesma linguagem é empregada para designar aspectos de um ou de outro corpo. Por exemplo, a gente usa a palavra “Plexo” no lugar de “Chacra”. Isso porque ambos se situam mais ou menos no mesmo lu­gar do corpo, com a diferença que o “Chacra” se si­tua embaixo da pele enquanto que o “Plexo” fica no interior do corpo, parte integrante que é do Sis­tema Nervoso.
Antes porém de prosseguir, vamos descrever me­lhor a idéia do que seja o “Neutrôm”, uma vez que essa será a palavra que mais o Mestre ouvirá (e tam­bém que usará) no seu aprendizado Iniciático. Para começar com respeito à Ciência, vamos descrever o Neutron como uma das partículas do átomo.
O átomo é composto por um núcleo central (massa) que é rodeado por uma nuvem de partículas sem carga elétrica. Essas partículas se chamam “Neu­tron”. Além disso ele possui outras partículas, os “elétrons” que, negativamente carregadas se chamam “ânions” e positivamente carregadas se chamam “ca­tions”; a partícula que as carrega chama-se ion.
Naturalmente essa é uma descrição de leigo para lei­go, sem maiores detalhamentos.
Feito isso, voltemos à descrição do nosso “Neu­trôm” Iniciático.
Como no átomo da Física ele representa uma nuvem, um turbilhão de partículas em movimento, do centro para a periferia e da periferia para o centro (movimento, centrífugo e centrípeto). A periferia em que ele se move não é uma superfície física, isto é, ele não está rodeado de substância ou tecido algum; o que estabelece a periferia onde o Neutrôm se move é uma força gravitacional que o pressiona, o “empurra” de todos os pontos dessa periferia. Esse fato é que es­tabelece a diferença entre o Neutron da Física e o Neutrôm Iniciático O mesmo nome com diferença apenas na acentuação da última sílaba se deve ao fato de que o princípio é o mesmo: o átomo é o símbolo do Universo, na afirmativa de que o “micro-cosmo” é igual ao “macro-cosmo” na sua estrutura e funcio­namento.
Um átomo é bem menor que este ponto. Entre­tanto a distância relativa, o espaço entre as partí­culas é tão grande como a distância entre os planetas e estrelas. Sempre porém há um limite, uma circuns­crição: no átomo físico seu limite é microscópico; no átomo Iniciático o limite é de acordo com a unidade que está sendo descrita.
No caso do Ser Humano o li­mite, a barreira é a força da gravidade, pressionando da periferia para o centro, que é resultante do sistema planetário humano: do Eixo Solar para o Macro Plexo e deste para o Plexo Físico – sendo que o Neu­trôm irá constituir o Micro Plexo.
Também como no átomo físico, a função do Neutrôm é separar, limitar dois mundos diferentes: o Físico e o Espiritual. Num estado em que se poderia considerar de “normal”, esse turbilhão em perpétuo movimento, está sempre contido na barreira gravitacional; se essa barreira é rompida, se o Neutrôm pe­netra num ou outro mundo (Físico ou Perispiritual) provoca uma “explosão”, um estado de relativa anor­malidade.
Isso acontece na Física, através da mani­pulação deliberada da intimidade do átomo e aconte­ce também no Ser Humano pela manipulação Iniciá­tica.
Naturalmente deve acontecer também aos corpos celestes pela manipulação dos deuses, dos Mestres Pla­netários que nós do Vale do Amanhecer chamamos de “Ministros”.
Dentre os “instrumentos dos Espíritos” o Neu­trôm constitui uma das principais “ferramentas”. Vamos descrever em seguida, com base nos ensina­mentos de Tia Neiva, que os recebeu de Humahan, como age o Neutrôm.
O Neutrôm, ou melhor, o “turbilhão neutrôni­co” que constitui o nosso Micro Plexo, nossa Alma, produz e permite a existência de certa quantidade de Luz.
Essa luz clareia, ilumina o caminho para nossa mente, de forma a permitir as nossas decisões. Para que nossas atitudes possam ser coerentes com nossa presente posição, na trajetória que fazemos na Terra, o Neutrôm estabelece um limite de percepção.
Isso significa que só temos à nossa disposição urna visão limitada, mas inteiramente suficiente, para tudo que precisamos na presente existência.
Se assim não fosse nós seriamos destruídos pela excessiva complexidade do que na verdade nos cerca. Pois seríamos incapazes de discernir umas coisas das outras. O equilíbrio da mente é proporcionado pelos elementos mais ou menos estáveis que nos são permi­tidos perceber; temos uma noção de tempo, de espa­ço, de distância e de movimento; podemos prever mais ou menos o comportamento das pessoas e coisas animadas ou inanimadas; conhecemos relativamen­te bem o comportamento de nosso organismo, e assim por diante. Em resumo, tudo que precisamos para “viver” está à disposição de nossa mente e seus instru­mentos que são os sentidos.
Se, porém o Neutrôm é ultrapassado nas suas bar­reiras, percebemos e registramos elementos que nos levam ao descontrole e ao desequilíbrio, a um estado de anormalidade. Por exemplo: nós vivemos rodeados de Espíritos desencarnados, de formações ectoplasmá­ticas e miríades de construções energéticas. Esses “mundos invisíveis” existem, se movimentam, atuam e têm as suas leis. Porém entre esses mundos e a nos­sa percepção existe a barreira do Neutrôm. Para melhor elucidação do que estamos afirman­do vamos transcrever aqui um Conjunto Mântrico que nossos Mestres usam ao qual chamamos “Prece do Equilíbrio”:
“Senhor!, faze com que habite em mim a verdadeira tranquilidade da minha alma;
Não deixe que ela se manche com os vícios do mundo;
Dai-me for­ças Senhor, para que eu mesmo possa corrigir os meus erros;
Não permita que eu seja joguete das ilu­sões do mundo;
Pelo pensamento neste instante vou controlar a minha força vital-mental e nenhum pensa­mento negativo poderá entrar em minha men
Analisando esse “Mantra” poderemos compreender melhor a função do Neutrôm. Vejamos:
“… a verda­deira tranquilidade da minha alma…” – isso signifi­ca que pedimos a Deus que nossa “função neutrôni­ca” esteja e permaneça no seu nível normal;
“… não deixe que ela se manche com os vícios do mundo…” – Nesse caso estamos pedindo que a Força Divina evite que as formas densas das baixas vibrações “man­chem” a luz do Neutrôm;
“… dai-me forças Senhor, para que eu mesmo possa corrigir os meus erros…” – nesse caso estamos pedindo auxílio do Alto para que possamos imprimir a direção certa aos nossos pensamentos e corrigir suas distorções;
“…pelo pensa­mento, neste instante, vou controlar a minha força vital-mental, e nenhum pensamento negativo poderá penetrar em minha mente…” – este último propósito faz com que controlemos, pela nossa vontade, a força vital que emana do plexo físico, e essa energia impregne nossa mente.
Assim vitalizada, a mente se torna impermeável às emanações de baixo teor vi­bratório. Os pensamentos negativos não podem assim penetrar no nosso “campo mental” e assim consegui­mos o equilíbrio.
Frisamos bem a palavra “penetrar” para que nossos Mestres entendam bem o problema:
”Pensamen­tos” são construções energizadas, eles têm “formas”, e uma vez formados eles “existem” e podem ser percebidos pelo som, pela palavra escrita, etc.
Nós não podemos eliminar sua existência. Mas nós podemos evitar que eles penetrem em nossa mente, mesmo que eles atinjam os nossos sentidos. A gente pode ouvi-los, senti-los, percebê-los, mas não precisamos neces­sariamente mentalizá-los ou pensá-los, desde que tenhamos, para isso a necessária força vital-mental.
O ônus de nosso livre arbítrio é essa constante luta, essa escolha que temos que fazer a cada se­gundo de nossas vidas: o teor vibratório das coisas que abrigamos em nossas mentes. Esse teor determina o que somos ou melhor, o que “estamos sendo” a cada momento.
Cremos que com o que foi dito até agora, nós temos os elementos para compreender o que é, em li­nhas gerais o nosso “Sol Interior”, nossas “Esferas Coronárias” e, principalmente, a função do “Neu­trôm”. Isso é apenas um começo, pois nos resta saber muita coisa ainda.
Para maior facilidade no entendi­mento, vamos, no fascículo seguinte, analisar se­paradamente as funções mais íntimas do “Micro Ple­xo” e do “Perispírito”, embora seja difícil falar de um deles sem falar nos outros, pois todos funcionam ao mesmo tempo na “unidade trina” que é o Homem.




Instruções Práticas para os Médiuns Fascículo 07


ÍNDICE
Item
Assunto
Pág.
-
Índice
1
-
Prefácio do Fascículo VII
2
1
A Mente
3
2
A Função da Mente
3
3
A Razão
4
4
O equilíbrio
5
5
A Consciência
6
6
O Raciocínio
6
7
A Personalidade
8

1 A Mente
A palavra “mente” tem um largo espectro de significados, em sua maioria num sentido abstrato, sempre, porém se re­ferindo a algo que possuímos alguma coisa que faz parte da nossa Alma e, vagamente, de algo que está dentro de nossa cabeça. Sempre que falamos de mente tendemos a levantar a mão em direção à cabeça.

Na linha de nosso ensinamento, a mente é um campo de energias concentradas a que chamamos de “Energia Mental”. Seguindo-se o mesmo raciocínio da estrutura e funcionamento do átomo, o campo energético da mente é limitado em torno de uma massa densa, nuclear, ao redor da qual os mecanismos psicológicos giram como satélites.

Esses satélites são os instrumentos da vida mental, e suas categorias vão desde o sistema sensorial até a capacidade de abstração. Seu funcionamento é pulsativo em torno do seu núcleo. Ela recebe e transmite impulsos de diferentes gamas vi­bratórias, conforme a sintonia em que é colocada pela vonta­de. Essa é chamada de “Sintonia Mental”.

A mente é ligada diretamente aos centros coronários (esferas), através dos Plexos e dos Chacras Assim, ela influên­cia e é influenciada pelo “Sol Interior”, no movimento natural da vida, na dependência de todos os fatores que determinam a existência do Homem: tempo, espaço dimensionado, grau de evolução e fatores cármicos-transcendentes.

Nas sucessivas encarnações o centro coronário é manti­do, permanece e representa a Herança Espiritual de cada Ser Humano. Agora, tendo alcançado o grau Iniciático de nossos ensinamentos, temos aqui a explicação de fascículos anteriores, no qual afirmávamos que o sistema nervoso desencarnava junto com o Espírito.

Entendíamos então, que não eram as fibras ou as células, mas sim o “sistema”, ou o “esquema” que seguia para o Plano Etérico, em torno do qual se formava o Corpo Fluídico do desencarnado. Não tínhamos ainda a revela­ção do Sistema Coronário; agora sabemos que o esquema do sistema nervoso é apenas parte integrante do Sol Interior e seu centro coronário.
A mente é proporcional e relativa ao Sol Interior. Isso significa que sua composição energética e seus instrumentos, são de conformidade com o estado em que o Ser se encontra. Desses “estados” nós só conhecemos três categorias: encarnados (nós os Homens), desencarnados (”mortinhos”, espíritos que ainda estão a caminho no Etérico) e os “Espíritos de Luz” ou “Espíritos Santos” (que já completaram suas trajetórias Cármicas ou que já operam na Lei do Auxílio integrando as Falanges dos Mestres Planetários).

2 A função da Mente
O Sol Interior é o centro fisiológico, onde são elaboradas as mais variadas funções do Homem, onde se entrosam os mui­tos campos vibratórios que determinam o “esta­do” em que se encontra aquele Ser, individualizado e único. A mente é o centro de controle, o painel onde as comu­nicações são recebidas, computadas e emitidas. O sol interior trabalha na base do plexo inconsciente; a mente opera na base da consciência.

O sol interior é estrutural enquanto a mente é funcional.

No mecanismo da mente o EU é o núcleo em torno do qual giram as partículas, os ions, anions, cations e nêutrons mentais, à semelhança do átomo. É o “eu” que toma as deci­sões a cada segundo, com base nos dados fornecidos pelos satélites mentais devidamente elaborados.

Para o entendimento desse complicado sistema em que o “eu” é o elemento decisivo, nada melhor que a experimenta­ção do próprio leitor. Você mesmo terá que registrar o fato, uma vez que isso é impossível para nós que estamos fora de você.

Para ajudá-lo nessa observação e evidenciar a posição do “eu”, vamos dar nomes às “coisas” que se passam na sua men­te. Prossiga na leitura e verá como esses elementos começam a aparecer numa conotação lógica e simples, coisas essas que você sempre ouviu falar ou leu como sendo abstrações, teo­rias, tais como raciocínio, razão, memória e etc.

O leitor irá notar que a palavra “eu” sempre aparece na sua mente como sendo a sua pessoa. Você pensa: “eu estou lendo”, “eu não entendo”, “eu não acho”, “eu estou gostan­do”, etc., etc., sempre o eu em primeiro plano.

Depois vem o “eles”, as “coisas”, os “outros”, as “mi­nhas coisas”, o “meu pensamento”, etc., sempre algo de fora, sempre um universo em oposição ao “eu”.

Conclui-se então que o “eu” está sempre no centro de tudo que se passa em sua mente, sendo ele, o seu “eu” o nú­cleo, a massa central do campo energético que é sua mente. A partir de agora, ao descrevermos cada uma das funções da mente, o assunto se tornará mais compreensível. A alimen­tação da mente vem sob a forma de impulsos e projeções, em ondas cujos padrões vibratórios indicam sua origem.

Uma vez recebidas essas mensagens são assimiladas con­forme nossa capacidade. Essa capacidade é relativa as nossas heranças registradas no centro coronário. Em termos de assimi­lação e emissão, a energia mental é um fenômeno vivo de improvisação.

É ela que altera e recompõe todas as energias do Ser Humano, modificando a cada momento o nosso estado. As alterações produzidas pela mente são imediatamente refletidas pela nossa “aura”, cuja coloração e intensidade vibra­tória refletem o trabalho da mente.

3 A Razão
A vida do Homem gira ininterruptamente em torno de dois polos, um positivo e outro negativo, situação essa que só termina quando o Espírito se liberta inteiramente da sua orbe terrestre. Enquanto encarnado, ou desencarnado e “à caminho de Deus”, ele a todo instante tem que tomar decisões, esco­lher entre duas ou mais opções. A escolha do caminho certo, a decisão com base no equilíbrio é que se pode chamar de razão.

Cada Ser Humano tem o seu ponto próprio de equilíbrio e, como consequência, tem a sua própria razão.

A vida, entre­tanto é um movimento constante de equilíbrio, desequilíbrio e reequilíbrio, motivo pelo qual a razão não é um ponto fixo na mente, e sim, a meta que se move o alvo que o Homem pro­cura acertar. O homem tem a cada momento de reajustar-se aos muitos fatores que influem em sua mente, e a razão, a deci­são equilibrada é que determina o índice de sua evolução.

Nem todos os fatores que influenciam a mente são conscientizados pelo Homem. O campo consciencional, onde o “eu” terá que se situar para a tomada das decisões, é limitado pela percepção sensorial. Na verdade a consciência do encarna­do é apenas uma janela, um painel que mostra cada vez uma parte do todo, uma verdade parcial.

Essa abertura da consciência – no sentido de saber-se – flutua, em termos de amplitude, dependendo dos fatores natu­rais da vida: idade, posição no meio ambiente e grau de respon­sabilidade que lhe cabe pelos fatores Cármicos, etc.

Temos assim, até este ponto, juntado dois mecanismos da mente que levam à razão: o equilíbrio e a consciência. Com­preendidos esses dois fatores, podemos partir para a compreen­são do raciocínio, e chegarmos ao mecanismo do pensamento, a última fase da mente que precede a ação.

4 O Equilíbrio

O Ser Humano é como o rio que corre tranquilamente para o mar.

Nós estamos sempre ligados ao nosso princípio e ao nosso fim, assim como o rio está sempre ligado a sua nas­cente e à sua foz.
Em meio do caminho recebemos os “afluentes”, ou seja, as influências que nos atingem de ambos os lados, na nossa “margem esquerda” ou na “margem direita”.

A todos os instantes de nossa vida, nós podemos estar recebendo projeções de outras mentes, correntes negativas, boas ou más notícias, ou seja, a todos os momentos nós pode­mos nos desequilibrar. Nem sempre nós podemos afastar as coisas que nos desequilibram, mas sempre existe a necessidade do reequilíbrio.

É verdade que os fatos inconscientes, que atingem nossa mente, tanto podem ser positivos como negativos. Essa negati­vidade ou positividade nem sempre é intrínseca aos fatos, mas sim à maneira como eles são absorvidos e assimilados pela men­te. A conclusão que se chega desse mecanismo é que a mente é, em última análise, o campo visado, mas a responsabilidade é nos­sa, do nosso “eu”, de que ela seja atingida ou não.

Se alimentamos a nossa mente com maus desejos, pensa­mentos de ira ou de ódio, cria-se em torno dela uma atmosfera fluídica pesada, de energias de baixo teor vibratório, cheias de impurezas; se, ao contrário, a alimentarmos com aspirações nobres e pensamentos elevados, a atmosfera da mente é lím­pida. Conforme pois for o condicionamento da mente, assim será sua capacidade de absorver e modificar as emissões, quais­quer que sejam elas.

Sob o comando do “eu” a mente pode recompor as ener­gias em todas as direções e reequilibrar inclusive o “Sol Inte­rior”, feito isso ela se harmoniza no equilíbrio, estando pron­ta para novas tribulações.

Ao falarmos do equilíbrio, evidenciamos dois novos componentes que são as projeções e os fluidos que serão anali­sados nos itens subsequentes.

5 A Consciência

A consciência é o mecanismo abstrato da mente, de registro do que acontece a nós mesmos e em torno de nós. Em última análise a consciência significa saber o que se passa em torno de nós e conosco, ou seja, ter a capacidade de “ver” e “ouvir”. Como as outras partes do mecanismo da mente, ela tem o seu começo e cresce ou decresce conforme o seu desen­volvimento. Sua mecânica se prende ao processo de focalização e sintonia como nas lentes óticas e nos receptores de rádio, depende de ajuste focal e luz, etc.

Ela existe em maior ou menor grau, conforme o equilí­brio de nossa mente, e na proporção da responsabilidade que assumimos perante a vida. Conforme a posição assumida assim é nossa consciência, de acordo com a concepção que fazemos de nós mesmos. Até certo ponto a consciência é apenas um problema de condicionamento, de educação. Paulatinamente ela vai se tornando uma questão de autoeducação, e de traba­lho de nossa vontade sobre nossos mecanismos de relação. Se desenvolvermos nossa capacidade de reequilíbrio constante, teremos uma consciência permanente. Equilíbrio e consciência são dois pólios de nossa mente que trabalham sempre juntos.
Uma consciência equilibrada é como um farol que ilu­mina tudo que chega até nós, e nos dá a justa medida das coi­sas para posterior elaboração da mente. Esse fato se aplica nos três planos de nossa vida, e de nosso grau de consciência ou inconsciência, dependem as constituições de nossas esferas co­ronárias e, por consequência, de nosso Sol Interior.

6 O Raciocínio

O raciocínio é o mecanismo analítico da mente que leva à formação do todo. É o exame das coisas que a consciência apreende e que permite ao “eu” a escolha do que deve perma­necer ou ser rejeitado. Raciocinar é colocar as informações, que a psique recebe, de forma ordenada segundo o critério aplicado ao objetivo que queremos alcançar.

O principal instrumento do raciocínio é a inteligência, ou seja, a capacidade de aprofundar o exame dos componentes que chegam até nós através da consciência.

O raciocínio com a inteligência são instrumentos de veri­ficação; o pensamento é o meio de expressão, de manifesta­ção da nossa mente.

“Raciocinar” significa aglutinar, associar as ideias. Ideias são os impulsos, sensações, imagens, etc. revestidos de uma for­ma, uma concepção. De todos os mecanismos da mente é o raciocínio a parte mais ativa, mais atuante. É a expressão da mente.

Para que o Médium e leitor possam melhor se situar em torno da importância da mente em sua relação com o Sol Inte­rior, e compreender a si mesmo como o instrumento do Espíri­to, vamos recordar ligeiramente os itens anteriores deste Fascículo até chegarmos ao raciocínio e nele nos demorar um pouco mais.

Começamos no item 1 a descrever a mente como um campo energético isto é, energias concentradas num campo delimitado e sua relação com o sol interior, sendo ele a estru­tura e a mente o funcionamento; descrevemos no item 2 a forma desse funcionamento, destacando a posição do “eu” no seu mecanismo; em seguida, no item 3 passamos a falar da razão como o caminho da decisão, entre o processo de reequi­líbrio constante; explicamos então no item 4 o que signifi­ca o equilíbrio; a partir do tem 5 começamos a analisar o fenômeno da consciência, como fornecedora dos dados para o raciocínio, que vem explicado no item 6 e chegamos ao item em que abordamos o mecanismo do pensamento.

Assim, começamos com mente e seu funcionamento, passamos para razão, o equilíbrio, a consciência, o raciocínio e chegamos ao pensamento que irá fechar o assunto da mente. A partir de então poderemos saber como mentalizar, e como manter a nossa mente no padrão que quisermos, pelo conhe­cimento e controle do pensamento.

Pensar significa na verdade dar forma e dirigir todas as energias da mente para algum objetivo e é por ele que determi­namos o rumo de nossa vida. Embora ele se forme espontaneamente, conforme os estímulos que o alimentam, nós, o nosso eu é quem escolhe e aceita, rejeita, demora-se mais ou me­nos em torno deste ou daquele pensamento. Conforme eu “penso”, isto é conforme o pensamento que eu escolho para pensar (ou demorar-me pensando) eu determino o meu pre­sente e preparo o meu futuro.

Pelo pensamento nós tecemos ininterruptamente a teia no centro da qual está a mente. Formamos assim uma verda­deira rede emissora e receptora, na qual a mente caminha no vai e vem quotidiano. As energias da mente dão a força do pensamento. Essa força será dispersa ou atingirá os alvos conforme controlamos a formação da rede.

Força é energia aplicada, em movimento, e isso significa que estamos agindo sempre na direção de nossos pensamentos. Como o campo vibracional do corpo e da Alma são mais lentos do que o campo vibracional em que se situa o pensamento, sempre estamos fazendo algo em que pensamos antes, mesmo que no momento da ação não estejamos pensando naquilo que estamos fazendo.

Antes de eu dobrar uma esquina o meu pensamento já a dobrou, antes de chegar a um destino meu pensamento já se antecipou e chegou lá. Isso significa que ele tem forma, é ener­gia em movimento; sendo energia ele atua sobre tudo em que é direcionado. Se eu dirijo o meu pensamento para o meu corpo, meu organismo acabará por ser afetado pelas energias que ele conduziu. O mesmo fenômeno poderá acontecer para onde quer que eu dirija o pensamento.

Como todos os Seres Humanos pensam isso quer dizer que existe um relacionamento permanente entre as pessoas, à revelia de se conhecerem ou de se relacionarem no plano físico ou social.

Lembremo-nos do último item do fascículo VI:
“… pelo pensamento neste instante, vou controlar minha força vital-mental, e nenhum pensamento negativo poderá penetrar em minha mente…”

E teremos nesse exemplo uma ideia explícita de como funciona o pensamento.

Nos itens subsequentes procuraremos dar mais alguns elementos em torno do assunto, analisando a memória, os impulsos, a dúvida, a lógica, as tendências instintivas, os sentimentos, as vibrações, o sistema nervoso e outros itens que esclarecerão melhor nossa mensagem.

Feito isso, tendo fornecido ao Médium e leitor, os elementos essenciais do mecanismo Humano, poderemos então entrar em considerações puramente doutrinárias e Iniciáticas, que são o nosso objetivo principal. Por ora o caro leitor terá que se acostumar à difícil tarefa de se conhecer e saber como funciona o veículo do Espírito que é o conjunto trino Plexo, Micro Plexo e Macro Plexo (Períspirito).

7 A Personalidade

No item 9 do nosso primeiro fascículo tecemos alguns comentários em torno da diferença entre a personalidade e a individualidade.

Vamos aproveitar agora o raciocínio do leitor, em torno do mecanismo humano, para ampliar um pouco a ideia de personalidade. O entendimento desse conceito irá constituir um verdadeiro alicerce para a construção filosófica, que o pró­prio leitor irá fazer.

“Persona” é o nome latino de um apetrecho teatral, uma máscara que os atores da Grécia antiga chamavam de “pros­ópon” (Projeção da face).

Os anfiteatros gregos eram enormes, semelhantes aos nossos campos de futebol ao ar livre. Naturalmente isso apre­sentava dois problemas sérios: o som e a imagem.

Por esse motivo os artistas gregos usavam a “persona”, ou seja, a máscara de contornos bem definidos que permitiam ao espectador distinguir o personagem representado de qualquer ponto em que estivesse; tais máscaras eram relativamente maio­res que as cabeças dos atores, formando um oco que amplifi­cava a voz do ator e delineava acentuadamente o personagem.
Esse sistema é usado até hoje nos teatros orientais que conservam as tradições. No teatro Chinês e no Japonês, Corea­no e etc. a mascara serve para dar voz soturna e cara feia ao vilão, voz fina e rosto bonito à heroína, etc.

Essa é a origem da palavra “personalidade” que significa radicalmente, a caracterização que determina um “persona­gem”. Em toda representação, teatro, novelas ou cinema, os artistas “representam”, isto é, procuram ao máximo de sua habilidade, com auxilio de ma­quilagem, roupas, disfarces, atitudes e gestos, corresponder ao “personagem” imaginado pelo autor da peça ou da estória.

Assim, o mesmo ator representa, conforme a estória e as circunstâncias, personagens diversos. O exemplo mais banal e mais ao nosso alcance está nas novelas de TV. Nelas nós já estávamos habituados com os atores e muitas vezes, ao contar um episódio a outra pessoa, nós usamos o nome do ator por não lembrar o nome do “personagem”. Para completar esse exemplo basta lembrar ao leitor que muitas vezes nós ficamos sabendo como o ator é em sua “vida real”, se ele é bom ou mau ator, se representou bem ou mal aquele ou este “personagem”, distinguindo-o, portanto dos personagens que ele tem represen­tado.

Temos então uma perfeita analogia entre a “individuali­dade” (o Ator) e a “personalidade” (o Personagem ou a perso­nificação).

Usemos agora essa analogia para começar a entender o problema das reencarnações, em que o Espírito é a Individua­lidade e a nosso presente encarnação a personalidade.

A primeira precaução que devemos tomar, ao entender esse fato, é saber que o problema da personalidade e da indivi­dualidade não é tão simples como uma representação teatral.

Nós podemos saber quase tudo sobre um ator, onde nas­ceu e se estudou ou não, se teve uma origem pobre ou rica, etc., porém sobre o Espírito nós podemos saber muito pouco.

Para começar é importante que se saiba que ninguém, nenhuma ciência, filosofia ou religião pode dizer “quando” e “como” foi criado o Universo ou a Criação. Nem mesmo a Terra que é um pequeno Planeta do Sistema Solar, a Ciência não tem meios de dizer “como” e “quando” ela foi criada.

Existe muita especulação, muita teoria, mas todas os esbarram aos mesmos problemas, principalmente na questão do tempo. A Ciência clássica, essa cujas teorias são explicadas nos livros escolares, estabeleceu certa contagem de tempo, certa divisão de “Eras” que nos acostumamos a aceitar como sendo o “certo”. Assim é que ouvimos falar em “Era Glacial”, “Idade Geológica”, “Nebulosa”, “Era Paleolítica”, “Era Megalítica” e etc. Conceitos que envolvem milhões e até bilhões de anos. Fora do âmbito científico, nas religiões antigas o proble­ma fica na mesmo, embora haja algumas religiões que traduzem as coisas em termos de números, o que no fundo é tão aleatório, tão teórico como as afirmações da Ciência.

O problema se complica ainda mais quando se trata de determinar a origem da vida. Nesse ponto a Ciência é ainda mais emaranhada e mais teórica uma vez que ela só considera “Vida” as coisas que nós chamamos de natureza física.

Mas, mesmo sem poder determinar a origem do Univer­so, do Planeta Terra e da Vida, a Ciência se arrisca a determinar (e a cada período se corrigir) a origem do Homem. Nesse pon­to então as contradições se amontoam de tal forma que, teo­rias que eram aceitas como verdade até pouco tempo hoje são objetivos de galhofas dos próprios cientistas.

Em relação ao Espírito a Ciência não cogita de sua exis­tência, e até agora não existe admissão científica de que o espí­rito exista.

Para ela, a Ciência Oficial, o Espírito é apenas um componente do Ser Humano, um mecanismo abstrato, que se confunde com o sistema psicológico. Essa palavra “psicológica” deriva de uma palavra grega que significa Alma (Psyquê).

Assim, qualquer referência que se ouça ou se leia, quer sobre Alma ou sobre o Espírito, as duas palavras aparecem sem­pre como sendo a mesma coisa, a não ser que se trate de adje­tivação poética ou literária tais como “tenacidade do Espírito”, “fortaleza de Alma”, etc.

Mas, para nós do Vale do Amanhecer Alma e Espírito são considerados como coisas de naturezas diferentes: a Alma é o mecanismo psicológico que tem sua base física no sistema ner­voso, que é formada em cada encarnação, conforme a progra­mação para esse período de existência do Espírito na Terra. Nesse caso a Alma (como o corpo) é um dos instrumentos do Espírito. Assim, pode-se dizer que um Espírito tem um corpo forte e uma Alma impávida nesta encarnação, mas que teve um corpo fraco e uma Alma vacilante em outra encarnação, etc.

Naturalmente a pergunta que surge espontânea desta afirmação é:
“Qual a diferença entre a Alma e o Espírito?”

Para evitar cairmos nas abstrações teológicas ou filosófi­cas vamos procurar dar aqui uma resposta que seja plausível e de relativa possibilidade de verificação, consoante a didática da Corrente do Amanhecer.

A percepção da diferença entre a Alma e o Espírito é uma experiência pessoal que qualquer pessoa pode fazer, independente da sua situação cultural ou escolar, na qual entram con­ceitos de valores, de tempo e o senso comum.

Comecemos por definir o conhecimento que temos da existência de nosso corpo. Nós percebemos o nosso corpo pelas manifestações que ele comunica a cada momento à nossa mente através dos sentidos. Assim nós sabemos quando é preciso comer, dormir, alterar as condições a ele proporcionadas e etc.

Em seguida passemos a separar dessas sensações as manifestações de natureza psicológica, os fatos abstratos, tais como sentir afeto ou ódio, imaginar, raciocinar e etc. Percebemos então que esse mecanismo obedece aos estímulos que tanto podem partir do corpo como das coisas externas ao nosso corpo. Nas “coisas” externas é o nosso universo, o meio ambiente em que vivemos representados por “coisas” e “pessoas”.

Sabemos então quando a natureza de nossas sensações é de necessidade física ou psicológica. Para esse fim temos uma série de valores aos quais estamos condicionados: a gente toma café de manhã, almoça ao meio dia, janta à noite, etc. etc. A gente confia nos costumes de transeunte, de proteção da lei, da moral e etc., enfim, nós distinguimos com certa facilidade o que são fatos físicos e fatos psicológi­cos, embora os dois sejam inseparáveis.

Na nossa Pira na figura chamada “Presença Divina” exis­tem dois Triângulos, ambos com as pontas voltadas para baixo, mas entrelaçados que simbolizam o corpo e a alma.

Outro ângulo que qualquer pessoa pode analisar, para distinguir o que é físico e o que é psíquico, é o fato de que nossos pensamentos e nossos intercâmbios vibratórios podem ser distinguidos: nosso corpo se move com muito maior difi­culdade do que nossa Alma. Na verdade é nossa Alma que vai a busca de nossas necessidades, nossos anseios, nossos impulsos e etc.

Sempre que nós temos sensações, impulsos, anseios, desejos e, tais estímulos nos levam a ações que não se coadunam com um principio de bom senso ou de lógica, quando as coisas pensadas e sentidas ultrapassam nossa com­preensão ou a compreensão do meio que nos cerca – os fatos chamados impropriamente de inexplicáveis podem detectar aí a presença de nosso Espírito.

Essa experiência é tida por todos os Seres humanos da Terra e é a causa principal de toda criação religiosa ou doutri­nária. Em resumo nós sabemos quando as coisas partem de nosso corpo, de nossa Alma ou de nosso Espírito, pelo sim­ples fato de que, na maioria das vezes as coisas de nosso Espí­rito contrariam as coisas de nosso corpo e de nossa Alma ou, ao contrário, as coisas de nosso corpo contrariam as coisas de nossa Alma ou de nosso Espírito. Esse movimento em nosso campo consciencional é contínuo e os diferentes fatores se dis­tinguem pelo contraste, pela contradição.

A partir desse ponto, pela nossa própria experiência, nós vamos percebendo as nossas tendências, as inclinações que divergem das inclinações dos que nos cercam e, aos poucos va­mos distinguindo a nossa individualidade, ou seja, um conjunto de tendências que forma um uno, um que não é divisível, um todo indivisível.

Essa individualidade representa um conflito permanente com o papel que nós somos chamados a representar na Sociedade, papel esse que é formado por uma série de conceitos e formas que fixamos à nossa revelia desde que fomos concebidos até que morremos. A maneira como envergamos essas “máscaras”, essas “personas”, nossos mecanismos de defesa, nosso esforço para sair dos padrões é que constituem a nossa personalidade.

A individualidade tem um impulso fundamental e trans­cendente, é a energia latente enquanto que a personalidade é a forma de expressão a energia do Espírito que tenta romper os grilhões da personalidade, é o artista que sobrepuja o papel ou o papel que afoga o artista.

O personagem ou a personalidade é relativamente previsível, pois ela obedece a um roteiro, um enredo pré-estabelecido enquanto que a Individualidade tenta sempre romper em caminhos diferentes. O símbolo mais perfeito dessa luta (e dessa diferença) nos tempos modernos é um novo tipo de teatro que às vezes aparece nos palcos do Mundo em que os artistas fazem o que lhes dá na cabeça, sem ter que obedecer a roteiro algum.

Cremos ter dado assim um principio do conhecimento da constituição do Ser Humano, do Homem visto à luz da Doutrina Crística. Mas esse aprendizado terá que ser aprofundado no conhecimento dos princípios atômicos moleculares e celulares desses componentes.

As heranças que formam o Centro Coronário ou Sol Interior, cada “centro” formado pelas moléculas defeituosas de encarnações anteriores – a origem das Doenças Cármicas – os caracteres hereditários das Famílias Espirituais – as afinidades psicológicas ou, ao contrário, as contradições de caráter na mesma família, etc., tudo isso terá que ser estudado por nossos Mestres com uma atitude científica pois somos “cientistas espirituais”.